Em 15.09.2021 o Irmão Ricart Marques, Loja Oriente Unido, 1.469, REAA, GOB-AM, Oriente de Manaus, Estado do Amazonas, solicita esclarecimentos para o que segue:
ALTARES DA LOJA
da loja, o senhor poderia me orientar, quais seriam?
Estaria equivocado
eu em afirmar que são nove os altares:
CONSIDERAÇÕES.
No que diz respeito
ao REAA, o que existe de fato é o Altar principal, que é
ocupado pelo Venerável
Mestre, o dos Juramentos, que é uma extensão do Altar principal e o Altar dos
Perfumes que equivocadamente permaneceu no simbolismo como resquício da
liturgia de sagração do Templo.
Assim, o Orador,
Secretário, Tesoureiro, Chanceler e os Vigilantes ocupam mesas e não altares.
Essa orientação se encontra perfeitamente esclarecida no Sistema de Orientação
Ritualística do GOB RITUALÍSTICA, assim como nos próprios explicativos dos
rituais onde eles são tradados como mesas.
Em todo esse
contexto, vale mencionar que o Altar principal é o tradicional e era onde ficava
o Livro da Lei nos primórdios do rito e era também onde ocorriam as tomadas as
obrigações.
Todavia, devido às
circunstâncias históricas, o REAA teve na sua estrutura, por um determinado
tempo, as Lojas Capitulares (hoje já extintas). Nessas Lojas o Oriente era
ocupado apenas por Irmãos detentores do 18º Grau, ou o Grau Rosa-Cruz (vide
esse particular na história do REAA).
Desse modo, nesse
sistema capitular, quando havia uma Iniciação, Elevação ou uma Exaltação, as
obrigações eram tomadas na entrada do Oriente, isto é, no limite com o Ocidente,
já que Aprendizes, Companheiros e Mestres não podiam adentrar no espaço oriental
por se tratar de lugar reservado ao Capítulo.
Vale mencionar que nessa
época o Athersata (governador), dirigente do Capítulo ou T∴ VV∴ P∴ M∴, era também o Venerável Mestre da Loja simbólica. Então,
para se adequar à conjuntura daquele momento, foi criado um pequeno móvel como
extensão do Altar principal cuja finalidade era de tomar juramentos de candidatos
que ainda não podiam ingressar no santuário Rosa Cruz que era o nome consagrado
ao Oriente elevado e demarcado naquela época.
No momento das
tomadas de obrigação, o pequeno Altar que ficava logo frente do principal era então
transportado para a divisa do Oriente com o Ocidente, dessa forma os candidatos
prestavam seus juramentos no Ocidente, porém o mais próximo possível do
Oriente. Dessa forma, o Altar dos Juramentos não saía do Oriente, mas ficava
acessível àquele que não podia ingressar no espaço oriental.
Mais tarde, com a
extinção das Lojas Capitulares já no final do século XIX na França e meados do
século XX aqui no Brasil, o Altar dos Juramentos acabou se consagrando como
extensão do Altar principal e teve seu lugar consagrado no Oriente logo à
frente do Altar ocupado pelo Venerável Mestre. Por essa razão é equivocada a
colocação do Altar dos Juramentos no centro do Ocidente como mencionam alguns
rituais brasileiros.
Quanto ao Altar dos Perfumes
ele não tem nenhuma utilidade no simbolismo do REAA. É bastante provável que sua
permanência no Oriente se pela sua utilização na liturgia de sagração
(consagração) do Templo.
O Altar dos Perfumes
no caso do simbolismo do REAA acabou inserido no ritual no item Planta do Templo
e atualmente é um pequeno móvel localizado próximo à mesa do Secretário não
servindo para nada, a despeito de que no REAA não existe nenhum cerimonial de
incensação do Templo. É um elemento perfeitamente dispensável na liturgia do REAA,
salvo quando um novo ambiente é consagrado para os trabalhos maçônicos.
No simbolismo do
REAA, salvo o Altar mor (Venerável), o dos Juramentos (Livro da Lei) e o dos
Perfumes (que não serve para nada), os demais moveis ocupados pelo ofício e distribuídos
pela sala da Loja são tratados simplesmente como “mesas”, portanto, em termo de
Altares, eles são apenas três.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
MAR/2022
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