Em 01/10/2021 o Respeitável Irmão Cássio William da Costa, Loja Vigilantes de Contagem, 3.227, REAA, GOB-MG, Oriente de Contagem, Estado de Minas Gerais, formula a seguinte pergunta:
USO DA PALAVRA
Estou com uma dúvida que é a seguinte: na reunião de quarta-feira estava
de Mestre de Cerimônias sendo assim quando chegou a palavra a bem e da ordem e
do quadro em geral, como não estava na coluna do Sul e nem do Norte, fui para o
Oriente e pedi para falar e o Venerável Mestre disse que já havia passado da
minha coluna e não teria o direito de falar mais, creio eu que o cargo me dá
essa liberdade de falar em ambas as colunas e também no Oriente. Talvez meu
erro tenha sido assentar para esperar que os irmãos no Oriente acabassem a
fala. Gostaria de sua orientação a respeito do fato e se possível, se tiver
algum material a respeito para orientar e enviar.
CONSIDERAÇÕES.
No que diz respeito ao REAA, o Mestre de Cerimônias é o oficial que não
precisa pedir permissão para circular em Loja para atender o seu ofício.
Contudo isso não lhe dá o direito de mudar de uma para outra Coluna, ou ir ao
Oriente, para usar da palavra pela primeira vez ou mesmo repetí-la.
Em geral, a regra determina que qualquer obreiro usando a palavra o faça
do seu lugar em Loja e não fora dele. A exceção só em casos previstos no ritual,
ou que esporadicamente possam determinar atitudes contrárias.
Nesse sentido, a atitude do Venerável Mestre, conforme a sua explanação,
está corretíssima, pois para o bem da liturgia, não é admissível a prática de
simplesmente se mudar de lugar para fazer uso da palavra.
Nesse sentido, é recomendável a atenção do obreiro que quiser fazer uso
da palavra, isto é, ele só usa da palavra quando a mesma estiver liberada pelo
Vigilante da sua
Coluna, ou pelo Venerável Mestre se o caso se der no Oriente.
Nesse particular, chamo a atenção para o que diz o Venerável Mestre
quando declara a Loja aberta - página 51 do Ritual de Aprendiz do REAA em
vigência: “(...). Desde agora a nenhum Ir∴ (o grifo é meu) é permitido falar ou passar para
outra Col∴, sem obter permissão, nem se ocupar de assuntos proibidos pelas nossas
leis”.
É verdade, porém, que a critério do Venerável Mestre a palavra casualmente
até possa voltar a fazer o giro, contudo, somente a juízo dele.
Nesse caso o obreiro, na forma de costume, pede a palavra novamente ao
Vigilante da sua Coluna que, por sua vez, comunica o pedido ao Venerável Mestre.
Se ele achar por bem autorizar, a palavra será recolocada novamente nas Colunas,
mas em qualquer circunstância faz novamente o giro completo, não importando
onde esteja aquele que solicitou novamente a palavra, isto é, recomeça na
Coluna do Sul concedia pelo 2º Vigilante. Assim segue até concluir o giro no
Oriente.
Em nome do ordenamento litúrgico, não é recomendável que o Venerável Mestre
corriqueiramente autorize o retorno da palavra, pois isso pode se tornar
corrente e prejudicar o andamento da ritualística maçônica com atitudes de
repetição por aqueles que se acham também no direito.
Assim, recomenda-se atenção àqueles que pretendem usar a palavra para que
o façam no momento adequado e não tentem burlar a liturgia com atitudes
equivocadas.
Ao concluir destaco que é um direito regimental do Venerável Mestre conceder
ou retirar a palavra – RGF, Art. 116, XI.
PEDRO JUK
Secretário Geral de Orientação
Ritualística do GOB
http://pedro-juk.blogspot.com.br
ABRIL/2022
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