quarta-feira, 4 de outubro de 2017

FORÇA CÓSMICA

Em 10/07/2017 o Respeitável Irmão Paulo Assis Valduga, Mestre Maçom, portador de quite-placet da Loja Luz Invisível, REAA, COMAB, Oriente de São Borja, Estado do Rio Grande do Sul, solicita comentários sobre uma peça de arquitetura que tem por mote o trabalho do Mestre de Cerimônias no Rito Escocês Primitivo.

FORÇA CÓSMICA


Gostaria de me ensinar o que é FORÇA CÓSMICA, por favor, não vá me responder que é uma força vinda do cosmos, para isso não preciso ser um Carl Sagan, mas como ela é citada (a mil) em Maçonaria e até hoje ninguém soube me explicar convenientemente, apelo para a vossa sapiência: como se traduz? O que ela faz? Atinge ou privilegia apenas alguns iluminados? Tem a ver com os raios cósmicos que nos bombardeiam dia e noite?
Vendo e lendo coisas pitorescas na Arte Real me despeço com um grande e fraterno abraço

CONSIDERAÇÕES.

Pois é meu Irmão, o que fazer. Essas são as ilações e contradições de ocultistas que insistem em rechear a nossa sofrida cultura maçônica com as suas opiniões particulares.
Convenientemente, eu temo que o Irmão não vá achar ninguém que lhe dê uma explicação plausível e livre de fantasias.
É incrível o imaginário humano e as suas qualificações. Forças astrais, cósmicas, egrégoras, etc., são meras ilações em se tratando da pura Maçonaria.
Vivemos esse “caos cultural” desde o século XVIII quando a Maçonaria Especulativa, ou dos Aceitos, aceitou o ideário filosófico, cultural e social de diversas manifestações humanas. Na intenção de formar um arcabouço simbólico, muitos se aproveitaram dessa oportunidade para fazer proselitismo e expor suas convicções em nome da liberdade de manifestação e pensamento.
Essa semente maligna (do imaginário) proliferou e ainda nos alcança em pleno século XXI trazida por espíritos temerários que teimam em fazer dos templos maçônicos um palco por onde desfilam anacronismos, credos e superstições.
É mesmo de se ficar horrorizado quando tratamos de uma Instituição como a Moderna Maçonaria nascida para espargir luzes e combater a ignorância possuir nas suas entranhas ideias suportadas por comentos tendenciosos e falaciosos.
Assim, ainda encontramos, em nome da liberdade de pensamento, sensitivos e videntes maçons que insistem em “ver” espíritos, sentir forças astrais, cósmicas e outras coisas que a valham dentro do Templo, esquecendo-se esses (ou mesmo sem saber) que a Loja é um canteiro de obras especulativo que propõe a reconstrução de um homem despido de vícios, vaidades e superstições.
Nada tenho contra a credulidade humana, todavia cada um deve buscar a sua fé nos ambientes que lhe são próprios e nunca de modo desordenado “achar” que a Maçonaria foi criada para essa finalidade.
Não sou adepto dessas ideias e, em não sendo delas partidário, pouco disponho, ou melhor, nada possuo para explicar sofismas. Ora, comparar o Mestre de Cerimônias com um peregrino e o seu “cajado” (sic) no caminho de Santiago de Compostela é mesmo d’escrachar[1].

T.F.A.

PEDRO JUK

OUT/2017





[1] Trecho de um trabalho a mim enviado pelo consulente no intuito de me mostrar, dentre outras, uma das aberrações escritas intitulado Bajo la Dirección del Maestro de Ceremonias - Diario Masónico 01 julio 2017.

2 comentários:

  1. Me recordo de quando houve uma intervenção em uma Loja do litoral paranaense justamente por desejarem transformar o templo maçônico em terreiro.
    Ainda bem que foi corrigido e a loja hoje é uma referência.
    Ainda vejo que restam alguns ilusionistas que acreditam nessa "força" sem perceber que a verdadeira força está no conjunto de membros que compõe a loja seguindo seus verdadeiros princípios que é o trabalho e o desenvolvimento intelectual do ser humano para levantar Templos às virtudes.

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  2. Não por acaso eu fui o interventor da Loja. Três abraços mano Jorge.

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