Em 24/07/2018 o Respeitável Irmão Eflaviano Pires Macedo, Loja Caratinga
Livre, 0922, REAA, GOB-MG, Oriente de Caratinga, Estado de Minas Gerais,
solicita o seguinte esclarecimento:
ESTRELA. CINCO OU SEIS PONTAS?
Estudando o Grau 2 passei por uma citação sem referências que a Estrela
Flamejante no passado tinha 6 pontas e depois passou ser adotada com 5, você
tem alguma referência que trata do assunto?
CONSIDERAÇÕES.
Lamento dizer, mas não é nada disso.
A Estrela
Flamejante, a de cinco pontas, é símbolo especulativo, sobretudo da
vertente francesa da Maçonaria (latina). De origem pitagórica, ela somente
ingressou na constelação simbólica maçônica nos meados do século XIV. Como
símbolo hominal e com a letra G no centro, a Pentalfa é um dos ornamentos da
Loja de Companheiro no REAA\ (rito de origem
francesa). Nesse sentido a sua interpretação se coaduna com espinha dorsal
doutrinária no escocesismo como uma Luz intermediária (entre o Sol e a Lua). De
concepção mais próxima ao deísmo, característica comum a quase toda a Maçonaria
francesa, ela é objeto de estudo nos ritos que detém esse formato. No caso do
REAA\, embora ele pelas suas raízes até
possua alguma influência teísta haurida da sua banda anglo-saxônica, a Estrela
Flamejante concentra uma belíssima alegoria de transformação e comunicação
entre o espírito e a matéria (cinco princípios). Nesse particular ela é um
símbolo direcionado ao Segundo Grau.
A Estrela Hexagonal, ou a de seis
pontas, é a conhecida Blazing Star
comum à Maçonaria anglo-saxônica, cuja qual é reconhecidamente de concepção teísta.
Pelo caráter de Estrela de Davi ela é admitida nas preleções inglesas da Tábua
de Delinear. Tem a mesma função flamejante, porém com aspecto doutrinário que
condiz com a sua essência bíblica. Assim, a Magsen
David é própria como símbolo do Craft e em linhas gerais representa a
integração homem-espírito que vislumbra o aprimoramento daquele que busca o
aperfeiçoamento calcado na Fé e na Esperança pelo alcance do objetivo.
Ambos os símbolos
flamejantes, a Estrela Pentagonal (Pentalfa) e a Hexagonal (Ardente) são
símbolos exclusivamente especulativos e nem eram conhecidos dos Maçons
Operativos. Assim, essa justificativa de que uma se transformou na outra é mera
justificativa capenga e temerária.
É preciso que se
compreenda que com o advento dos ritos maçônicos a partir do século XVIII, cada
um deles traz tradição oriunda das suas raízes (sociais, políticas e
religiosas), portanto particularidades doutrinárias, em muitos pontos, se
diferem entre eles. É impossível se imaginar um mesmo relicário simbólico para
todos os ritos maçônicos. Pelas suas vertentes, embora de mesmo objetivo, os
ritos não raras vezes consagram para si particularidades únicas.
T.F.A.
PEDRO JUK
OUT/2018
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