Em 21/06/2019 o Respeitável Irmão Ricardo Dal
Pizzol, Loja Luz e Fraternidade, 1.636, sem mencionar o nome do Rito, GOB-DF, Oriente
do Gama, Distrito Federal, apresenta a seguinte questão:
RITUALÍSTICA E A PORTA DO TEMPLO ABERTA
Você sempre diz que o Átrio faz parte
da Loja e que nele, em algumas sessões, ocorrem ritualística. Considerando
isso, muitas vezes quando se vai adentrar o Pavilhão Nacional, os Irmãos
desfazem o Sinal de Ordem, pois a porta do Templo foi aberta, em outros casos
com a porta do Templo aberta, interrompem a ritualística. Me parece que,
considerando o Átrio parte integrante da Loja, isso não faz sentido ou
realmente devemos desfazer o sinal e suspender a ritualística?
CONSIDERAÇÕES.
Comento isso porque
especulativamente o REAA possui um espaço de trabalho (oficina) constituído na
sua superfície por um quadrilongo composto simbolicamente por três quadrados
contíguos, sendo um deles para o Oriente, um e meio para o Ocidente e meio para
o Átrio (antessala do Templo). Cabe salientar que essa composição de espaço é
simbólica, já que verdadeiramente a imensa maioria dos recintos são arranjados
e adequados conforme o edifício comporta.
No tocante ao Átrio,
em algumas ocasiões há inclusive desenvolvimento de liturgia nesse espaço vestibular
– vide a interpelação do candidato e os diálogos que se seguem antes do seu
ingresso na Iniciação; a interpelação do Aprendiz e do Experto na Elevação; a
cena teatral da verificação de quem é o Companheiro que ousa se aproximar na
cerimônia de Exaltação. Note que tudo isso se dá no Átrio do Templo, havendo, nesse
caso, entre os espaços completa interação dos ambientes.
É no Átrio que se
situam as Colunas Vestibulares B e J.
De modo prático, o que
tem existido de fato - e nisso eu concordo - é um excesso de preciosismo quanto
à execução do Sinal e a porta do Templo momentaneamente aberta.
Por certo é que Sinais
somente são feitos dentro do Templo e não no Átrio, já que é o Templo que se
encontra “coberto” pelo Cobridor (Landmark do sigilo), mas isso também não pode
ser tomado como condição sine qua non
ao ponto de caprichosamente se esperar, no decurso dos trabalhos, o Cobridor fechá-la
para só depois se compor o Sinal.
Obviamente que às
vezes parece haver um abismo entre a realidade e a aparência. A priori, ninguém
chega no Átrio da Loja sem as devidas cautelas, destacando-se que ali transitam
Irmãos e ainda há hipoteticamente a figura do Cobridor Externo (que quase nunca
está presente) para proteger as cercanias do Templo e manter dali afastados os cowans e goteiras. Assim, é excesso de preciosismo essa atitude de se esperar que a
porta seja primeira fechada para se compor o Sinal, até porque é atributo do
Cobridor Interno fechar a porta logo após o ingresso ou saída de alguém. Isso
implica que a porta não ficará aberta, mas se há procedimentos que demandem da
abertura dela durante a sessão, por óbvio que a mesma precisa ser aberta e nem
por isso, por exemplo, precisamos fechar o Livro da Lei enquanto isso acontece.
Outro aspecto a se
considerar é que muitos procedimentos ritualísticos se dão para cumprir
formalidades que nada tem a ver com a liturgia iniciática, como é o caso, por
exemplo, do ingresso e retirada do Pavilhão Nacional. Nessa ocasião, em sessão
exclusiva para maçons, obviamente que o Cobridor precisará abrir a porta para
passagem do Pavilhão, destacando-se que enquanto ele estiver em movimento a
Loja estará à Ordem (todos se perfilam apenas para o canto dos Hinos).
Enfatizo, nesse
momento ninguém precisa desfazer o Sinal só porque o Cobridor abriu temporariamente
a porta para passagem do Pavilhão.
Outro exemplo para
tal é o de visitantes em comitivas, ou Lojas visitantes. Ora, nessa ocasião não
cabe esperar que todos entrem (muitas vezes as comitivas são grandes) para só
depois a Loja se posicionar à Ordem para recepção – ou mesmo os visitantes para
se colocar à Ordem.
Trocando em miúdos, às
vezes dão mais valor ao molho do que à carne. Por óbvio é que Sinais são feitos
em Loja aberta, entretanto não há o porque de se desfazer o Sinal quando temporariamente
a porta estiver aberta, seja para quem entra com para os que estão dentro do
Templo. Isso é tão desnecessário quanto ter que peremptoriamente fechar os trabalhos
para que o Cobridor possa abrir a porta para atender uma demanda ritualística –
não dá para assoprar o trombone e comer farinha ao mesmo tempo.
A bem da verdade, muitos
maçons precisam se desvencilhar de certos costumes rançosos e colocar em seus
lugares ações que se apoiem na prática do bom senso.
Para concluir,
destaco que embora haja estreita ligação entre o Átrio e a Sala da Loja no REAA,
é certo que nele (Átrio) o maçom não faz Sinal. Sinal, via de regra, é feito em
Loja, mas sem a condicionante de ter que desfazê-lo se porventura a porta
precisar ser momentaneamente aberta durante os trabalhos. Afinal, excessos, podem
remeter o objetivo para segundo plano.
T.F.A.
PEDRO JUK
SET/2019
Excelente explanação.
ResponderExcluirSe me permite, sugere-se que uma síntese desta orientação faça parte das "condutas ritualísticas" que, como o Irm.·. disse em outra postagem, irão para a plataforma do GOB RITUALÍSTICA junto a cada um dos três rituais simbólicos do REAA.
Digo isso para que possamos contar, na tarefa de orientação, além do bom senso de alguns, convencer os que exigem o "onde está escrito".
No momento certo irá como orientação nas condutas ritualísticas. Obrigado pela visita.
ExcluirIr Pedro Juk:
ResponderExcluir1) Nas aberturas das sessões de aprendiz, no REAA, é lido o salmo 33. Quem seria o autor desse salmo? Semelhantemente, a mesma pergunta para os demais graus.
2) Tocar o hino da maçonaria quando os irmãos adentram o Templo colide com o silêncio pedido na entrada do Templo?
Um abração
Caro Irmão dirija sua questão para o meu e-mail, informando o seu nome, Loja, Rito, Obediência, Oriente e Estado da Federação.
ExcluirT.F.A.
Luiz Antônio da Silva
ExcluirLOJA VINTE DE AGOSTO, 2670
REAA
GOBMS
DOURADOS, MS
Ir Pedro Juk:
1) Nas aberturas das sessões de aprendiz, no REAA, é lido o salmo 33. Quem seria o autor desse salmo? Semelhantemente, a mesma pergunta para os demais graus.
2) Tocar o hino da maçonaria quando os irmãos adentram o Templo colide com o silêncio pedido na entrada do Templo?
Um abração