Em 19/06/2017 o Respeitável Irmão
Demétrius Galego Davis, Loja José Caraver, 101, REAA, Grande Loja do Estado do
Rio Grande do Sul, Oriente de Porto Alegre, Estado do Rio Grande do Sul,
apresenta o seguinte:
CAVALEIROS TEMPLÁRIOS E AS ORIGENS DA MAÇONARIA.
Há alguns dias recebi de um irmão do quadro da Loja que pertenço, a
indicação para acessar seu Blog e, de imediato, já me pus a ler algumas Peças
muito bem elaboradas e de riqueza significativa de temas maçônicos.
Na atualidade, estou fazendo pesquisas para elaborar uma Peça sobre o
tema "Cavaleiros Templários e as Origens da Maçonaria". Confesso ter
recebido algumas dicas de pesquisa (Jacques De Molay, A Lenda do Santo Graal e
a Arca da Aliança, etc.)... Mas, confesso que estou um pouco
"perdido" para elaborar esse trabalho.
Pelo exposto, gostaria de saber se o estimado Irmão teria alguma
pesquisa já feita sobre esses temas, que poderiam ser úteis na elaboração da
Peça de Arquitetura que ainda irei elaborar. Se o irmão tiver disponibilidade e
aceitar compartilhar conhecimento comigo, serei muito grato.
CONSIDERAÇÕES.
De início devo mencionar que essa é
daquelas bobagens que persistem em existir, devido à insistência de alguns autores
que teimam em inescrupulosamente associar os Templários às origens da
Maçonaria.
Afirmativa
temerária, querer associar a Ordem Templária com o florescimento da Maçonaria, pura
e simplesmente, é mero elemento contraditório.
É certo, porém que
existem alguns graus dos chamados “Altos Graus e Graus Laterais” de alguns
Ritos e Trabalhos maçônicos que mencionam práticas litúrgicas relacionadas aos
costumes da Ordem da Milícia do Templo, todavia isso nunca teve nenhuma ligação
com a autenticidade histórica, senão como um espécime estrutural e lendário
para atender metodologicamente o aprimoramento dos iniciados.
Ratifico: a Ordem
da Milícia do Templo (Templários) não deve sob qualquer justificativa ser
considerada como um elemento ancestral da Ordem Maçônica, salvo como um artifício
alegórico de estudo para aplicação de uma doutrina. É o caso, por exemplo, do
que acontece com o Templo de Jerusalém na Maçonaria que, mesmo sendo um dos
principais ícones das suas alegorias doutrinárias, sob nenhuma hipótese se concebe,
aos olhos da história autêntica, imaginar a existência de maçons construtores
naquele período da História.
O ideário do Templo
surgiu não como um elemento histórico, mas sim como um método de estrutura doutrinária
que se ocupou de construir a Lenda do Terceiro Grau. A fantástica Lenda é - como
diz o sentido - apenas uma lenda.
Dados esses
comentários seguem alguns apontamentos inerente à história dos Templários de
Jacques De Molay.
A Ordem da Milícia
do Templo, também conhecida entre os estudiosos como “Templários”, teve a sua
fundação no ano de 1118 por Hughes de Payns e por um grupo de oito cavaleiros
que tinham participado da cruzada de Godefroi de Bovilon.
De início,
denominavam-se Os Pobres Cavaleiros de
Cristo, protegidos por São Bernardo adotaram o nome de Templários na
ocasião em que Balduíno II, rei de Jerusalém, instalou-os em um palácio
contíguo ao antigo e lendário Templo de Jerusalém, também conhecido como o Templo
de Salomão (sic).
Confirmada como
instituição em um concílio que estivera reunido em Troyes em 1128, foi dotada
por regra monástica e militar, cujo regulamento severo e judicioso foi ditado
pelo próprio São Bernardo.
Com o objetivo
principal de proteger e escoltar os peregrinos que iam à Terra Santa, os
Templários formavam a estrutura principal dos exércitos dos cruzados na
Palestina. Adquiriram vultosas receitas advindas de grande número de doações e
donativos, embora também contraíssem austeras despesas devido às costumeiras guerras
que se envolviam (Cruzadas), bem como idealizadores da construção e manutenção
de muitas fortalezas na Terra Santa.
Excelentes
administradores, fiéis e organizados depositários de bens de natureza
financeira, acabariam também, sob esse perfil, por se tornar banqueiros de
papas, reis, príncipes e outros de situação abastada. Entretanto, devido ao
acúmulo de riqueza, a Ordem Templária não demoraria a suscitar sobre si imensa
cobiça por parte de muitos príncipes
e governantes, os quais para justificar a cupidez, lhes atribuíam lendas
malévolas e hediondas.
Organização dependente
diretamente do Papa, os Templários logo excitariam também a malevolência dos
bispos e demais autoridades que, no afã da cobiça, apelavam queixosamente com
constância a Roma. Contudo, a Ordem era levada em alta conta pelo Papa e com
isso o pontífice desviava-lhe os olhos dos seus defeitos naturais oriundos do
perfil da dupla finalidade assumida pela Ordem, já que os seus integrantes eram
ao mesmo tempo, monges e soberbos soldados.
Sob o perfil de valentia e
temeridade, os Templários se tornariam homens orgulhosos e briguentos, embora
também suscetíveis aos reveses sofridos pelos cristãos no Oriente o que
acabaria por lhes proporcionar a diminuição de boa parte do seu prestígio.
Sob o estigma da cobiça muitas
lendas caluniosas insidiam sobre os Templários a tal ponto de lhes comprometer
a moralidade. Com isso era comum se ouvir, mesmo que velados, comentários
embusteiros de que nos seus capítulos existia idolatria e devassidão.
Foi assim que, sob a égide da
cobiça e amargurado pela constante derrocada da
economia do seu reino devido as incessantes guerras que movia contra os seus
vizinhos e, temeroso pelo poderio circunstancial adquirido pelos Cavaleiros
Templários; aconselhado pelos inescrupulosos que o rodeavam; o Rei Felipe, o
Belo, conspirou para se apoderar dos bens da Ordem Templária.
Em 14 de setembro
de 1307, Filipe lançou ordem de captura de todos os Templários que se
encontrassem em seu reino. Presos em 13 de outubro daquele ano por acusação de
heresia e sodomia, perante a Inquisição, além de crimes de toda sorte, eles
foram caluniados, espoliados, martirizados e condenados. Sob tortura, acabariam
confessando tudo àquilo que era conveniente ao Rei, das quais, inclusive a
renegação de Jesus Cristo e adoração a Baphomet, pretenso ídolo que chegou a
ser relacionado com Maomé.
Assim, em 1308 os Estados Gerais de
Tours declaravam a condenação à morte dos integrantes da Ordem, enquanto o
Concílio de Viena em 13 de abril de 1312, na França e com a conivência do Papa
Clemente V, submisso ao Rei Felipe IV (o Belo), pronunciava a sua completa
supressão.
Com toda a sorte de
multiplicação de torturas os inquisidores conseguiram confissões de
culpabilidade de alguns dos altos dignitários da Ordem, dentre os quais do seu
último Grão-Mestre, Jacques De Molay. Não querendo, entretanto, confirmar as
confissões que lhes foram arrancadas, sob tortura, miséria e falsas promessas,
esses dignitários retrataram-se (desmentiram as confissões) perante o público o
que deixou irado o rei devasso, condenando-os à morte como relapsos, os quais
foram queimados vivos em 13 de março de 1314.
De qualquer maneira,
pela organização, prestígio e riqueza da Ordem ela não seria completamente
exterminada e muitos dos seus adeptos conseguiriam burlar os destinos
condenatórios se refugiando no norte da Inglaterra até o fim dos seus dias, principalmente
na Escócia.
Conhecedores de
muitos segredos relativos à arte e as ciências aprendidas com os árabes durante
as suas perambulações pelo Oriente Médio, seria mais do que normal para os
Templários, pelas suas habilidades e conhecimento, se integrarem às Guildas de
Construtores Medievais que haviam florescido no norte da Inglaterra e distante
do poderio eclesiástico de Roma.
Assim, sobre esses
acontecimentos é que desafortunadamente muitos autores, uns por desatenção e
outros por puro ufanismo, inverteram os acontecimentos sem observar as
narrativas originais e notáveis dos fatos. Muitos pesquisadores desatentos
acabariam por montar uma falácia na histórica “achando” que os maçons construtores da Idade Média teriam se
originado na Ordem da Milícia do Templo.
Outro importante
pormenor dessa história e que também merece muita atenção por parte do
pesquisador é que antes da dispersão dos Templários para o norte da Europa,
ainda nos tempos áureos da Ordem, muitos maçons operativos foram atraídos e
contratados para construir e reparar, junto com as Compagnonnages, cidadelas e fortalezas idealizadas pela Milícia do
Templo no caminho para a Palestina (vide a história das Cruzadas e das Compagnonnages
francesas).
Sem dúvida é
inegável que a relação entre a Maçonaria Operativa e os Templários existiu, mas
ela foi puramente profissional, estando, porém muito longe de se admitir que
entre essas instituições houvesse uma afinidade de ancestralidade.
Do mesmo modo
também nunca existiu nenhum vínculo de ascendência entre as Instituições quando
as Guildas de Construtores Operativos da Idade Média na Escócia, precursores da
Francomaçonaria, acolheram mais tarde, numa relação meramente econômica-profissional,
os remanescentes dispersos da Ordem da Milícia do Templo.
A despeito desses
comentários, ainda existem os tendenciosos e inescrupulosos “autores inventores”
que procuraram associar intimamente a Ordem Templária com a Francomaçonaria. É
o que se verá a seguir.
Quatro séculos mais
tarde, em pleno século XVIII, já na Moderna Maçonaria, especulativa por
excelência, nasceu uma incrível fábula criada por fabricantes sem escrúpulos
dos “Altos Graus” fantasiosos, a chamada “origem templária”, segundo a qual a
Ordem do Templo, da qual alguns sobreviventes haviam se refugiado na Escócia,
teria dado origem à Maçonaria!
Fantasia histórica,
embora refutada várias vezes e até condenada na convenção de Wilhelmsbad[1] no ano de 1782 e
desmontada pelo autêntico Albert Lantoine em La Franc-Maçonnerie chez elle (Francomaçonaria em casa),
infelizmente essa falácia renasce periodicamente, apesar de contestada e contra
atacada por inúmeros historiadores comprometidos com a verdade.
Allec Mellor in Dictionnaire
des Franc-Maçons et de La Franc-Maçonnerie, 1979, Belfond, Paris, 1971-1979,
citando o que escreveu Albert Lantoine em 1925, nos traz uma preciosa
manifestação com autenticidade: “Essa
reputação revolucionária adquirida pela Ordem – que lhe fez tanto mal e da qual
a Franco-Maçonaria francesa se orgulhava – aconteceu simplesmente porque, em
sua loucura de grandeza, um devoto dos Altos Graus quis assinar o avental
maçônico com a cruz vermelha dos Templários”.
À bem da verdade a
criação dessa fábula se deve ao Barão de Hundt, o criador do Rito da Estrita
Observância que, no século XVIII inventou sem fundamento histórico algum, ter
Jacques de Molay nomeado um sucessor para substituí-lo como dirigente da Ordem
do Templo e que o mesmo teria se retirado para a Escócia onde “havia fundado a
Maçonaria!”. Irresponsavelmente o Rito Estrita Observância então se propunha a
reivindicar os bens deixados pelos Templários daqueles que dele tinham se
apossado e que posteriormente seriam distribuídos aos membros do Rito e dos
quais seriam cobradas elevadas quantias em bens e riquezas para servirem de
sustento aos seus dirigentes. Pura cafajestada que simplesmente intencionava apropriação
indébita - coisas que certos copistas e espalhadores de inverdades teimam ainda
em não reconhecer.
Vale a pena também
mencionar um dos documentos básicos do escocesismo; o Discurso de André Miguel
de Ramsay que, mesmo proibido na França pelo cardeal Fleury, acabou sendo
pronunciado em 1737 na Inglaterra. Ramsay querendo dar um significado
aristocrata para a Maçonaria, falava sobre os “cruzados”, embora não sobre os
Templários em particular. Assim havia lançado uma fábula segundo a qual os “cruzados”
teriam dado origem à Maçonaria.
Na verdade esse
engodo era para satisfazer o orgulho aristocrático dos maçons franceses da
época que não se satisfaziam apenas com o prestígio obscuro dos construtores
medievais. Assim, ligar à Maçonaria aos Templários era a “varinha de condão”
para satisfazer o pavonismo latino, embora ainda ficasse um hiato de quatro
séculos que separava os “Cruzados” da Maçonaria Especulativa, essa como
Instituição ainda recente.
Para os instituidores
de fantasia foi fácil suprir esse hiato, bastando para tal apenas inventar que
os Templários haviam sobrevivido secretamente por todo esse tempo, o que
imediatamente satisfez os espíritos crédulos que raramente possuíam uma
formação crítica (como acontece ainda hoje).
É fato também que
em pleno século XXI ainda existem adeptos que excessivamente imaginam essa
pretensa vida secreta e até mesmo muitas vezes se fantasiam a moda medieval.
Em 1806 surgia em
Paris uma nova Ordem do Templo baseada num documento falsificado chamado de a
Carta de Transmissão de Larmenius. Era mais um de outros embustes que vinha
acompanhado de uma suposta lista de Grãos-Mestres Templários estabelecendo a
sucessão de Jacques De Molay até Fabré-Palaprat no ano de 1804.
Na realidade essas
Ordens neotemplárias acabariam todas ligadas deixando seus traços na Moderna
Maçonaria francesa e nos Ritos compostos por Altos Graus, principalmente no
REAA com seus graus de Kadosh e outros baseados nessas lendas, bem como em
alguns side degrees (graus laterais) da
Maçonaria inglesa.
Embora inúmeros
pesquisadores e escritores maçônicos do século XVIII e XIX tenham se esforçado
para encontrar palpáveis relações não fantasiosas entre os Templários e a
Maçonaria Operativa, desde o discurso de André Miguel de Ramsay e
posteriormente adornada como lenda pelo Barão de Hundt, em cuja qual ele
substituiu o termo “cruzados” por “templários” afirmando que “todo o verdadeiro
maçom é um cavaleiro templário” (sic),
nenhum deles conseguiu encontrar elemento plausível de crédito para essas e
tantas outras afirmativas temerárias.
Embora a existência
das Compagnonnages (braço construtor templário), também era natural que grandes
empreendedores como foram os Templários tenham tido nos seus tempos áureos a
necessidade de contratar mais mão de obra especializada para as suas
edificações, tanto sacras como as militares.
As regalias que
desfrutavam em seus domínios francos serviam perfeitamente para atrair com certa
facilidade os operários das guildas construtoras garantindo-lhes subsistência
em tempos difíceis de conseguir trabalho contínuo. Essa relação puramente
profissional é o único elo existente na época das Cruzadas entre os
Templários e a Francomaçonaria operativa, mas não ao ponto de se achar que uma
pudesse ter dado origem a outra.
Já bem mais tarde, como
já comentado, a outra relação que aparece entre ambas, reporta-se ao tempo do exílio
dos Templários em fuga das perseguições na decadência da sua Ordem. Nessa
oportunidade, ao contrário, foram as Guildas Operativas da Francomaçonaria que os
acolheram dispersamente, inclusive valendo-se do seu prestígio e conhecimento. Mais
uma vez o fato não nos dá o direito de afirmar “origens” entre uma e outra
Instituição.
É desse período que
podem ser encontradas inúmeras evidências de símbolos templários (espada)
unidos a símbolos maçônicos operativos (letra G), todavia isso nunca autorizou afirmativas de origem ou
influência, senão um momento da história em que muitos Templários se tornaram
maçons na Escócia, ainda medieval, pelas próprias circunstâncias.
Dizer que a
Maçonaria é filha dos Templários é proferir uma afirmativa temerária, já que
isso nunca existiu. Ambas as Ordens, uma sacra e militar e a outra composta por
canteiros medievais que trabalhavam na pedra calcária, podem ter caminhado
juntas por conjunturas de momento, porém nunca existindo entre elas quaisquer
ligações que possam sugerir “origens”.
Por fim, é certo que
a Moderna Maçonaria, especulativa por excelência, pelo seu ecletismo e na
profusão dos seus ritos e rituais a partir do século XVIII, sobretudo no que
concernem as doutrinas dos seus Altos Graus, possui na sua liturgia inúmeras
passagens ritualísticas e lendárias que mencionam concepções hauridas de
costumes templários, todavia esse não é um fato que possa leva a especulações temerárias
como a de que a Maçonaria tenha se originado dos rudes monges militares da
Ordem Templária.
Embora muitos
autores ainda queiram encontrar na Ordem dos Templários os primórdios da
Maçonaria, a realidade histórica tem mostrado que isso é mera fantasia, pois no
seu auge, a Ordem dos Templários era muito mais dedicada ao belicismo religioso
e às operações financeiras, embora nela até existisse um braço construtor, ou
pelas Campagnonnage, ou
circunstancialmente pela contratação de Francomaçons medievais. Já na sua
decadência muitos Templários encontraram abrigo nas Guildas de Construtores,
principalmente na Escócia.
T.F.A.
PEDRO JUK
SET/2017
[1] Convenção de Wilhelmsbad – Em 1782
debateu a doutrina mentirosa que fazia da Maçonaria a sucessora dos Templários.
Repudiada definitivamente, foi extinto o Rito Estrita Observância que tomaria
deste então o nome de Rito Escocês Retificado (Nicola Aslan in Dicionário Enciclopédico de Maçonaria
e Simbologia e fontes citadas).
Bom dia! Parabéns pelo Blog. Repassei o link desta matéria com o seguinte comentário:
ResponderExcluirFrequentemente me pego pensando sobre o que será ensinado aos nossos netos sobre os presentes dias que temos vividos em Brasília. Que será dito sob o viés de “verdades” dos pobres Lula, Dilma, Temer, Collor, ACM, Aécio, Maluf, etc? Foi Golpe? O que tinha na mala? E no helicóptero? O tal governo de não sei quem foi bom? Qual defunto terá razão? A História ensinada nas escolas é, para mim, simplesmente e não raramente, fruto da estória contada por quem ganhou certa briga e deixou sucessores. Pode mesmo ser a tal mentira muitas vezes repetida! É preciso reconhecer que nem hoje, vivendo-a, encontramos consenso. Basta mudar de canal. Lendo a matéria sobre os tais Cavaleiros Termplários no blog do Irmão http://pedro-juk.blogspot.com.br/2017/09/os-cavaleiros-templarios-e-as-origens.html me fica a certeza de que só a matemática salva! Quanta confusão... Humildes T.F.A. deste pequeno Aprendiz que torce para que a luz do G.A.D.U. seja sempre nossa meta, Mário Rodrigo – Oriente de Passos MG.
Deixo meus humildes agradecimentos.
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