Em 02/02/2019 o Irmão Diogo Arthur Russi Vergaças, Companheiro Maçom da
Loja Fraternidade Acadêmica Areópago Jundiaiense, 3.346, GOB-SP, Oriente de
Jundiaí, Estado de São Paulo, solicita esclarecimentos para o que segue:
REAA – DÚVIDAS RITUALÍSTICAS.
Sou Companheiro Maçom e estou realizando um
trabalho para aumento de salário visando minha Exaltação. O tema deste trabalho
é Ritualística do REAA.
Para realizar a peça de arquitetura fiz a aquisição
de algumas bibliografias, entre elas, "O Rito Escocês Antigo e Aceito -
História - Doutrina - Prática", escrita pelo nosso memorável Ir\ José Castellani.
Ocorre que estou tendo muitas dúvidas para elaborar
a peça, pois as bibliografias adquiridas tratam do REAA em sua forma original,
com costumes que já não estão mais em prática pelo GOB.
Dessa forma recorri à internet e consegui um
material de ritualística que condiz mais com a realidade atual. Entretanto
ainda tenho algumas dúvidas e preciso de alguns esclarecimentos para terminar a
peça. Caso o Ir\ tenha algum material de ritualística para me enviar ficaria imensamente
grato, principalmente no tocante ao Pavilhão Nacional (entrada, saudação e
saída), que é a próxima etapa do trabalho que iniciarei.
Pesquisando no Google encontrei o blog do Ir\, local por onde consegui o vosso e-mail e percebi
que várias dúvidas são esclarecidas por V. Sª.
Portanto, peço humildemente a ajuda nas seguintes
questões, as quais tenho até o momento.
1 - Apesar de no Ritual do GOB 2009 não constar,
estou vendo nas literaturas que a entrada no Or\ se faz pelo lado Nordeste, e a saída pelo lado Sudeste, poderia me
confirmar essa informação?
2 - Na abertura ritualística, quando os Diáconos
transmitem a palavra sagrada, o 1º Diácono ao sair do Or\, na linha balaustrada, deverá virar ao V\ M\ e fazer a saudação? Ou apenas uma parada rápida e formal? Ou nenhum dos
dois porque a Loja ainda não está aberta? A saída e entrada deste Ir\ deverá ser pelo sudeste e nordeste, respectivamente?
3 - Durante A Palavra a Bem da Ordem em Geral e do
Quadro em Particular, após reinar silêncio nas colunas, os VVig\poderão falar sentados ou terão que ficar de pé e à
Ordem?
4 - Os IIr\ que ocupam mesas, como Orador, Chanceler, Secretário e Tesoureiro,
poderão falar sentados ou terão que ficar em pé e à Ordem?
Como o Ir\ pode perceber a maioria das dúvidas é em relação a detalhes, que muitas
vezes estão omissos no Ritual. Outras dúvidas que tinha foram dirimidas graças
às respostas do seu blog, como por exemplo, que não é mais usual a saudação
realizada no equador, ao V\ M\, durante a circulação no ocidente.
Por enquanto estou satisfeito com essas questões,
obrigado pela atenção meu Ir\.
CONSIDERAÇÕES.
No que diz respeito ao Pavilhão Nacional, há o Decreto 1476/2016 do GOB
que regula e dá explicações a respeito.
No que diz respeito
às suas questões, seguem as respostas abaixo:
- É o correto. Isso se dá por influência da circulação horária no
Ocidente. Independente do simbolismo iniciático, A prática estabelece
também uma organização ritualística durante os trabalhos em Loja. É
preciso que se diga que o Oriente e o Ocidente são dois quadrantes Loja. O
Ocidente se divide em duas Colunas, a do Norte e a do Sul. Do quadrante
ocidental para se ingressar no oriental se faz passando antes pela Coluna
do Norte e, para dele se retirar, se faz sempre em direção da Coluna do
Sul. Nesse sentido é preciso antes entender que a Coluna do Norte no
Templo é todo o espaço à esquerda de quem entra limitando-se na sua altura
do eixo longitudinal do Templo (equador) até a parede Norte (topo). O seu
comprimento se dá desde o limite com o Oriente e até a parede ocidental.
Já a Coluna do Sul no Templo é todo o espaço à direita de quem entra
limitando-se, na sua altura, desde o eixo longitudinal do Templo (equador)
até a parede Sul (topo). O seu comprimento se dá do limite com o Oriente e
até a parede ocidental. O eixo equador do Templo divide o espaço ocidental
em dois hemisférios chamados em Maçonaria de Colunas do Norte e do Sul.
Representando um segmento da superfície terrestre sobre o Equador, as
Colunas Vestibulares B e J marcam a passagem dos trópicos de Câncer ao
Norte e de Capricórnio ao Sul. Hipoteticamente, é entre os dois trópicos
que acontece a circulação horária no Ocidente. Daí o porquê de não existir
circulação na mesma Coluna (hemisfério), já que não faria sentido se dar a
volta ao mundo para parar no mesmo lugar. Um importante símbolo que
demostra a circulação entre os trópicos é o do “círculo entre as paralelas”
que, em primeira análise, confirma que o Sol não ultrapassa os trópicos. Cada
um desses trópicos alude aos solstícios de inverno e de verão – datas
comemorativas a João, o Batista e a João, o Evangelista (as Lojas de São
João).
- O ato de se circular em Loja começa a partir do momento em que o
Venerável, durante o processo de abertura dos trabalhos, solicita aos
Irmãos que o ajudem a abrir a Loja. O que não se faz antes da Loja ser
declarada aberta são Sinais, salvo aquele que identifica, perante o(s)
Vigilante(s), se os presentes no Ocidente são maçons. Dado a esse
comentário, circulação não é Sinal, portanto, antes da Loja estar aberta
(em procedimento de abertura) ingressa-se no Oriente pela Coluna do Norte
sem que nessa ocasião se faça qualquer saudação (nem Sinal e nem parada
formal). O mesmo procedimento ocorre durante a saída do Oriente.
Confirmando, antes de a Loja estar aberta (em processo de abertura), ao se
ingressar ou sair do Oriente, não se faz Sinal e nem qualquer parada
formal, entretanto, nele se ingressa pelo nordeste (mesmo lado do Orador)
e sua saída se faz pelo sudeste (mesmo lado do Secretário).
- Os Vigilantes por serem duas das três Luzes da Loja, mesmo no
Ocidente só falam em pé quando o ritual determinar. Em qualquer outra
situação eles podem falar sentados, mas, se porventura por deferência
resolverem falar em pé, então falam à Ordem (deixam seus malhetes e
compõem o Sinal normalmente).
- Salvo
quando o ritual determinar o contrário, o Orador e o Secretário, por ocuparem
o Oriente falam sentados. Da mesma forma se, por deferência, resolverem
falar em pé, então ficam à Ordem. No Ocidente só podem falar sentados os
Vigilantes, já o Tesoureiro e o Chanceler falam à Ordem. As mesas não são
referências para os que seus ocupantes falem sentados. Infelizmente existe
um equívoco no GOB que acaba colaborando com a existência dessa dúvida. É
porque o Tesoureiro e o Chanceler são equivocadamente também chamados de
Dignidades quando eles não são. Na realidade, ambos, junto às cinco
Dignidades integram os sete cargos eletivos que compõem a “diretoria da
Loja”. É preciso que se diga que verdadeiramente as Dignidades de uma Loja
são “cinco”, a saber: as três Luzes (Venerável e os Vigilantes) mais o
Orador e o Secretário. Em se tratando da Moderna Maçonaria três Mestres
governam a Loja, cinco Mestres a compõem e sete Mestres a completam.
Eram essas as considerações, não sem antes do concluir mencionar que
todas essas informações, correções e adequações logo estarão numa página no
site do GOB para consulta dos Irmãos. Estou trabalhando arduamente nisso, mais
com toda a prudência que o assunto merece.
T.F.A.
PEDRO JUK
FEV/2019
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