Em 23/11/2018 o Respeitável Irmão Francisco Kennedy Campêlo, Loja Estrela
da Fronteira, 2.024, REAA, GOB-MS, Oriente de Novo Mundo, Estado do Mato Grosso
do Sul, apresenta a seguinte pergunta:
HARMONIA AO VIVO

CONSIDERAÇÕES.
Tradicionalmente,
na época em que não existiam aparelhos eletrônicos e de reprodução musical, era
comum a Coluna de Harmonia contar com música apropriada ao vivo. Na Inglaterra,
Irlanda e Escócia, principalmente, algumas Lojas ainda preservam esse costume, sobretudo
nas ocasiões apropriadas, destacando-se a beleza dos antigos órgãos de tubo
ainda utilizados na reprodução musical (costume herdado das igrejas,
provavelmente).
No
tocante à Coluna de Harmonia da Moderna Maçonaria e os rituais brasileiros,
embora em alguns exista o Oficial designado para esse ofício, cada Loja, nesse
sentido, têm se virado como pode isso porque muitos rituais pouco, ou mesmo
nada determinam sobre atividades para o Mestre de Harmonia, mesmo que ele faça
parte do quadro de oficiais, inclusive tendo lugar indicado na planta do
Templo.
Obviamente
que dentro dos costumes maçônicos, com respeito e gosto apropriado, é bastante
salutar que o Mestre de Harmonia exerça o seu oficio nos ritos que o adotam.
Infelizmente
vivemos em uma geração de maçons que vê a Coluna da Harmonia apenas como algo
que serve só para acender e apagar luzes e proferir ruídos iniciáticos, tudo no
melhor estilo do contra-regra que atuava nas antigas novelas da radiofonia.
Desafortunadamente poucos sabem que o Mestre de Harmonia ali é colocado para exercer
e destacar a sexta ciência das Sete Artes e Ciências Liberais – a Música –
matéria de estudo da Maçonaria.
Aproveito a
oportunidade para citar aqui alguns aspectos relativos à Coluna da Harmonia.
Alguns rituais de Investidura e Posse dos Oficiais e Dignidades da Loja, que
infelizmente atualmente são praticamente desconhecidos, mencionam o seguinte no
tocante ao Mestre de Harmonia:
“Ven\ Mestre para o Irm\ M\ de Harm\ - Empossando-vos na
Col\ da Harm\, vos revisto com a
joia do seu cargo – a Lira”.
José Castellani in Dicionário Etimológico Maçônico, p.
127 expõe:
“Lira, substantivo
feminino (do grego: Lya, pelo latim: Lyra), designa o instrumento musical de
cordas usado na Antiguidade Clássica e que tinha a forma de uma letra U,
cortado no alto por uma barra, onde se fixavam as extremidades superiores das
cordas. A Lira é geralmente a joia do Mestre de Harmonia (responsável pela
trilha sonora de uma sessão), existente em alguns ritos”.
A\inda a respeito, o
Mestre Theobaldo Varolli Filho se refere no Ritual do Primeiro Grau do REAA
(capa vermelha):
“A Coluna da Harmonia
e a Música. 1 – O Mestre de Harmonia só deve interromper a música quando
terminada a frase musical. Os Veneráveis devem respeitar essa regra; 2 – Prefere-se
musicas maçônicas, ou de autores maçons; 3 – Ainda é tradicional a execução de
trechos da ópera A Flauta Mágica, do nosso Irmão Mozart, que é também o autor
da imprescindível Marcha Maçônica. Esta pode ser substituída pelo Hino da
Maçonaria do nosso Irmão Dom Pedro I; 4 – Coros, Orquestras (o grifo é meu) e
Quartetos são permitidos; 5 – Órgão
antigo ou o elétrico é o melhor instrumento de música para as sessões maçônicas
(o grifo é meu)”.
No
mesmo ritual, o autor ainda sugere uma sequência de músicas apropriadas para
uma sessão maçônica.
Devo
mencionar também a obra do Irmão Zaly Barros de Araújo intitulada a Coluna de
Harmonia, cuja mesma tem conteúdo importante para o estudo sobre esse assunto
(veja na editora maçônica A Trolha).
Assim,
tudo o que fora aqui comentado e reproduzido sugere que a Coluna de Harmonia é
uma peça importante para liturgia maçônica, onde ela existir, sobretudo no que
diz respeito à reprodução de músicas apropriadas durante as sessões maçônicas,
destacando-se delas as iniciações e elevações.
Por
fim, no que diz respeito ao Mestre de Harmonia produzir música ao vivo, desde
que com qualidade e bom senso, eu não vejo nenhum problema. Todavia alerto:
sempre existirão os “do contra” e os adoradores do “onde está escrito”. Inquestionavelmente
esses, antes de construir, certamente irão produzir ferozes críticas. Nesse
caso, que cada um vista a carapuça se ela lhe servir.
P.S – As obras,
textos e rituais mencionados nessas considerações possuem apenas o caráter de
ilustrar didaticamente a resposta e não afrontar a ritualística do ritual que o
consulente pratica na sua Loja.
T.F.A.
PEDRO JUK
ABR/2019
Visitei uma loja em Sydney, Austrália e a harmonia era feita com um órgão elétrico de modelo litúrgico.
ResponderExcluirValeu meu Irmão.Obrigado pela visita. T.F.A.
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