Em 08.05.2022 o Respeitável Irmão Hiroshi Murakami, Loja Antonio Vieira de Macedo, 1611, REAA, GOB-RJ, Oriente de Niterói, Estado do Rio de Janeiro, formula o que segue,
ACESSO AO ALTAR PELO VENERÁVEL
Antes da minha posse como Venerável Mestre,
sempre defendi que se adentra ao Oriente pelo lado Norte e sai pelo lado Sul, e
que as Luzes são igualmente abordadas pelo lado Norte, ou seja, pelo lado do
ombro direito.
Na instalação me fizeram abordar pelo lado Sul.
E todos MI insistem que esse é o lado correto para acesso ao trono de Salomão.
Estudando o SOR pude confirmar sua orientação
que o lado correto é o Norte. lado do ombro direito do Venerável Mestre.
Poderia ratificar oficialmente essa orientação embasando meu procedimento
correto ao acessar ao Trono de Salomão.
CONSIDERAÇÕES.
Começamos mencionando que Instalação no REAA não é nada original que o
GOB adotou a partir de 1968, época em que foi encomendada ao Irmão Nicola Aslan
a construção de um ritual para essa finalidade.
Desse modo foi criado para o GOB um "ritual esotérico" de
Instalação cujo qual acabou servindo para todos os ritos então praticados.
Graças a isso, esse costume acabou consagrado se tornando consuetudinário na Maçonaria
“tupiniquim”, inclusive em ritos que originalmente nunca possuíram esse tipo de
cerimônia – como é o caso do REAA.
No tocante a esse ritual, então preparado a pedido, durante a condução do
novo Venerável Mestre ao altar, para facilitar o acesso do Mestre Instalador no
sólio andando de costas, adaptou-se essa entrada pelo lado Sul, de tal modo que
o condutor ao instalar o Venerável no trono já ficasse posicionado à direita
(ombro direito) do recém-instalado.
Nesse mesmo contexto, existe também a posse da nova diretoria da Loja onde, por questão de praticidade de deslocamento no recinto dos empossados, o Venerável Mestre dá posse e entrega a joia do cargo ao titular no lado Sul do altar-mor.
Vale registrar que quaisquer que sejam as adequações, elas não podem
altera
r originalidade de um Rito que, diga-se de passagem, é muito mais antigo
do que essa instalação sumariamente idealizada no GOB em 1968.
É bom que se diga que o REAA é de origem francesa e originalmente na
França Instalação significa simplesmente posse, não existindo verdadeiramente esse
ritual de cunho esotérico criado a pedido pelo Soberano Irmão Álvaro Palmeira e
sacramentado naquela oportunidade pelo então Grão-Mestre Geral do GOB, Soberano
Irmão Moacir Arbex Dinamarco.
A propósito, a adoção desse ritual acabou se dando por pressão de Irmãos
que na época ingressaram no GOB oriundos das Grandes Lojas Estaduais
Brasileiras. Vale registrar que as Grandes Lojas Estaduais bem antes de 1968,
isto é, após a grande cisão de 1927 já tinham implantando essa novidade na
Maçonaria brasileira.
Historicamente se sabe que a prática de Instalação do Venerável é
original na Maçonaria anglo-saxônica, destacando que ela ocorre de modo diferente
do que encontramos copiado na Maçonaria brasileira.
A bem da verdade, no trato com a liturgia de um Rito não se deve alterar
a sua ritualística original em de detrimento de um equívoco perpetrado por uma inserção
nada original – é a história de às vezes se dar mais valor ao molho do que à
carne.
No tocante ao acesso ao sólio pelo lado norte do altar-mor – costume consagrado
- veja, por exemplo, os Diáconos, dos quais o 1º que fora estrategicamente colocado
na banda Norte (nordeste) do Oriente justamente para facilitar o seu acesso
direto ao sólio. Não faz sentido ele ter que dar a volta pelo lado Sul
(sudeste) do altar para receber a palavra. Outro exemplo vem do Venerável Mestre
que, encerrando o préstito de entrada, é conduzido ao altar-mor pelo seu lado Norte
(noroeste). Obviamente isso ocorre porque é o caminho mais curto, ao contrário
da desnecessária volta pelo lado oposto (Sul).
E assim poder-se-ia enumerar outros tantos exemplos de abordagem sempre pelo
lado Norte do altar-mor.
Graças a isso, vale então afirmar que salvo na instalação onde o ritual próprio
determina que o novo Venerável para ser instalado seja conduzido ao trono pelo lado
Sul do altar por motivo já explicado, nas outras ocasiões o acesso ao sólio sempre
se dará pelo lado Norte, enquanto que a retirada se faz pelo lado Sul.
Como exemplo das abordagens pelo lado norte do altar-mor é possível
citar a transmissão da palavra pelo 1º Diácono, da bolsa de propostas e da
coleta do tronco, do escrutínio, da 3ª Viagem na Iniciação, etc.
Saliente-se que o primeiro ritual simbólico do REAA foi organizado a
partir de 1804 na França, época em que não havia essa instalação como a implantada
no Brasil. Assim, é preferível não alterar um costume consagrado em detrimento
de um enxerto, só porque na instalação, que nem original é no rito, o novo
Venerável, no momento da sua posse é conduzido pelo Sul do Altar.
Ainda em relação ao lado Sul do altar-mor, particularmente vale
mencionar um outro caso que ocorre durante a cerimônia de Iniciação. É, o da
prova da Taça Sagrada.
Essa passagem ritualística ocorre pelo lado Sul do altar devido a abrupta
retirada do Candidato em direção da Coluna Sul. Nesse caso, por uma questão de
comodidade e prudência, essa prova ocorre no lado Sul.
A despeito desses comentários, podemos afirmar que há três únicas situações
em que o lado Sul do altar-mor é utilizado, ou seja, quando da posse do
Venerável na sua Instalação, na Posse da Administração da Loja e na prova da
Taça Sagrada. No mais, todas as outras abordagens e ingressos no sólio utiliza-se
a sua banda Norte.
T.F.A.
PEDRO JUK
http://pedro-juk.blogspot.com.br
NOV/2022
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