Em 16/04/2017 o Respeitável Irmão Warley Pompeu Marques, Loja Major
Adolfo Dourado, 2.196, REAA, GOEPA – GOB, Oriente de Belém, Estado do Pará,
solicita esclarecimentos para o que segue:
O REAA E SUA RELAÇÃO COM A ASTRONOMIA
Como a Astronomia Influenciou de forma
determinante no R.E.A.A.?
Já que é um Rito que abarca o Estudo da
Natureza e Deísta (Filosófico)?
Grato pelos seus esclarecimentos.
CONSIDERAÇÕES.
Resumidamente na
Moderna Maçonaria a Astronomia como ciência só seria mencionada a partir do
século XVIII quando do envolvimento das Sete Artes e Ciências Liberais da
Antiguidade nas lições especulativas e dos catecismos dá época. Como ciência, a
Astronomia aparece na ordem dada por Boécio (trivium e quadrivium) como a sétima ciência e, em linhas gerais, tem
sido abordada na Maçonaria como exemplo de harmonia e equilíbrio existente no
Universo.
No que diz respeito a
esse tema e o Rito Escocês Antigo e Aceito em particular, objetivamente a
Astronomia se apresenta relacionada ao estudo que compara a evolução humana à
Natureza. Em tese, na ciência maçônica a Astronomia é mais um elemento
comparativo do que um estudo de mecânica do Universo.
Em alguns ritos
maçônicos a relação Astronomia - Maçonaria pode ser observada nas abóbadas
(firmamento) e seus astros, constelações e estrelas que decoram o teto da Loja;
na alegoria relativa à movimentação anual e diária do Sol (solstícios e
equinócios; meio-dia, meia-noite), nos destaques dados ao Sol e a Lua como
elementos referenciais e ainda nos ciclos naturais se relacionados aos
alinhamentos que envolvem o Sol e as Constelações do Zodíaco (não confundir com
astrologia).
De fato, a Moderna
Maçonaria, eclética por natureza, montou a sua estrutura doutrinária visando aprimorar
o homem comparando-o a um elemento suscetível às Leis da Natureza, seja ela tomada
do ponto de vista deísta ou teísta.
Nesse particular, o
Templo Maçônico esotericamente representa o palco desse teatro de transformação,
estando ele intimamente ligado ao código natural das Leis do Universo. Nele o
Homem, independente da sua óptica religiosa, é a matéria prima empregada na realização
da Grande Obra, ou da Obra do Sol.
É nesse sentido que a
ciência da Astronomia, em maior ou menor escala, é aplicada na Maçonaria.
Seja ela de modo
figurado ou filosófico, ela é uma ciência importante que compõe o mecanismo
simbólico destinado a alcançar o objetivo proposto.
Obviamente que na
Maçonaria o estudo da Astronomia não é aprofundado tal como se faz parte na
agrade curricular de uma universidade, entretanto, também ela não é levada como
uma questão empírica, já que indubitavelmente, mesmo de modo superficial, essa
ciência tem sido um dos esteios das práticas especulativas maçônicas.
Concluindo, vale a
pena antes mencionar que teísmo e deísmo são concepções filosóficas. A primeira admite a existência
de um deus pessoal, causa do mundo, enquanto que a segunda se relaciona a um sistema
ou atitude dos que, rejeitando toda espécie de revelação divina e, portanto, a
autoridade de qualquer Igreja, aceitam, todavia, a existência de um Deus,
destituído de atributos morais e intelectuais, e que poderá ou não haver
influído na criação do Universo – in
Dicionário Eletrônico Aurélio. O REAA, como filho espiritual da França, é
um rito deísta, todavia não há como negar que ele, nos seus graus simbólicos,
também recebeu historicamente influências teístas adquiridas por influências
anglo-saxônicas (dos “antigos”).
T.F.A.
PEDRO JUK
JUNHO/2017
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