Em 08/11/2017 o Respeitável Irmão Luciano Peixoto,
Loja Universitária de Cascavel, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do
Paraná, solicita a seguinte informação:
OFÍCIO DO COBRIDOR EXTERNO.
Assumi este
ano o cargo de Cobridor Externo e percebi que tem poucos detalhes sobre a
função no manual de procedimentos ritualísticos. Tentando tirar dúvidas com os
Irmãos percebi também que muitos não têm convicção sobre o cargo.
As minhas
dúvidas são básicas, como por exemplo, no início da sessão, na entrada dos
Irmãos ao Templo, bem como na saída, devo ficar com a espada embainhada ou a
rigor? Como devo proceder nas entradas e saídas dos Irmãos nos casos de mudança
de Grau da sessão? Depois que se inicia a sessão e um Irmão chega atrasado,
qual é o procedimento correto?
CONSIDERAÇÕES.
O Cobridor Externo (Guarda
Externo) na Maçonaria latina ou o Tiler
na Maçonaria inglesa é um dos cargos mais antigos utilizados na Ordem.
Originário dos tempos operativos ele tinha a função de guardar e proteger
externamente o local de trabalho dos bisbilhoteiros e dos cowans.
Com o advento da Maçonaria
Especulativa e na sequência da Moderna Maçonaria o Cobridor ou o Guarda Externo
foi mantido com a função simbólica de proteger a porta do Templo pelo seu lado
externo. No caso do REAA\ ele ocupa o respectivo Átrio.
Até certo ponto esse cargo foi
mantido, principalmente na vertente francesa com um cargo mais decorativo do
que funcional na liturgia. Em síntese, não lhe é dada a importância que o cargo
devidamente merece.
Pelo seu aspecto quase decorativo,
no REAA\ - rito
de origem francesa - o Cobridor Externo tem sido mantido em alguns rituais das
Obediências como um elemento que vigia o espaço externamente apenas durante a
abertura dos trabalhos, ingressando no Templo logo após a devida abertura
ritualística e ali permanecendo “esquecido” até no encerramento - isso quando esse
cargo é preenchido.
Diferente da Maçonaria inglesa, o
Tiler (título dado ao Guarda Externo
na Inglaterra) obrigatoriamente
permanece no Átrio e geralmente ele não é um membro efetivo da Loja, mas um
Past-Master idoso e experiente que tem por ofício guardar externamente a Sala
da Loja, inclusive sendo remunerado financeiramente pelo seu ofício. O Tiler não ingressa nos trabalhos
ritualísticos na Inglaterra.
A despeito do que foi até aqui
comentado, no caso do REAA\ o Cobridor Externo pelo menos deveria
ser o primeiro oficial a receber eventualmente os retardatários que
costumeiramente pedem ingresso após a abertura dos trabalhos. Também, no caso
de existirem visitantes que formalmente só ingressam após a Ordem do Dia, o
Cobridor Externo deveria permanecer no Átrio – pelo menos até as suas
entradas. Ainda, em havendo necessidade de cobertura temporária do Templo para
Irmãos cumprindo as formalidades ritualísticas de mudança de grau, também o
Guarda Externo deveria se posicionar no Átrio até o retorno dos
retirantes (em tese alguém está presente nas proximidades do Templo).
Obviamente que nada disso acontece, pois não está
previsto no ritual. É comum atualmente apenas que ele ingresse após a abertura
e tome assento no seu lugar devido e ali permaneça até o encerramento.
Dados esses comentários, seguem as respostas
solicitadas:
- Segundo o Ritual do GOB\ e os
Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR, durante o ingresso o Cobridor Externo
permanece no Sul do Átrio, próximo a Coluna Vestibular J\ mantendo
a espada desembainhada, isto é, em ombro-arma até que todos tenham ingressado.
Posteriormente embainha a espada e permanece no Átrio até que seja convidado a
entrar. Quanto ao encerramento nada é mencionado. Nesse sentido ele se retira
com os demais, preferencialmente ao final do préstito em retirada, mantendo a
espada embainhada. Não existindo bainha, mantém a espada no dispositivo
localizado atrás do espaldar da sua cadeira.
- O ideal seria ele se manter no
Átrio com a espada em ombro-arma enquanto o Templo estivesse coberto aos
retirantes, entretanto como nada está previsto nesse sentido, o Cobridor
Externo se mantém internamente sentado no seu devido lugar (lado Norte da
porta). Nesse caso sua espada permanece embainhada ou, na ausência de bainha,
ela fica presa no dispositivo preso atrás do espaldar da sua cadeira.
- Como nada está previsto, tendo
ele já ingressado, permanece sentado no seu lugar. Na hipótese de que ele não
tenha ainda ingressado, é dele então a responsabilidade inicial de receber
retardatários na forma de costume, dar os avisos iniciais sobre o grau de trabalho
da Loja, podendo inclusive e se for o caso, submeter o atrasado aos exames
iniciais da praxe antes que ele peça ingresso.
T.F.A.
PEDRO JUK
FEV/2018
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