Em 01/09/2017 o Respeitável Irmão João
Pires Castanho, Loja Fraternidade Sãoroquense, 3.931, REAA, GOSP/GOB, Oriente
de São Roque, Estado de São Paulo, apresenta a seguinte questão:
FALAR À VONTADE
Vejo em muitas Lojas uma situação que me causa dúvidas, quando se faz
uso da palavra o Irmão compõe o Sinal de Ordem e faz as referencias de praxe, e
quando vai começar a falar o Venerável o dispensa do Sinal, ao terminar sua
fala, vejo que a maioria, pra não dizer todos, compõe novamente o Sinal e o
desfaz antes de sentar. Minha interpretação é que existe aí uma confusão, pois
na verdade o Irmão deveria falar à Ordem, e ao terminar desfazia o sinal e
sentaria. Não vejo lógica para compor e desfazer o Sinal ao sentar-se. Gostaria
que o Irmão me esclarecesse essa questão.
CONSIDERAÇÕES.
O que realmente não
tem muita lógica é o que muitos Veneráveis Mestres andam fazendo por aí quando
indiscriminadamente ficam dispensando o Sinal para aqueles que usam a Palavra
sem qualquer motivo.
Na realidade estão
transformando um procedimento ocasional em um corriqueiro.
A regra no REAA\ é a de que quando um obreiro estiver
em pé e parado em Loja aberta ele estará obrigatoriamente à Ordem (corpo ereto,
pés em esq\, compondo o Sinal).
Assim, quando
alguém estiver em pé e parado, no caso usando a palavra, esse alguém fica à
Ordem. Concluindo a sua fala, ele desfaz o Sinal pela pena simbólica e senta -
é bom que se diga que isso não é saudação.
Ocorre que em poucas
e determinadas situações o Venerável pode, ao seu juízo, em casos excepcionais
dispensar o Sinal para que o obreiro fale respeitosamente à vontade. Mas isso
não é regra, é exceção.
Caso essa dispensa de
Sinal seja realmente necessária e venha ocorrer, o usuário da palavra depois de
à Ordem ter se dirigido à Loja protocolarmente e tiver recebido autorização do
Venerável desfaz o Sinal na forma de costume e usa a palavra. Concluído o seu
pronunciamento, imediatamente o protagonista volta à Ordem, desfaz o Sinal e, por
fim, toma assento novamente. Volto a repetir: isso não é saudação.
A atitude de voltar
à Ordem ao final do pronunciamento e antes de sentar é porque no início, antes
de receber autorização para falar à vontade, o protagonista estava compondo o
Sinal de Ordem. Note que ele só o desfez depois de autorizado para fazer em
seguida o seu pronunciamento.
Nesse sentido, é
por isso que o obreiro imediatamente antes de retomar seu assento, recupera o
Sinal de Ordem e o desfaz na forma de costume.
É esse o
procedimento correto para aquele que eventualmente recebeu autorização para
falar à vontade.
Ratifico que os
Veneráveis não devem tornar esse um ato corriqueiro, pois salvo se por
comprovada necessidade, “ficar à vontade” é mais um atentado contra a
ritualística do que uma medida prática e salutar.
No REAA\ quem fala em pé deve falar à Ordem,
pois afora ser uma regra tradicional do Rito, ela serve também para que um
obreiro, com o Sinal composto, abrevie o suficiente seu pronunciamento (provavelmente
pelo desconforto que traz a posição corporal). Já estando ele “à vontade” o
desconforto fica mesmo é para os ouvidos alheios que, em não raras vezes, têm
que aguentar intermináveis palavreados providos de rançoso lirismo. Estar à
Ordem também evita esses excessos.
T.F.A.
PEDRO JUK
OUT/2017
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