quinta-feira, 22 de junho de 2017

ESQUADRO SOBRE O LIVRO DA LEI - POSIÇÃO

Em 08/05/2017 o Respeitável Irmão Marcelo Oliveira Falcão, Loja Caridade Palmense, 3.903, REAA, GOB-PR, Oriente de Palmas, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento.

ESQUADRO SOBRE O LIVRO DA LEI - POSIÇÃO


Por favor, me esclareça uma pequena dúvida: o esquadro que temos, em nossa Oficina, para trabalharmos na abertura do Livro da Lei, possui um ramo menor que o outro. Quando do posicionamento do mesmo, na colocação sobre o Livro da Lei, o ramo menor deve ser orientado para a direita do Irmão Orador, ou o contrário?

CONSIDERAÇÕES.

Embora esse Esquadro, tido como uma das Grandes Luzes Emblemáticas devesse possuir ramos iguais (sem cabo), justamente por ele não representar uma ferramenta operativa, mas sim um dos maiores emblemas da Loja, o ritual de Aprendiz Maçom em vigência (2009) do GOB equivocadamente ainda prevê o contrário.
Como ritual é para ser cumprido, mesmo que ele possua alguns elementos contraditórios, impreterivelmente adota-se o que nele estiver indicado. Assim, conforme previsto na página 18 do ritual mencionado, à sua página 18, consta que: “Com o vértice voltado para o Ocidente e o seu lado menor (o grifo é meu) voltado para o lado Norte, o Esquadro será disposto sobre o Compasso”.
Pelo que exara o ritual, o lado menor (sic), que deveria corretamente ser denominado como “ramo”, fica disposto à esquerda do Orador no momento em que ele estiver abrindo o Livro da Lei (coincide com o sua mão esquerda), a despeito de que a Dignidade mencionada estará na oportunidade de costas para o Ocidente. Em síntese é o lado Norte do Oriente se é que assim se pode dizer.
Se bem compreendida fosse a Arte, isso não importaria, pois se esse Esquadro Emblemático possuísse ramos iguais não haveria nenhuma observação para tal.
Sem generalizar, infelizmente os denominados “fazedores de rituais” que geralmente quase nada conhecem do ofício e nem da história da Maçonaria (senão serem meros copistas), arrumaram uma desculpa para mais essa invenção, justificando-a como que o lado menor (ramo) do Esquadro, pasme, deva coincidir com o lado dos Aprendizes, o que é pura bobagem, pois com o Livro da Lei corretamente colocado no Oriente, à esquerda de quem o lê, o máximo que se poderia dizer é que está lá a cátedra do Guarda da Lei e os assentos que coincidem com uma das paredes que contornam o Oriente. Além do mais, os Aprendizes ficam mais à retaguarda e antes do Oriente; ao Ocidente e no Topo da Coluna do Norte - que termina na balaustrada do Oriente.
Na verdade esses equívocos acabam perpetuando outros, pois a discussão voltará à tona no Segundo Grau com outra altercação irrelevante, pois além do cabo do Esquadro, agora ainda tem as hastes do Compasso que alimentam a dúvida sobre qual delas ficará livre.
Dados esses comentários e ao mesmo tempo justificando-os, o Esquadro de ramos desiguais (o com o ramo menor sugerindo um cabo) é aquele conhecido por ser um instrumento de trabalho operativo e deveria ser o que corresponde a joia do Venerável Mestre, cujo cargo relembra a ancestralidade do Mestre da Obra de ofício à época dos canteiros medievais, nossos antecessores. Então, em termos simbólicos, existem entre os dois Esquadros diferenças que constroem uma parte importante da liturgia maçônica. Um deles, o de ramos iguais, é o emblema da Loja, da retidão e da ética que vai sobre o livro da Lei Moral junto com o Compasso. O outro, o de ramos desiguais, é o que relembra do Ofício de cantaria e as construções erigidas com pedras esquadrejadas – é o resultado.
Concluindo, não raras vezes encontramos rituais invertendo procedimentos como se tudo fosse igual no arcabouço doutrinário maçônico, o que não é bem assim. Existem detalhes sutis que podem encontrar a chave para se desvendar a mensagem propagada (é a arte do simbolismo). Note que na imensa maioria das gravuras e imagens de Esquadros unidos aos Compassos encontrados no meio maçônico, deles o Esquadro possui ramos iguais, já que esses instrumentos unidos representam a Loja e, quando separados se constituem em instrumentos simbólicos de trabalho utilizados na Loja.


T.F.A.

PEDRO JUK


JUNHO/2017

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