quinta-feira, 8 de junho de 2017

SINAL DO COMPANHEIRO

Em 23/04/2016 o Respeitável Irmão Fausto Belem, Loja Flórido Abrão, 3.246, REAA, GOB-PR, Oriente de Contenda, Estado do Paraná, solicita o seguinte esclarecimento.


SINAL DO COMPANHEIRO


No Sinal do Companheiro do REAA a mão esquerda tem todos os dedos unidos ou apenas o polegar resta separado? Existe realmente a analogia ao prumo desta mão?

CONSIDERAÇÕES.

Conforme o que prevê o ritual em vigência no GOB, a mão esquerda terá todos os dedos unidos. Isso implica que inclusive o dedo polegar obedece a essa postura.
Quanto a sua relação com o prumo, não é propriamente só a mão (que fica na altura do ombro), mas figuradamente a postura do respectivo braço e antebraço que ficam na vertical já que o cotovelo relativo permanece junto ao corpo. Esse é um detalhe que deve ser atentado – cotovelo esquerdo unido ao lado esquerdo do corpo (o braço não é levantado).
À bem da verdade, no puro escocesismo não se faz, ou pelo menos não se deveria fazer, uso do membro superior esquerdo para complementar o Sinal de Companheiro, pois ele, no Rito Escocês, é cordial e é feito apenas com a mão direita. Em síntese, segue a regra universal do simbolismo onde Sinais Penais são executados sempre pela a mão direita.
Na realidade, o também uso da mão esquerda na execução do sinal do Segundo Grau no REAA (que é rito de origem francesa) é um enxerto deturpado, pois ele foi copiado, em partes, da prática inglesa de Maçonaria onde lá, genuinamente, o Segundo Grau faz uso das duas mãos, mas com postura diferente, para compor esse Sinal, até porque no Craft inglês o gesto faz sentido como preparação para outro Sinal que virá no Terceiro Grau. Só que isso não acontece no escocesismo.
Desafortunadamente, não é de hoje que esse elemento impróprio se faz presente no Rito Escocês Antigo e Aceito aqui no Brasil, ao ponto de ser hoje componente consuetudinário desse Sinal, e até mesmo exportado para outros países latinos. Como a boca se entorta conforme o uso do cachimbo, nossos rituais ao apregoarem esse costume ficam, pois a procurar justificativas por tê-lo adotado. Dentre elas, a de compará-lo com um prumo.
É justo mencionar, entretanto, que mesmo aqui no Brasil, existe Obediência que já aboliu o uso do membro superior esquerdo no Sinal do Companheiro do REAA. É o caso do Grande Oriente Independente de Pernambuco (COMAB).
De qualquer forma, embora discutível, primeiro segue-se o que está legalmente previsto nos rituais. Justificativa para extinção desse costume impróprio existe, a questão é como atravessar a blindagem da teimosia.

T.F.A.

PEDRO JUK

JUNHO/2017



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