Em 08/11/2019 o Respeitável
Irmão Marcos Vinícios Horst Rinaldi, Loja Luz de Órion, 3.951, REAA, GOB-SC,
Oriente de Itapema, Estado de Santa Catarina, apresenta a seguinte questão:
BALAÚSTRE (ATA)
Há algum tempo ouço
em minha Loja reclamação de diversos Irmãos sobre a forma com
Em face disso, e
até mesmo por fins de instrução e para um futuro exercício do cargo eu o faça
adequadamente, gostaria de saber, se possível, como o Secretário deve redigir o
balaústre? O que necessariamente deve conter, quais ocupantes de cargos devem
ser descritos? Quais os detalhes devem ser minuciosamente/literalmente
transcritos? Os comentários finais da palavra a bem da ordem em geral devem ser
redigidos na íntegra? Há diferenças consideráveis para atas dos demais graus
(CM e MM) e/ou sessões magnas? Enfim, que parâmetros seguir para ter uma ata
considerada adequada aos fins da boa geometria?
CONSIDERAÇÕES.
Ata. Substantivo feminino (do latim acta, coisa feita). É a
narração por escrito em que se relata tudo o que se passou em uma sessão, em
uma assembleia, convenção, reunião, congresso, etc.
No que diz respeito à Maçonaria todas as sessões maçônicas
devem ser registradas em ata (balaústre ou traçado).
O termo balaústre, mais apropriado para designar ata em Maçonaria, literalmente
menciona um pequeno pilar ou coluna que, com outros, sustenta uma travessa ou
corrimão. Assim, cada balaústre (ata), de modo figurado, como um pilar sustenta
a história da Oficina, já que a sua elaboração pelo Secretário é uma espécie de
reportagem dos acontecimentos da Loja, o que se constitui num registro
histórico importantíssimo.
Lamentavelmente, hoje em dia algumas Obediências, provavelmente por puro
desconhecimento de causa, substituíram o tradicional título de "balaústre"
simplesmente por "ata", o que é uma denominação mais condizente para registros
profanos[1].
No que diz respeito à redação do balaústre (ata), por óbvio que o seu conteúdo
deve ser no máximo possível condizente com as ocorrências da sessão, todavia
isso não significa meticulosidades e nem excesso de preciosismo. Nesse sentido,
o balaústre deve ser redigido de modo claro e compreensível, porém, sem
exageros desnecessários. O Secretário deve ter a capacidade de relatar os fatos
sem ser prolixo. Enfim, o bom senso é que deve imperar, sobretudo porque a
redação será obrigatoriamente lida em Loja pelo Secretário para aprovação ou
emendas, se for o caso.
No caso do GOB, o ritual é bem claro quando menciona que a ata (balaústre)
deve ser lida e aprovada em Loja, portanto não se justificam as investidas
de alguns querendo remeter a ata por meio eletrônico para apreciação com finalidade
de se ganhar tempo. Reitero, a ata (balaústre) é para ser lida em Loja. Aliás,
tempo se ganha em Loja não se admitindo falas repetitivas, bem como extensos
palavreados e discursos rançosos.
Quanto ao seu conteúdo, além dos relatos apropriados da sessão, a ata
(balaústre) deve trazer em sua redação um número sequencial, data, hora, nome
da Loja, Rito e Obediência, grau de trabalho, o nome do Venerável Mestre,
Vigilantes, Orador e Secretário, ou se preferir todos os cargos eletivos, sem
mencioná-los um a um o número de Irmãos presentes destacando quantos deles do
quadro e quantos visitantes, etc. Assinam a ata obrigatoriamente o Venerável
Mestre, o Orador e o Secretário.
Sugere-se que o a redação do balaústre (ata) siga os períodos que
compõem a sessão, por exemplo, no REAA, a narração suscinta da abertura
ritualística, a aprovação da ata da sessão anterior, a leitura do expediente, e
os demais períodos previstos no Ritual.
Para concluir, deixo a recomendação ao Secretário que ao descrever o uso
da palavra em Loja, o faça sem apontar palavreados e assuntos repetitivos, às
vezes muito comuns infelizmente entre nós. Para esses casos, basta mencionar o
assunto e o nome dos que sobre ele se manifestaram.
P. S. – Como o balaústre
(ata) sustenta a história da Loja, é recomendável que nas sessões magnas de
Iniciação, Elevação e Exaltação, o Secretário redija atas próprias – já existe
recomendações para isso
T.F.A.
PEDRO JUK
FEV/2020
[1] Profano – do latim: pró = antes;
fanum = templo. "Antes do templo", designa em Maçonaria aquele
que não foi ou não é iniciado.
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