Em 11.08.2021 me foi apresentada a seguinte questão pertinente ao REAA, GOB, Oriente do Rio de Janeiro:
CONDUÇÃO DO VENERÁVEL MESTRE.
Meu iminente Irmão solicito me informar como deverá ser feito a condução
do Venerável Mestre por parte do Mestre de Cerimônias no início da sessão para
seu ingresso no Altar. O mesmo deverá ingressar no Altar pelo lado do Orador ou
pelo lado do Secretário, isto no REAA?
O outro questionamento versa sobre como deve ser feito a saudação às autoridades por ocasião do uso da palavra: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante, Segundo Vigilante, autoridades maçônicas do oriente, de acordo com o protocolo maçônico, oficiais, mestres
, companheiros e aprendizes? Ou conforme preceitua o nosso Grande Oriente do Rio de Janeiro, ou seja, saúda-se primeiro quem preside (Grão-Mestre), após quem dirige (Venerável Mestre) a seguir as autoridades que compõem o Oriente, conforme a faixa de cada irmão, isto porque os ocupantes do oriente tem precedência sobre os Vigilantes, conforme atesta a formação do cortejo. Finda as saudações do Oriente cumprimenta-se os Vigilantes, Oficiais, Mestres, Companheiros e Aprendizes. Fico agradecido pelo esclarecimento.
CONSIDERAÇÕES.
Ingresso no Altar - sem nenhuma conotação
iniciática, porém de organização ritualística, a praxe é a de que o Venerável
Mestre sempre ingresse pelo lado norte do Altar, isto é, se desloca pela Coluna
do Norte em direção ao Oriente conduzido pelo Mestre de Cerimônias, que vai à
frente. Ambos ingressam no Oriente pelo lado próximo ao Porta Bandeira e Orador
e, pelo lado norte do Altar o Venerável Mestre sobe os degraus que o conduzem
ao sólio. O Mestre de Cerimônias não sobe, mas permanece abaixo do sólio
enquanto aguarda a chegada do Venerável Mestre ao seu lugar. O Mestre de
Cerimônias, assim que o Venerável ocupe o seu lugar, de imediato se dirige para
o seu lugar em Loja.
A única abordagem feita pelo lado Sul do Altar
(mesmo lado do Secretário e do Porta Estandarte) ocorre durante a cerimônia de
Iniciação para a liturgia da Taça Sagrada. Isso se justifica porque a ritualística
exige a seguir a retirada do Candidato em direção da Coluna do Sul.
As demais abordagens, são sempre feitas pelo
lado do ombro direito do Venerável Mestre - este olhando do Oriente para o
Ocidente - ou seja, pelo mesmo lado em que o Venerável ingressa no sólio.
Desse modo, em retirada o Venerável sai do altar
pelo lado sul.
A propósito, norte e sul do Altar correspondem respectivamente
ao lado direito e esquerdo daquele que do Oriente olha para o Ocidente. O termo
norte e sul é apenas referencial.
Saudação - na questão da saudação em Loja, a
prática do usuário da palavra não deve ser assim confundida. É bom que se diga
que o usuário da palavra não saúda ninguém, mas cumpre a maneira protocolar de
se dirigir à Loja. Se colocar à Ordem para dirigir a palavra não é sob nenhuma
hipótese saudação maçônica.
Destaco que saudação em Loja é feita apenas pelo
Sinal Penal do Grau conforme o previsto na página 42 do ritual de Aprendiz do
REAA do GOB. Nesse sentido, a saudação somente é feita ao Venerável Mestre quando
se ingressa e sai do Oriente, ou às Luzes da Loja quando da entrada formal ou
retirada definitiva.
Desse modo, quem pede a palavra não saúda
ninguém, mas se coloca à Ordem para se dirigir à assembleia na forma de
costume. Assim, os três primeiros a serem mencionados são as Luzes da Loja, já
que é deles o ofício de dirigir os trabalhos. O referencial desse ofício é o
malhete que cada um dos titulares traz consigo como objeto de trabalho.
Não importa qual autoridade esteja presente, por
primeiro o usuário da palavra deve se dirigir ao Venerável Mestre e aos
Vigilantes (todos os portadores do malhete). Ato seguido à mais alta autoridade
presente, oportunidade em que se recomenda que em nome dela se saúde as demais
que porventura possam estar presentes; por fim, de modo generalizado, “meus
Irmãos”, sem a necessidade de mencionar todos oficiais pelos seus cargos,
Mestres, Aprendizes e Companheiros. O termo “meus Irmãos” engloba perfeitamente
esse procedimento.
O que de fato é de péssima geometria são as
intermináveis referências protocolares às autoridades e demais presentes. Esse
tipo de atitude somente oportuniza perda de tempo, sendo contraproducente para
o desenvolvimento dos trabalhos.
Reitero, não há necessidade de se ficar
nominando autoridades, cargos, etc., uma a uma. Protocolarmente basta que apenas
uma das autoridades, ao ser mencionada, possa representar as demais.
Por oportuno, volto a salientar que quem dirige
os trabalhos é o Venerável Mestre que, mesmo na presença do Grão-Mestre, recebeu
dele o malhete de volta para direção da Loja. Nesse caso, dirigir e presidir é
a mesma coisa. Não há o porquê nesse caso de se citar o Grão-Mestre antes do
Venerável.
A Maçonaria, antes de tudo é uma escola de
humildade e não um desfile de títulos e cargos no Oriente. É mesmo inimaginável
que os usuários da palavra se dirijam à Loja mencionado um a um os cargos e as autoridades
presentes. A objetividade é uma qualidade imprescindível para o bom
desenvolvimento dos trabalhos. Infelizmente ainda vivemos costumes ultrapassados
que precisam ser, na medida do possível, sumariamente extirpados.
Dando por concluindo, lembro então que saudação
em Loja é feita pelo Sinal Penal do Grau apenas nos momentos previstos no
ritual. A maneira protocolar de se dirigir à Loja não é saudação maçônica. Há
que se notar que quem estiver em pé usando a palavra, fica à Ordem e assim
permanece até o final da sua fala, quando o sinal é desfeito na forma de
costume antes de sentar. Por fim, se dirigir à Loja de modo abreviado, sem as intermináveis
menções individualizadas, é atitude de boa geometria. É essa a recomendação.
T.F.A.
PEDRO JUK – SGOR/GOB
http://pedro-juk.blgspot.com.br
AGO/2021
Esclarecedor. Divulgado e adaptado para o Rito de Schröder, se me permite.
ResponderExcluirSempre Eminente Irmão. O conteúdo é nosso. Fraterno Abraço e grato pela visita.
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