sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

ORDEM DE ARQUITETURA PARA COLUNAS ZODIACAIS - ESTÁTUAS DE MINERVA, HÉRCULES E VÊNUS


 

Em 06/08/2020 o Respeitável Irmão Crescêncio Ferreira Neto, Loja Fraternidade Lagoense, 4.214, REAA, GOB-RS, Oriente de Lagoa Vermelha, Estado do Rio Grande do Sul, formula a seguinte questão:

 

ORDEM DE ARQUITETURA PARA AS COLUNAS ZODIACAIS.

 

Nos conhecemos quando o irmão esteve em Porto Alegre a alguns anos. Estamos construindo nosso Templo e nos surgiu uma dúvida quanto a ordem das colunas. Eu entend


o que as duas colunas que sustentam o dossel sobre o Venerável Mestre poderiam ser Jônica por representar o pilar da sabedoria. Já as colunas zodiacais gostaríamos de fossem Dórica na coluna do norte (força) e Coríntia na coluna do sul (beleza). Estamos no caminho certo ou para as 12 colunas zodiacais deveríamos utilizar um único tipo de colunas?
E aquelas 3 estátuas que tem em alguns templos? Minerva, etc. É correto colocar junto ao Venerável Mestre e Vigilantes ou é invenção?

 

CONSIDERAÇÕES:

 

No tocante às colunas que sustentam o dossel – A bem da verdade elas não são previstas como elementos integrantes desse mobiliário. Geralmente o dossel fica estruturalmente fixado diretamente na parede, a uma altura suficiente para não encobrir o Delta. Em se tratando do REAA a coluna grega de ordem Jônica que representa a Sabedoria não aparece necessariamente. É citada, mas de modo abstrato.

No que diz respeito às colunas zodiacais – Essas colunas que geralmente aparecem em seção de meias colunas encravadas na parede não possuem essencialmente nenhuma ordem de arquitetura. Na verdade, elas ali estão para representar as doze constelações do Zodíaco. Distribuídas a partir de Áries, seis ficam encravadas verticalmente no topo da Coluna do Norte (parede setentrional) e seis no topo da Coluna do Sul (parede meridional).

As colunas zodiacais se reportam às doze constelações que originalmente apareciam representadas na base da abóbada. Vale a pena mencionar que a tradição da decorar a abóbada no REAA é oriunda da Loja Geral Escocesa, criada no Grande Oriente da França para amparar o Rito nos primeiros anos de existência dos seus rituais simbólicos - início do século XIX. Com o passar do tempo, as constelações do zodíaco acabariam quase que desaparecendo da decoração, o que fez com que aparecessem então, como que a brotar das paredes, as colunas zodiacais com o fito de projetar (marcar) as constelações desaparecidas da base da abóbada. Na Europa, muitos templos do Rito Antigo e Aceito (assim que ele é conhecido por lá) ainda trazem tradicionalmente as constelações do Zodíaco pintadas na base da abóbada ou no alto das paredes, contudo não trazem a colunas zodiacais.

A despeito dessas particularidades, o importante é o que essa marcação zodiacal representa no Rito e não especificamente a ordem de arquitetura dessas colunas.

Assim, essas doze colunas são iguais e trazem cada qual no seu respectivo capitel o símbolo (pantáculo zodiacal) pertinente à constelação que ela representa. Alegoria de primordial importância para o REAA, as colunas zodiacais marcam simbolicamente o caminho que o iniciado deve percorrer até alcançar a plenitude maçônica (exaltado para ingressar no Oriente).

Do mesmo modo as colunas zodiacais não estão ali colocadas como emblemas da Força ao Norte e da Beleza ao Coluna do Sul. As colunas da Força e Beleza, tal qual a da Sabedoria no Oriente são de conotação abstrata no REAA e não precisam fisicamente aparecer.

Cabe ainda lembrar que o REAA (rito de origem francesa) não traz nos seus Painéis da Loja nenhuma representação pertinente às ordens de arquitetura gregas Jônica, Dórica e Coríntia. Essas ordens de arquitetura literalmente são comuns na Tábua de Delinear do grau Aprendiz Maçom nos trabalhos de origem inglesa (Craft).

Por fim, a questão das estátuas de Minerva, Hércules e Vênus - geralmente elas não constam como símbolos nos rituais do REAA, contudo, muitos autores respeitáveis,

a exemplo dos saudosos e irretocáveis Irmãos José Castellani e Francisco de Assis Carvalho, até as sugeriram como elementos decorativos relacionados à Sabedoria, à Força e à Beleza, respectivamente. Eu particularmente não vejo necessidade dessa inserção, sobretudo para não alimentar fantasias em certas mentes imaginosas que transitam no solo maçônico, entretanto essa é apenas a minha opinião.

 

T.F.A.

 

PEDRO JUK

jukirm@hotmail.com.br

http://pedro-juk.blogspot.com.br

 

 

FEV/2021

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