sexta-feira, 30 de junho de 2017

O CAPUZ DO EXPERTO E, EXISTE EGRÉGORA NA MAÇONARIA?

Em 18/05/2017 o Respeitável Irmão Tristão Antonio Borborema de Carvalho, Loja Obreiros de Abatiá, REAA, GOP (COMAB), Oriente de Abatiá, Estado do Paraná, solicita esclarecimentos para as seguintes dúvidas:

CAPUZ DO EXPERTO E EGRÉGORA


Prezado Irmão, seguem as minhas indagações:
1- Qual a razão do Irmão Experto usar capuz no cerimonial de iniciação?
2- O que é Egrégora? Consta nos rituais? Pertence, genuinamente, à maçonaria tradicional ou foi introduzido por correntes místicas?

COMENTÁRIOS.

  1. No caso do REAA\ o Primeiro Experto faz uso do capuz apenas quando ele recebe o candidato e antes de vendá-lo para introduzi-lo na Câmara de Reflexão. A ideia do capuz é apenas para que o candidato não reconheça o seu guia antes de receber Luz, o que atende em partes a um preceito iniciático de confiança no seu guia – mesmo sem conhecê-lo. Obviamente que essa confiança não é pessoal, porém de se entregar à Instituição. É devido a isso que o Experto se apresenta sem insígnias e com o rosto coberto para disfarçar a sua identidade.
Há que se considerar que o candidato ao chegar ao local onde se dará a Iniciação, na antecâmara, ou sala contígua à Câmara, deve estar desvendado e é por isso que o Experto se apresenta encapuzado.
O termo “capuz” é na verdade uma cobertura para a cabeça e geralmente presa à capa, ao hábito, ou a um casaco. No caso da Maçonaria, geralmente era de tamanho grande ao ponto de quase cobrir também o rosto e ia preso ao balandrau negro, porém ao longo dos tempos foi transformado em uma máscara tipo saco de pano preto com apenas dois ofícios para permitir a visão do usuário.
É oportuno ainda salientar que só se venda o candidato na antecâmara, ou em outro recinto do Templo de tal modo que ele não possa reconhecer o trajeto apenas dentro do ambiente. É equivocado o costume de se vendar o proposto desde a saída da sua residência, ou outros procedimentos análogos, inclusive o de conduzi-lo a um cemitério, pois a Maçonaria não é necrópole e nem admite prática de trotes.
  1. Essa tal de Egrégora não merece nem comentários, aliás, é palavra inexistente no nosso idioma vernáculo. É pura obra de imaginação e de fato não consta nos rituais, pois na Maçonaria não existe lugar para proselitismos de credos particulares. A Maçonaria procura construir um novo homem liberto de preconceitos, vícios, fanatismo e superstições. Que cada qual mantenha os seus credos e neles busque conforto, entretanto fora dos umbrais dos nossos templos. É uma questão da lógica da convivência – o que serve para mim, obrigatoriamente não precisa servir ao meu próximo.
A propósito, está publicado no meu Blog no mês de junho do corrente – http://pedro-juk.blogspot.com.br – uma Peça de Arquitetura que foi apresentada pela Loja Caminho de Luz no Encontro Regional de Aprendizes e Companheiros que trata muito bem do assunto. O trabalho não é da minha lauda, mas é bastante recomendável. Confira.

T.F.A.

PEDRO JUK


JUNHO/2017

4 comentários:

  1. Pedro,

    Egregora existe e é sentida por todos da Loja. Quando uma reunião corre tranquila, com todos em estado de relaxamento, a Egregora foi obtida pela Loja. Já se a Loja está agitada, existindo uma tensão no ar, ela não está presente.

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  2. O problema é impor uma visão como dogma, muito comum no Ir∴, não pretenda fazer a Maçonaria ser seus preconceitos, coisa também combatida pela Ordem. TFA

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  3. Gostaria de uma explicação mais clara do seu texto. Acaso o Irmão está me acusando de impor uma visão dogmática e que isso é comum na minha pessoa? Me acusas de que eu faço da Maçonaria os meus preceitos? Se o Irmão está entendendo assim devo lhe dizer que estás redondamente enganado, pelo que sugiro ler melhor as minhas colocações, até porque o que eu faço é combater dogmas em Maçonaria, crendices, achismos, etc. Penso que o Irmão precisa me conhecer melhor antes de me acusar de imposição de uma visão como dogma. Fraternalmente.

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