Em 29/10/2019 o
Respeitável Irmão Augusto Fabiano de Souza Bernardinho, Loja José Garibaldi,
36, GOMG (COMAB), Oriente de Nova Lima, Estado de Minas Gerais, apresenta a
questão seguinte:
MAR DE BRONZE
Minhas saudações fraternais. Agradeço
muito a resposta da minha dúvida do e-mail e aqui estou novamente à sua procura
trazendo mais um questionamento. O estimado irmão teria uma bibliografia
sobre o Mar de Bronze para me passar? A respeito do mesmo, simbolicamente qual
seu significado, história e utilização em loja? Seria ele apenas utilizado para
purificação com a água nas iniciações ou teria mais algum significado
exotérico?
COMENTÁRIOS
Presente na Maçonaria
por influência da cultura e religião hebraica, em se tratando do REAA o Mar de
Bronze genuinamente deve ocupar lugar na porção ocidental do Templo Maçônico.
Sua presença se dá em lembrança ao Mar de Bronze do Templo de Jerusalém que,
segundo a Bíblia, fora fundido pelo artífice Hiram Afif (Hiram meu Pai).
No Templo Hebraico
ele era assim chamado por ser um grande reservatório de água utilizado nas
abluções e nos rituais de purificação. O texto bíblico o descreve em Reis I,
7, 23 a 26 da seguinte forma.
"Hiram fundiu também um mar de bronze, que media dez côvados de um
lado a outro, todo redondo, e tinha a altura de cinco côvados; a sua
circunferência media-se por um fio de trinta côvados. Por baixo da borda havia
saliências de talha em número de dez para cada côvado, dispostas em duas
ordens, formando com o mar uma só peça. Esse assentava sobre doze bois, dos
quais três olhavam para o norte, três para o ocidente, três para o sul e três
para o oriente. O mar apoiava-se sobre eles e a parte posterior dos seus corpos
ocultava-se para o lado de dentro. Tinha a espessura de um palmo; a sua borda
assemelhava-se à um copo em forma de lírio e a sua capacidade era de dois mil
batos".
No que diz respeito à
sua presença como mobiliário nos Templos Maçônicos de alguns ritos, no REAA ele
é utilizado para a purificação ritualística das mãos do Candidato pelo elemento
água durante a segunda viagem.
Embora o Templo Maçônico
esteja longe de ser uma cópia fiel do Templo de Jerusalém como alguns ainda pensam,
sem dúvida muitos aspectos místicos a ele relacionado se fazem presentes na Moderna
Maçonaria, sobretudo pela sua organização doutrinária.
No que diz respeito à
bibliografia maçônica indico, dentre outros, os livros: "Maçonaria e
sua Herança Hebraica", "As Origens Históricas da Mística Maçônica"
e "Shemá Israel...", todos de autoria do consagrado autor José
Castellani.
Quanto ao significado
do Mar, ele é um mobiliário destinado à purificação pelos elementos, no caso
para limpar as mãos de possíveis resquícios lodosos do vício que porventura
tenham permanecido. A prática em si demonstra que o Iniciado é preparado para que,
ao receber a Luz, não traga nada consigo que pertença à vida passada. A água é
um dos elementos que envolvem a alegoria na passagem das trevas para a Luz.
No tocante a outro significado, este não existe. Está ali presente para
que nele se proceda a purificação e é utilizado no simbolismo apenas e tão
somente na Iniciação, oportunidade em que o Candidato morre simbolicamente para
uma vida e se prepara para o renascer de outra. A purificação das mãos é uma
das condições de passagem pela porta que ele houvera batido para pedir passagem.
T.F.A.
PEDRO JUK
JAN/2019.
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