Em 23.09.2021 o Respeitável Irmão Lauro Goerll Filho, Loja Justiça e Caridade, 4.132, REAA, GOB-PR, Oriente de Paraíso do Norte, Estado do Paraná, apresente o que segue:
À G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴
Minha
questão é sobre a apresentação de trabalho de aumento de salário.
Costumeiramente, nós fomos orientados a iniciar nossa apresentação de trabalhos
em Loja, com a expressão “À
Glória do Grande Arquiteto do Universo” Gostaria
que o Irmão fizesse algumas considerações sobre isso: É obrigatório? Origem
dessa saudação?
CONSIDERAÇÕES
Até onde eu sei, não há obrigatoriedade dessa
legenda. Geralmente ela é encontrada encimando muitos documentos maçônicos,
diplomas e peças de arquitetura.
Na verdade, essa glorificação à Divindade que
acabou se consagrando nos escritos maçônicos como um cabeçalho, possui mais um
caráter de identificação maçônica do que propriamente um apelo filosófico (essa
é a minha opinião).
A bem da verdade, esse dístico, ou divisa, teve
sua provável origem na França do século XIX e dali acabou se espalhando pelos
meios maçônicos, principalmente na vertente latina da Moderna Maçonaria, podendo,
mas em menor escala, também aparecer em escritos da vertente anglo-saxônica.
No tocante à denominação de Deus na Maçonaria como
o “Grande Arquiteto do Universo”, se dá como elemento conciliatório entre os
maçons, sobretudo porque a Maçonaria deles não indaga a sua religião, senão pede
a crença num único Criador. Isso faz com que os ritos maçônicos, conforme suas
estruturas doutrinárias, sejam rotulados como deístas ou teístas, ou ainda deístas/teístas.
Destaque-se que Maçonaria não é religião e que nela
o conceito de Deus, o Criador do Universo, o Grande Geômetra, etc., está além de
credos religiosos. Entenda-se que nela (no seu seio) há que se respeitar a
pluralidade de religiões.
Nesse sentido, a crença em um Ser Supremo é condição
sine qua non para aquele que deseja ser iniciado na Maçonaria regular. Essa
crença é vista mais como uma realidade filosófica e não como um caráter doutrinário.
A Moderna Maçonaria como uma escola filosófica
de aperfeiçoamento humano e não como uma religião, não possui o desiderato de concorrer
com outras religiões. Desse modo ela admite no seu seio maçons praticantes de
diversas religiões, deles apenas exigindo a crença em um Ser Supremo.
Assim, em Maçonaria o “Grande Arquiteto do
Universo” se apresenta como uma força superior, criadora de tudo o que existe. Essa
definição conciliatória não faz menção a uma ou outra religião ou crença, o que
permite convívio fraterno entre maçons, sejam eles judeus, muçulmanos,
católicos, budistas, espíritas, etc., sem que entre eles haja
questionamentos e
discussões religiosas. Atividades maçônicas relacionadas ao “Grande Arquiteto
do Universo” são direcionadas ao estudo filosófico e nunca ao proselitismo
religioso.
Por fim, a expressão “À G∴ D∴ G∴ A∴ D∴ U∴” menciona preito, honra e
homenagem Àquele que arquitetou, planejou e geometrizou tudo o que existiu, o
que existe e o que existirá.
T.F.A.
PEDRO
JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
ABR/2021
Meu irm.'., se na filosofia teísta Deus é "pessoal", enquanto que no deísmo o mesmo é "impessoal", não faria mais sentido o olho representar a via teísta, visto tratar-se de algo mais "paupável" e diretamente relacionado a uma parte do suposto corpo de um Deus teísta? Grato!
ResponderExcluirO olho é impessoal e mais característico ao deísmo pelo que se admite a existência de um Ente Superior sem a interferência direta na vida do homem. Já IÔD é de caráter teísta e está ligado a existência de Deus que se faz presente nas atividades humanas - nesse caso podemos citar as religiões com raízes Abraâmicas (Abrão e o povo do lado de lá do Rio Eufrates) a exemplo do judaísmo, do cristianismo e do islamismo. Isso é teísmo.
ExcluirGrato irmão! Boa Páscoa!
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