Em 03/05/2017 o Respeitável Irmão Carlos Augusto Guimarães, Loja Irmão
Firmino Escada, 2.220, REAA, GOSP-GOB, Oriente de Lorena, Estado de São Paulo,
solicita o seguinte esclarecimento:
SINAL E O INSTRUMENTO DE TRABALHO.
Um Irmão de nosso Quadro
de Obreiros afirma que durante os trabalhos da Oficina as Luzes da Loja devem
fazer saudações, baterias e etc., com os malhetes.
Entendo
equivocada a interpretação do nosso Irmão, já que em inúmeros manuais de
dinâmica ritualística consta que “Todos os Sinais maçônicos são feitos com a
mão e jamais com instrumentos de
trabalho (Malhetes, Espadas, Bastões, Sacolas, Livros, etc.)”.
Inclusive
o editado pelo GOSP, pela administração 1987/1991, revisado em fevereiro/1991,
(fls. 18) quando fala que “Não se faz
sinal portando Malhete”.
Entendo,
finalizando, que não se faz os sinais com instrumento de trabalho e isso vale
tanto para o Sinal de Ordem quanto para Saudação. Assim, Veneráveis e
Vigilantes, na abertura e fechamento dos trabalhos, devem deixar os malhetes
sobre suas mesas, fazendo os Sinais com as mãos, só usando os malhetes para as
baterias. Da mesma forma, os demais portadores de instrumentos (espadas,
bastões) não devem fazer Sinais, quando portando instrumentos de trabalho.
Desta forma, solicito ao Dileto Irmão seja aclarada a questão posta, ou seja,
se as Luzes da Loja devem ou não, durante os trabalhos da Oficina, fazer
saudações, baterias e etc. com os malhetes.
CONSIDERAÇÕES.
É universal o costume de
se fazer Sinal apenas com a mão, ou mãos conforme o caso, destacando-se que os
Sinais Penais são feitos sempre com a mão direita, cujo objetivo é o de concordar
simbolicamente com a pena descrita na ocasião das “obrigações” prestadas.
A questão é a de que não
se faz Sinal usando para tal um instrumento ou um objeto de trabalho, o que em
síntese significa que não se usa o objeto para com ele se compor ou executar um
Sinal, seja ele o Gut\,
o Cord\ ou o Ventr\.
Mas o que ocorre é que
desfortunadamente muitos Irmãos ainda não aprenderam a discernir um Sinal
maçônico de uma “postura assumida” quando se empunha um objeto de trabalho,
como um malhete, por exemplo - estando parado ou em deslocamento.
Assim, na regra
ritualística de alguns ritos maçônicos, quem fica à Ordem, obrigatoriamente
compõe o Sinal com a mão, ou mãos, entretanto se a sua mão direita estiver
ocupada, ele não faz Sinal, porém se mantém a
rigor com o instrumento de trabalho.
No caso do Venerável Mestre
e dos Vigilantes, que tem como instrumento de trabalho o malhete, eles, ao se
posicionarem à Ordem, deixam os seus respectivos malhetes sobre o móvel à
frente e compõem o Sinal com a(s) mão(s). É hábito, mais do que anacrônico, o
de ainda se achar que pousando o malhete no lado esquerdo do peito se esteja
compondo um Sinal.
O que pode acontecer,
dependendo da ocasião, é que uma das Luzes da Loja (ou todas elas) careça de se
deslocar pela Loja com o malhete. Nesse caso, em deslocamento, ele empunha o
malhete com a mão direita tendo o respectivo braço colado ao corpo e o
antebraço na horizontal direcionado para frente. Estando parado, ele se mantém
com o corpo ereto, pés em esquadria e o malhete por sua vez, agora descansado
no lado esquerdo do peito, o que se faz girando o antebraço direito para a
esquerda na horizontal. Entenda-se mais uma vez que isso não é Sinal, mas sim
uma postura “a rigor” usando o instrumento
de trabalho.
Agora, estando as Luzes
da Loja (Venerável e os Vigilantes) em pé e à frente dos seus assentos,
ratifico: eles compõem o sinal com a(s) mão(s).
Na verdade, qualquer
obreiro que por dever de ofício traga consigo um objeto de trabalho, para tal
existe postura, tanto durante o seu deslocamento como parado. É o caso do
Mestre de Cerimônia trazendo o bastão ou a bolsa de propostas; do Hospitaleiro
com a bolsa de solidariedade; dos Cobridores e Expertos com a espada quando
desembainhada, etc.
Note-se que nenhum deles
ao estar empunhando um instrumento de trabalho usa-o para fazer um Sinal, isto
é, o Mestre de Cerimônias, por exemplo, não faz o Sin\ Gut\ passando o bastão pela sua garganta,
nem o Vigilante faria a mesma coisa com o malhete, etc. Daí a advertência de
não se usar nenhum instrumento de trabalho para se executar um Sinal maçônico.
No que diz respeito à
percussão dos malhetes pelas Luzes, observo que não é errada essa prática
durante as baterias dos Graus antes da aclamação ou mesmo durante aplausos. Se
porventura for adotada essa prática (na minha Loja se faz isso), ela não
estaria errada, aliás, no rigor da ritualística, todas as baterias executadas
pelas Luzes da Loja deveriam ser perpetradas com o malhete.
Como último comentário e
em nome da boa ritualística devo lembrar que quem estiver à Ordem, ou “a rigor”
e parado em Loja aberta no REAA\, sempre estará em pé, com o corpo
ereto feito um prumo e os pés em esq\, pois não se deve compor um Sinal ou
ficar a rigor, sentado. Ou ainda, em pé com as pernas afastadas uma da outra, ou
o corpo inclinado.
Concluindo, não vou comentar
os manuais de dinâmica mencionados na sua questão porque eu entendo que um
manual deveria ser peça complementar do ritual em vigência para não existir contradição
do tipo: antes era assim, na minha Loja
se fazia assim, quando eu fui iniciado aprendi assim, etc. Infelizmente no
presente e até agora não existe nenhum manual oficial em vigor editado pelo
Poder Central do GOB, constando inclusive Decreto de 2009 proibindo os que
eventualmente possam ainda existir, o que é mesmo lamentável.
T.F.A.
PEDRO JUK
JUNHO/2017
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