JOÃO, O EVANGELISTA E A
MAÇONARIA.
UM RELATO DESCOMPLICADO.
27 de dezembro
– Dia de João, o Evangelista – Solstício de Inverno no Hemisfério Norte.
Não obstante a
complexidade dessa exegese vale a pena mencionar a relação dessa data com os
cultos solares da antiguidade. Sua importância é tal que veio inclusive influenciar,
dentre outros, a fixação pela Igreja da data do nascimento de Jesus na a noite
de 24 para 25 de dezembro (vide o Imperador Constantino e o Cristianismo).
Como data
solsticial no setentrião a época simboliza no mitraísmo persa a volta do Sol
(INRI - Igne Natura Renovatur Integra – o Fogo Renova a Natureza Inteira). Representa o
Nascimento do Sol Triunfante, ou Invicto (Natalis Invicti Solis) no mitraísmo
romano.
Por ocasião dessa longa e fria noite de inverno no Norte, os
homens tinham por hábito acender fogueiras fazendo oferendas e preces evocando
a volta da do Sol que, pelo ponto de vista da posição geográfica boreal, parecia
ter se deslocado até o Meio-Dia (Sul).
Valendo-se dessa alegoria solar a Igreja acabou fixando a
data do Natal (nascimento de Jesus como a Luz do Mundo) em 25 de dezembro,
época em que aparentemente o Sol em sua eclíptica começa - a partir de
Capricórnio ao Sul - novamente o seu retorno para o Norte.
Essa alegoria solar acabou dando a João, o Baptista o rótulo de
ter sido aquele que anunciou a vinda da Luz do Mundo, já que o nascimento do Batista,
o Anunciador da Luz, se deu a 24 de junho em pleno solstício de verão no
hemisfério Norte - o Sol alinhado com a constelação de Câncer.
Assim também se daria cooptação com João, o Evangelista para
a data comemorativa de 27 de dezembro, cujo período praticamente está conexo ao
Natal e ao solstício de inverno no hemisfério Norte que se dá em 21 de dezembro
– o Sol alinhado com a constelação de Capricórnio. O Evangelista seria rotulado
como aquele que pregou a Luz (a doutrina de Cristo) – nesse caso a Luz é a Esperança,
a Boa Nova, é a volta da Luz para o Mundo.
Essas duas datas solsticiais (junho e dezembro) também são,
sob o ponto de vista histórico e doutrinário, muito caras à Francomaçonaria que
no seu berço de nascimento sofreu incontestável influência da Igreja Católica
da época (séculos XII e XIII).
Nesse sentido os períodos solsticiais acabariam se
concretizando como datas comemorativas na Ordem tendo sido os dois santos
padroeiros adotados também pela Moderna Maçonaria.
Por assim ser, João - o Baptista e João - o Evangelista
acabariam consagrados na Sublime Instituição como personagens padroeiros,
titulando inclusive as Lojas de São João, já que os solstícios de Verão e
Inverno concretizavam os dois principais ciclos profissionais dos Canteiros do
passado, ancestrais da Maçonaria Moderna.
Dezembro de 2017
PEDRO JUK
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