sexta-feira, 1 de maio de 2020

LUVAS NO TRAJE MAÇÔNICO E OCUPAÇÃO MOMENTÂNEA DE CARGOS


Em 06/02/2020 o Respeitável Irmão André Ricardo Ferraz Roque, Loja Barão do Rio Branco, 03, GOIPE (COMAB), REAA, Oriente de Arcoverde, Estado de Pernambuco, solicita o seguinte esclarecimento.

LUVAS E SUBSTITUIÇÃO DE CARGO


Gostaria que o nobre Irmão pudesse tirar duas dúvidas quanto à ritualística:
- As luvas, elas devem ser usadas em que sessões? Em toda reunião ritualística, seja ela econômica ou magna, ou apenas em reuniões magnas?
- Vamos supor que as Luzes ou as Dignidades por algum motivo precisem deixar a sua mesa momentaneamente durante a Sessão, é obrigatório que outro Irmão ocupe o seu lugar para que este não fique vago?

CONSIDERAÇÕES.

Luvas - Já escrevi bastante no meu Blog sobre a utilização de luvas na Maçonaria. Vale então repetir que em alguns ritos elas possuem tão somente o caráter iniciático enquanto que em outros elas fazem também parte da indumentária do maçom.
No caso do REAA, as luvas genuinamente não são componentes do vestuário, entretanto possuem alto significado iniciático por lembrar que pela sua alvura o iniciado deve manter as suas mãos afastadas das águas lodosas do vício. Pelo viés iniciático elas têm relação direta com a liturgia das purificações que ocorrem na cerimônia de Iniciação. Desse modo, longe de serem simples peças de vestuário, a sua alvura recomenda ao indivíduo a observação da pureza no seu sentido mais amplo.
Infelizmente ainda existem rituais do escocesismo que trazem o par de luvas também como um dos componentes do vestuário do maçom, o que é um erro, pois elas são entregues ao neófito apenas como objetos de alto valor simbólico e não como meras peças de vestuário que se ajustam às mãos e aos dedos para servirem de agasalho, adorno, proteção ou higiene.
Nesse sentido vê-se então maçons equivocadamente usando luvas aleatoriamente, sobretudo nas sessões magnas. Há de se observar que bons rituais apenas fazem alusão ao significado das luvas brancas quando elas são entregues ai neófito durante a Iniciação, não exigindo propriamente delas a sua utilização como elementos de vestuário de gala. Reitero, essa menção se faz ao REAA.
Pelo dito, no que concerne à sua questão e o uso das luvas na Maçonaria, originalmente no REAA elas são entregues para que o Iniciado as tenha apenas como emblema e não como objetos que literalmente devem ser calçados às mãos durante os trabalhos maçônicos, sejam esses ritualísticos (magnos ou econômicos) ou não. Em síntese, não é original no simbolismo do REAA o uso de luvas durante quaisquer trabalhos maçônicos. É bem verdade que mesmo equivocados, podem existir rituais que apregoem ao contrário, nesse caso é preciso antes arrumar o ritual (errata) do que desrespeitá-lo. Reitero, as luvas nesse caso são elementos emblemáticos e não peças de vestuário.
Ausência dos lugares - Respondendo sua questão, se o caso for momentâneo não há necessidade de que os titulares sejam substituídos, sobretudo pela falsa alegação de que sob nenhuma hipótese esses lugares possam ficar vazios, ainda que momentaneamente. Por óbvio que essa ausência pode ocorrer no decorrer dos trabalhos simplesmente por dever de ofício do titular, ocorrendo em seguida o seu imediato retorno. Observe que existem passagens ritualísticas que requerem uma breve saída dos titulares dos seus respectivos lugares, entretanto não existe nessa ocasião nenhum "preenchimento" de cargos. Se a ausência for definitiva, evidentemente que os substitutos legais assumirão a titularidade.
Um cuidado especial nesse caso deve ser dado ao cargo de Cobridor Interno - cargo que não pode, sob nenhuma hipótese permanecer desocupado - Landmark do sigilo.
Lembro que excessos de preciosismo apenas depõem contra o bom andamento da liturgia maçônica.




T.F.A.


PEDRO JUK


MAIO/2020

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