Em 21.07.2021 o Respeitável Irmão Alexander George Whyte Gailey, Loja Renascer de Cotia, 3706, GOB-SP, REAA, Oriente de Cotia, Estado de São Paulo, apresenta a questão que segue.
PEDRA FUNDAMENTAL
Venho
por esta solicitar orientação sobre o lançamento da pedra fundamental do
projeto que temos da construção de nosso Templo. Alguns Irmãos comentaram que existe
um “ritual “para este tipo de procedimento e gostaria que pudesse nos
esclarecer com a luz de sua sapiência.
CONSIDERAÇÕES.
Na verdade,
a Pedra Fundamental na Moderna Maçonaria não se trata especificamente de ser uma
pedra angular, mas genericamente é o marco inicial simbólico da construção de
um templo maçônico.
Especulativamente, consiste em colocar em uma urna algo que represente
aquele solene momento e fique devidamente registrado na a mente dos pósteros. Geralmente a tendência é de que essa urna seja aberta futuramente quando a Loja comemorar o seu jubileu de prata, jubileu de ouro, ou outro qualquer momento relevante para a Loja.
A
bem da verdade, esse costume rememora de maneira simbólica os tempos operativos
da Maçonaria quando era então colocada no canto nordeste da obra a sua pedra
angular, ou seja, o marco referencial de onde partiam todos os nivelamentos,
alinhamentos e aprumadas da construção. Era uma espécie de 0=PP, ou o ponto de
partida da obra.
Na Moderna
Maçonaria, especulativa por excelência, esse costume é relembrado em se enterrando
num lugar próximo ao canto nordeste do canteiro de obras uma urna lacrada representativa, contudo tomando-se o cuidado para que esse elemento emblemático
não venha posteriormente atrapalhar a construção da verdadeira estrutura de fundação da obra.
A
referência “canto nordeste” vem dos tempos do ofício quando era marcado o primeiro
“canto” em cujo qual se utilizava o cordel de 12 nós equidistantes que servia
para esquadrejar as esquinas da edificação em se aplicando a 47ª Proposição de
Euclides (Teorema de Pitágoras).
O canto,
ou esquina inicial, ficava na banda nordeste do canteiro porque no hemisfério
Norte, berço de nascimento da Maçonaria, esse era hipoteticamente o lugar mais
escuro e mais distante da luz que aparentemente vinha da banda Sul (do mais
escuro para o mais iluminado). Na verdade, é a aparente declinação máxima do
Sol em direção ao Sul no inverno setentrional.
A aplicação
prática desse teorema era a de que partindo dessa pedra angular (canto inicial)
marcavam-se três nós do cordel em direção ao Sul (Meio-Dia); quatro outros nós
em direção ao Ocidente (ocaso do Sol); fechava-se a hipotenusa desse triângulo
retângulo com cinco nós. Dessa aplicação resultava o “canto” esquadrejado
(90º). Não à toa que o substantivo “canteiro” é derivado da palavra “canto”.
Assim,
simbolicamente os rituais, ou os roteiros especulativos, vivenciam essa antiga
gênese de edificação do período operativo da Maçonaria, ordenando para tal um
cerimonial para o lançamento da Pedra Fundamental.
Em
linhas gerais o ponto básico dessa cerimônia especulativa consiste em fazer com
que os oficiais da Loja literalmente percorram os quatro cantos do polígono que
baliza a futura construção (pelo terreno ao ar livre) como que vivenciando essa
alegoria. Para isso a comitiva parte simbolicamente do canto nordeste e
paulatinamente passa respectivamente pelos cantos noroeste, sudoeste e sudeste,
voltando ao canto nordeste que é o ponto inicial (fechando a poligonal. O trajeto simula o quadrilongo
projetado do Templo.
No
caso do ritual, no GOB existe um “Roteiro de Lançamento da Pedra Fundamental”
que se encontra em Rituais Especiais, Eventos Irrestritos e Roteiros, Decreto
1517/17, edição 2017 em vigência.
No entanto, vale
mencionar que esse roteiro do GOB carece de correção porque lamentavelmente na
sua página 231, consta uma planta onde o ponto cardeal Norte descrito está
contraditório à situação do retângulo emblemático, pois a orientação que
deveria coincidir com os pontos cardeais Norte, Sul, Leste e Oeste encontra-se com
o Norte apontando para o Leste (Oriente). Entenda-se que a grande marcha
(procissão dos Oficiais) que ocorre na cerimônia de Lançamento da Pedra
Fundamental é horária e parte do canto nordeste. Sem dúvida, isso precisa ser
corrigido, fazendo assim com que os pontos cardeais Norte, Sul, Leste e Oeste coincidam
com os lados Norte, Sul, Leste e Oeste do retângulo balizador da futura
construção.
Em
relação ao cerimonial propriamente dito, vale mencionar que o final da grande
marcha ocorre quando a procissão atingir novamente o canto NE, onde nele é
enterrada a urna lacrada que simboliza a Pedra Fundamental.
É nesse
momento que a urna recebe elementos como jornais da época, moedas, notas, copias
de discursos proferidos na ocasião, ata do evento, cópia do projeto, fotos, e
outros elementos que possam fazer parte da solene ocasião e relembradas no
futuro. Recebidos esses elementos a urna é lacrada pelo Venerável Mestre que terá nas mãos uma trolha (colher de pedreiro).
Eram
esses os sucintos comentários, destacando que procurei também ilustrar a
origem dessa cerimônia que atualmente tem sido própria de muitos ritos maçônicos especulativos da Moderna Maçonaria.
T.F.A.
PEDRO
JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
JAN/2022
Prezado, Boa noite!
ResponderExcluirGostaria de ser um Maçon, meu avô foi mas eu era mto pequeno p entrar
Meu nome é Davi. Esta noite tive este tipo de sonho onde me deixavam entrar em um lugar com vários homens de capuz que me pediam p acender uma lâmpada mto estranha. Quero ser Maçon como faço...
Embora Maçonaria não tenha nada a ver com "sonhos" você pode pleitear informações nesse sentido no site oficial da Maçonaria Regular que é o Grande Oriente do Brasil, no seu Estado, assim como a CMSB ou COMAB (ambas do seu Estado). Lá você consegue informações confiáveis. Já o alerto, cuidado com certos grupos que não são parte das Obediências que mencionei. Alerto que há muita vigarice de pilantras que usam o nome da Maçonaria para cooptar pessoas inocentes.
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