domingo, 13 de março de 2022

ALTARES DE UMA LOJA SIMBÓLICA DO REAA

Em 15.09.2021 o Irmão Ricart Marques, Loja Oriente Unido, 1.469, REAA, GOB-AM, Oriente de Manaus, Estado do Amazonas, solicita esclarecimentos para o que segue:

 

ALTARES DA LOJA

 

Estou fazendo uma pesquisa para o trabalho de aumento de salário sobre o tema os altares
da loja, o senhor poderia me orientar, quais seriam?

Estaria equivocado eu em afirmar que são nove os altares:

 

CONSIDERAÇÕES.

 

No que diz respeito ao REAA, o que existe de fato é o Altar principal, que é
ocupado pelo Venerável Mestre, o dos Juramentos, que é uma extensão do Altar principal e o Altar dos Perfumes que equivocadamente permaneceu no simbolismo como resquício da liturgia de sagração do Templo.

Assim, o Orador, Secretário, Tesoureiro, Chanceler e os Vigilantes ocupam mesas e não altares. Essa orientação se encontra perfeitamente esclarecida no Sistema de Orientação Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, assim como nos próprios explicativos dos rituais onde eles são tradados como mesas.

Em todo esse contexto, vale mencionar que o Altar principal é o tradicional e era onde ficava o Livro da Lei nos primórdios do rito e era também onde ocorriam as tomadas as obrigações.

Todavia, devido às circunstâncias históricas, o REAA teve na sua estrutura, por um determinado tempo, as Lojas Capitulares (hoje já extintas). Nessas Lojas o Oriente era ocupado apenas por Irmãos detentores do 18º Grau, ou o Grau Rosa-Cruz (vide esse particular na história do REAA).

Desse modo, nesse sistema capitular, quando havia uma Iniciação, Elevação ou uma Exaltação, as obrigações eram tomadas na entrada do Oriente, isto é, no limite com o Ocidente, já que Aprendizes, Companheiros e Mestres não podiam adentrar no espaço oriental por se tratar de lugar reservado ao Capítulo.

Vale mencionar que nessa época o Athersata (governador), dirigente do Capítulo ou T VV P M, era também o Venerável Mestre da Loja simbólica. Então, para se adequar à conjuntura daquele momento, foi criado um pequeno móvel como extensão do Altar principal cuja finalidade era de tomar juramentos de candidatos que ainda não podiam ingressar no santuário Rosa Cruz que era o nome consagrado ao Oriente elevado e demarcado naquela época.

No momento das tomadas de obrigação, o pequeno Altar que ficava logo frente do principal era então transportado para a divisa do Oriente com o Ocidente, dessa forma os candidatos prestavam seus juramentos no Ocidente, porém o mais próximo possível do Oriente. Dessa forma, o Altar dos Juramentos não saía do Oriente, mas ficava acessível àquele que não podia ingressar no espaço oriental.

Mais tarde, com a extinção das Lojas Capitulares já no final do século XIX na França e meados do século XX aqui no Brasil, o Altar dos Juramentos acabou se consagrando como extensão do Altar principal e teve seu lugar consagrado no Oriente logo à frente do Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Por essa razão é equivocada a colocação do Altar dos Juramentos no centro do Ocidente como mencionam alguns rituais brasileiros.

Quanto ao Altar dos Perfumes ele não tem nenhuma utilidade no simbolismo do REAA. É bastante provável que sua permanência no Oriente se pela sua utilização na liturgia de sagração (consagração) do Templo.

O Altar dos Perfumes no caso do simbolismo do REAA acabou inserido no ritual no item Planta do Templo e atualmente é um pequeno móvel localizado próximo à mesa do Secretário não servindo para nada, a despeito de que no REAA não existe nenhum cerimonial de incensação do Templo. É um elemento perfeitamente dispensável na liturgia do REAA, salvo quando um novo ambiente é consagrado para os trabalhos maçônicos.

No simbolismo do REAA, salvo o Altar mor (Venerável), o dos Juramentos (Livro da Lei) e o dos Perfumes (que não serve para nada), os demais moveis ocupados pelo ofício e distribuídos pela sala da Loja são tratados simplesmente como “mesas”, portanto, em termo de Altares, eles são apenas três.

 

 

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

MAR/2022

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