sexta-feira, 29 de dezembro de 2017

TRANSFORMAÇÃO DA LOJA

Em 02/10/2017 o Respeitável Irmão Cesar de Souza, Loja Palmeira da Paz, 2.121, REAA, GOB-SC, Oriente de Blumenau, Estado de Santa Catariana, apresenta o que segue:

TRANSFORMAÇÃO DE LOJA



Assisti a uma reunião convocada como sendo do Grau de Mestre e intitulada como Loja de Estudos. A abertura se deu normalmente. Como o Tema da Palestra não continha segredos do 3º Grau, a Loja foi transformada em 2º Grau, mesmo depois de um Mestre Instalado solicitar uma Questão de Ordem, ao qual foi respondido que está no Ritual a possibilidade da transformação. A seguir, transformada em Grau de Aprendiz, sendo então apresentado um trabalho, analisado por um mediador e após, aberto para discussão nas colunas. Terminado o Tempo de Estudos, o Tronco de Beneficência fez seu giro, cortada a Palavra a Bem da Ordem e do Quadro em Particular, o Irmão Orador deu a sessão como J\ e P\. A seguir foi encerrada a sessão ritualisticamente no 1º Grau.
Pergunto:
1 - É possível convocar uma sessão no 3º Grau e fazer as transformações?
2 - Como fica o Livro de Presença, assinado por Companheiros e Aprendizes?
3 - Como fica a redação de uma Ata com todas estas modificações?
4 - O Irmão Orador poderia dar como uma sessão J\ e P\?
5 - Se existe a possibilidade das transformações do Grau 3 para o 1, no encerramento, deveria ser no Gr.: 3 ?
No meu questionamento, foi me respondido que então todas as Sessões de Instalação deveriam ser anuladas.
Fico no aguardo de sua orientação.

CONSIDERAÇÕES.

A praxe no REAA\ é a de que se uma sessão é aberta num determinado grau, do mesmo modo é nele que a Loja deve ser encerrada.
Geralmente essas transformações ocorrem, quando necessárias, partindo de um grau menor para o maior e depois retornando àquele em que a Loja foi originalmente aberta. Não é comum se proceder ao contrário – repare que nos rituais as transformações sempre ocorrem por primeiro indo do grau menor para o maior.
No caso do que menciona a sua questão me parece ter acontecido um verdadeiro contra-senso, pois se a matéria da palestra não era privativa dos portadores do Terceiro Grau, então qual a razão de se convocar e abrir a Loja em Câmara do Meio para depois transformá-la em Loja de Companheiro?
Mais confuso também é que depois de tudo isso ainda houve a transformação da Loja para o Primeiro Grau com apresentação de trabalho, mediação e discussão e por fim o encerramento da Loja no Grau de Aprendiz, embora ela tenha sido originalmente aberta no grau de Mestre!!!
Ora, nesse caso o mais correto seria o de se ter aberto a Loja no Grau de Aprendiz para apresentação e discussão do trabalho. Encerrada a discussão, com a devida cobertura aos Irmãos Aprendizes a Loja seria então transformada conforme o ritual no Grau de Companheiro para a palestra privativa desse Grau. Concluída a mesma, a Loja voltaria conforme o ritual ao Grau de Aprendiz para os demais procedimentos e a conclusão dos trabalhos.
Dessa maneira não haveria toda essa salada ritualística comentada na sua questão.
Quanto as suas perguntas:
  1. Se a Loja foi convocada para o Grau 03 não haveria razão para transformá-la, já que a mesma fora convocada para trabalhar em Câmara do Meio.
Em havendo necessidade, a transformação pode existir, mas do grau menor para o maior. Em seguida retorna-se ao grau original de trabalho para o encerramento da sessão.
  1. Todos assinam o Livro de Presenças do Grau de Aprendiz, pois a Loja vai do grau menor para o maior. Nas transformações não há necessidade de se abrir livro com rol específico para tal. O Secretário ao redigir a Ata extraordinária, menciona a presença de Irmãos apenas daquele grau.
  2. Como dito, para cada transformação o Secretário elaborará uma Ata especial, cuja qual será lida e aprovada na próxima sessão em que a Loja venha a se reunir naquele referido grau.
  3. Conforme o exposto na questão eu penso que não, pois me parece que os trabalhos sofreram modificações contrárias. Se uma Loja é aberta pela primeira vez num determinado grau, mesmo que ela seja transformada, ela deverá retornar ao grau de origem (abertura) para o encerramento. Assim, as conclusões são dadas no encerramento e no mesmo grau em que a Loja foi aberta.
  4. A resposta dada no item 4 responde essa questão.
Ratifico que esses procedimentos são para o REAA\. Não é o que acontece no Craft (Rito de York por aqui), onde em qualquer situação a Loja é sempre aberta e encerrada no Primeiro Grau, mesmo que ela vá trabalhar em outro Grau. Por exemplo, no Craft para se abrir a Loja de Mestre, abre-se obrigatoriamente por primeiro a do Aprendiz, na sequência a de Companheiro e por fim a Câmara do Meio. Encerrados os trabalhos, no sentido inverso fecha-se a Loja de Mestre, em seguida a de Companheiro e por fim a de Aprendiz. Não existe no Craft o termo “transformação de Loja”.
No que diz respeito ao seu questionamento e a resposta obtida comparada com uma Sessão Magna de Instalação e Posse a afirmativa é descabida, pois é sabido que nos bons rituais para essa finalidade os trabalhos são abertos à moda inglesa, sempre no Grau de Aprendiz, transformados para o de Companheiro e por fim para o de Mestre até que o Templo esteja coberto a todos aqueles que não possuam o título honorífico de Mestre Maçom Instalado.
Apenas na presença deles é que é aberto o Conselho de Mestres Instalados (não é Loja de Mestres Instalados, mas Conselho). Encerrada a Instalação, o Conselho, que se dá em Grau de Mestre Maçom, é desfeito e ingressam no recinto novamente os Mestres Maçons. Assim a Loja vai paulatinamente retornando e recebendo de volta os Irmãos do Grau de Companheiro e finalmente os do Grau de Aprendiz quando é feito então o encerramento dos trabalhos, ou seja, no mesmo grau em que a Loja fora originalmente aberta.
São essas as merecidas considerações. No mais, o que existe é pura firula que tem apenas o desiderato de complicar e não o de instruir.


T.F.A.

PEDRO JUK



DEZ/2017

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