terça-feira, 20 de fevereiro de 2018

OFÍCIO DO COBRIDOR EXTERNO

Em 08/11/2017 o Respeitável Irmão Luciano Peixoto, Loja Universitária de Cascavel, REAA, GOB-PR, Oriente de Cascavel, Estado do Paraná, solicita a seguinte informação:

OFÍCIO DO COBRIDOR EXTERNO.


Assumi este ano o cargo de Cobridor Externo e percebi que tem poucos detalhes sobre a função no manual de procedimentos ritualísticos. Tentando tirar dúvidas com os Irmãos percebi também que muitos não têm convicção sobre o cargo.
As minhas dúvidas são básicas, como por exemplo, no início da sessão, na entrada dos Irmãos ao Templo, bem como na saída, devo ficar com a espada embainhada ou a rigor? Como devo proceder nas entradas e saídas dos Irmãos nos casos de mudança de Grau da sessão? Depois que se inicia a sessão e um Irmão chega atrasado, qual é o procedimento correto?

CONSIDERAÇÕES.

O Cobridor Externo (Guarda Externo) na Maçonaria latina ou o Tiler na Maçonaria inglesa é um dos cargos mais antigos utilizados na Ordem. Originário dos tempos operativos ele tinha a função de guardar e proteger externamente o local de trabalho dos bisbilhoteiros e dos cowans.
Com o advento da Maçonaria Especulativa e na sequência da Moderna Maçonaria o Cobridor ou o Guarda Externo foi mantido com a função simbólica de proteger a porta do Templo pelo seu lado externo. No caso do REAA\ ele ocupa o respectivo Átrio.
Até certo ponto esse cargo foi mantido, principalmente na vertente francesa com um cargo mais decorativo do que funcional na liturgia. Em síntese, não lhe é dada a importância que o cargo devidamente merece.
Pelo seu aspecto quase decorativo, no REAA\ - rito de origem francesa - o Cobridor Externo tem sido mantido em alguns rituais das Obediências como um elemento que vigia o espaço externamente apenas durante a abertura dos trabalhos, ingressando no Templo logo após a devida abertura ritualística e ali permanecendo “esquecido” até no encerramento - isso quando esse cargo é preenchido.
Diferente da Maçonaria inglesa, o Tiler (título dado ao Guarda Externo na Inglaterra) obrigatoriamente permanece no Átrio e geralmente ele não é um membro efetivo da Loja, mas um Past-Master idoso e experiente que tem por ofício guardar externamente a Sala da Loja, inclusive sendo remunerado financeiramente pelo seu ofício. O Tiler não ingressa nos trabalhos ritualísticos na Inglaterra.
A despeito do que foi até aqui comentado, no caso do REAA\ o Cobridor Externo pelo menos deveria ser o primeiro oficial a receber eventualmente os retardatários que costumeiramente pedem ingresso após a abertura dos trabalhos. Também, no caso de existirem visitantes que formalmente só ingressam após a Ordem do Dia, o Cobridor Externo deveria permanecer no Átrio – pelo menos até as suas entradas. Ainda, em havendo necessidade de cobertura temporária do Templo para Irmãos cumprindo as formalidades ritualísticas de mudança de grau, também o Guarda Externo deveria se posicionar no Átrio até o retorno dos retirantes (em tese alguém está presente nas proximidades do Templo).
Obviamente que nada disso acontece, pois não está previsto no ritual. É comum atualmente apenas que ele ingresse após a abertura e tome assento no seu lugar devido e ali permaneça até o encerramento.
Dados esses comentários, seguem as respostas solicitadas:
- Segundo o Ritual do GOB\ e os Procedimentos Ritualísticos do GOB-PR, durante o ingresso o Cobridor Externo permanece no Sul do Átrio, próximo a Coluna Vestibular J\ mantendo a espada desembainhada, isto é, em ombro-arma até que todos tenham ingressado. Posteriormente embainha a espada e permanece no Átrio até que seja convidado a entrar. Quanto ao encerramento nada é mencionado. Nesse sentido ele se retira com os demais, preferencialmente ao final do préstito em retirada, mantendo a espada embainhada. Não existindo bainha, mantém a espada no dispositivo localizado atrás do espaldar da sua cadeira.
- O ideal seria ele se manter no Átrio com a espada em ombro-arma enquanto o Templo estivesse coberto aos retirantes, entretanto como nada está previsto nesse sentido, o Cobridor Externo se mantém internamente sentado no seu devido lugar (lado Norte da porta). Nesse caso sua espada permanece embainhada ou, na ausência de bainha, ela fica presa no dispositivo preso atrás do espaldar da sua cadeira.
- Como nada está previsto, tendo ele já ingressado, permanece sentado no seu lugar. Na hipótese de que ele não tenha ainda ingressado, é dele então a responsabilidade inicial de receber retardatários na forma de costume, dar os avisos iniciais sobre o grau de trabalho da Loja, podendo inclusive e se for o caso, submeter o atrasado aos exames iniciais da praxe antes que ele peça ingresso.


T.F.A.

PEDRO JUK



FEV/2018

Nenhum comentário:

Postar um comentário