Em 02/10/2017 o Respeitável Irmão
Cesar de Souza, Loja Palmeira da Paz, 2.121, REAA, GOB-SC, Oriente de Blumenau,
Estado de Santa Catariana, apresenta o que segue:
TRANSFORMAÇÃO DE LOJA
Assisti a uma reunião convocada como sendo do Grau de Mestre e
intitulada como Loja de Estudos. A abertura se deu normalmente. Como o Tema da
Palestra não continha segredos do 3º Grau, a Loja foi transformada em 2º Grau,
mesmo depois de um Mestre Instalado solicitar uma Questão de Ordem, ao qual foi
respondido que está no Ritual a possibilidade da transformação. A seguir,
transformada em Grau de Aprendiz, sendo então apresentado um trabalho,
analisado por um mediador e após, aberto para discussão nas colunas. Terminado
o Tempo de Estudos, o Tronco de Beneficência fez seu giro, cortada a Palavra a
Bem da Ordem e do Quadro em Particular, o Irmão Orador deu a sessão como J\ e P\. A seguir foi encerrada a sessão ritualisticamente no 1º Grau.
Pergunto:
1 - É possível convocar uma sessão no 3º Grau e fazer as transformações?
2 - Como fica o Livro de Presença, assinado por Companheiros e
Aprendizes?
3 - Como fica a redação de uma Ata com todas estas modificações?
4 - O Irmão Orador poderia dar como uma sessão J\ e P\?
5 - Se existe a possibilidade das transformações do Grau 3 para o 1, no
encerramento, deveria ser no Gr.: 3 ?
No meu questionamento, foi me respondido que então todas as Sessões de
Instalação deveriam ser anuladas.
Fico no aguardo de sua orientação.
CONSIDERAÇÕES.
A praxe no REAA\ é a de que se uma
sessão é aberta num determinado grau, do mesmo modo é nele que a Loja deve ser
encerrada.
Geralmente essas transformações ocorrem, quando
necessárias, partindo de um grau menor para o maior e depois retornando àquele
em que a Loja foi originalmente aberta. Não é comum se proceder ao contrário –
repare que nos rituais as transformações sempre ocorrem por primeiro indo do
grau menor para o maior.
No caso do que menciona a sua questão me
parece ter acontecido um verdadeiro contra-senso, pois se a matéria da palestra
não era privativa dos portadores do Terceiro Grau, então qual a razão de se
convocar e abrir a Loja em Câmara do Meio para depois transformá-la em Loja de
Companheiro?
Mais confuso também é que depois de tudo isso
ainda houve a transformação da Loja para o Primeiro Grau com apresentação de
trabalho, mediação e discussão e por fim o encerramento da Loja no Grau de
Aprendiz, embora ela tenha sido originalmente aberta no grau de Mestre!!!
Ora, nesse caso o mais correto seria o de se
ter aberto a Loja no Grau de Aprendiz para apresentação e discussão do
trabalho. Encerrada a discussão, com a devida cobertura aos Irmãos Aprendizes a
Loja seria então transformada conforme o ritual no Grau de Companheiro para a
palestra privativa desse Grau. Concluída a mesma, a Loja voltaria conforme o
ritual ao Grau de Aprendiz para os demais procedimentos e a conclusão dos
trabalhos.
Dessa
maneira não haveria toda essa salada ritualística comentada na sua questão.
Quanto
as suas perguntas:
- Se a Loja foi
convocada para o Grau 03 não haveria razão para transformá-la, já que a
mesma fora convocada para trabalhar em Câmara do Meio.
Em havendo
necessidade, a transformação pode existir, mas do grau menor para o maior. Em
seguida retorna-se ao grau original de trabalho para o encerramento da sessão.
- Todos assinam o
Livro de Presenças do Grau de Aprendiz, pois a Loja vai do grau menor para
o maior. Nas transformações não há necessidade de se abrir livro com rol
específico para tal. O Secretário ao redigir a Ata extraordinária,
menciona a presença de Irmãos apenas daquele grau.
- Como dito, para
cada transformação o Secretário elaborará uma Ata especial, cuja qual será
lida e aprovada na próxima sessão em que a Loja venha a se reunir naquele
referido grau.
- Conforme o
exposto na questão eu penso que não, pois me parece que os trabalhos
sofreram modificações contrárias. Se uma Loja é aberta pela primeira vez
num determinado grau, mesmo que ela seja transformada, ela deverá retornar
ao grau de origem (abertura) para o encerramento. Assim, as conclusões são
dadas no encerramento e no mesmo grau em que a Loja foi aberta.
- A resposta dada no item 4 responde essa questão.
Ratifico
que esses procedimentos são para o REAA\. Não é o que
acontece no Craft (Rito de York por aqui), onde em qualquer situação a Loja é
sempre aberta e encerrada no Primeiro Grau, mesmo que ela vá trabalhar em outro
Grau. Por exemplo, no Craft para se abrir a Loja de Mestre, abre-se obrigatoriamente
por primeiro a do Aprendiz, na sequência a de Companheiro e por fim a Câmara do
Meio. Encerrados os trabalhos, no sentido inverso fecha-se a Loja de Mestre, em
seguida a de Companheiro e por fim a de Aprendiz. Não existe no Craft o termo
“transformação de Loja”.
No que diz respeito ao seu questionamento e a
resposta obtida comparada com uma Sessão Magna de Instalação e Posse a
afirmativa é descabida, pois é sabido que nos bons rituais para essa finalidade
os trabalhos são abertos à moda inglesa, sempre no Grau de Aprendiz, transformados
para o de Companheiro e por fim para o de Mestre até que o Templo esteja coberto
a todos aqueles que não possuam o título honorífico de Mestre Maçom Instalado.
Apenas na presença deles é que é aberto o
Conselho de Mestres Instalados (não é Loja de Mestres Instalados, mas Conselho).
Encerrada a Instalação, o Conselho, que se dá em Grau de Mestre Maçom, é
desfeito e ingressam no recinto novamente os Mestres Maçons. Assim a Loja vai
paulatinamente retornando e recebendo de volta os Irmãos do Grau de Companheiro
e finalmente os do Grau de Aprendiz quando é feito então o encerramento dos
trabalhos, ou seja, no mesmo grau em que a Loja fora originalmente aberta.
São essas as merecidas considerações. No mais,
o que existe é pura firula que tem apenas o desiderato de complicar e não o de
instruir.
T.F.A.
PEDRO
JUK
DEZ/2017
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