Em 08/07/2019 o Respeitável Irmão Celso
Correa, Loja 25 de Julho 867, GLESP, Rito de York (americano), Oriente de
Sorocaba, Estado de São Paulo, apresenta a questão seguinte:
SINAL CAUSAL
Uma dúvida. Por que o sinal de
chamada do MI é diferente nos vários ritos?
No Escocês temos dois, das Grandes Lojas,
do GOB, do Emulação, outro do York Americano. Qual o correto?
CONSIDERAÇÕES.
Antes de tudo, há que se levar em consideração que
cada Rito possui as suas características e segue o ritual para ele determinado.
Existe ainda a questão das Obediências que adotam
os Ritos, pois não raras vezes entre as Obediências os mesmos Ritos se diferem
na liturgia e ritualística – impressão de rituais.
Nesse sentido, cada caso deve ser criteriosamente perscrutado
para se chegar a uma conclusão, sobretudo quando se trata de saber qual é o
certo e qual é o errado. Certamente essa sondagem criteriosa não caberia nesse
pequeno espaço.
Em linhas gerais, o Craft Americano tem sua origem
no Craft Inglês. O Trabalho de Emulação é um sistema de aperfeiçoamento da prática
ritualística inglesa. Já o Craft Americano, conhecido comumente como Rito de
York que se inicia com as Blue Lodges, traz a característica dos “Antigos Ingleses”,
cujo sistema fora codificado em solo norte-americano por Thomas Smith Web. No GOB,
bem como na CMSB e COMAB o sistema utilizado se aproxima do Craft Inglês,
embora seja conhecido por aqui, principalmente no GOB, como Rito de York e, de
certo modo, equivocadamente chamado de Emulação. Assim, de todo esse “embrolho”, o comum é que nesses
sistemas, no inglês e no norte-americano existe Instalação, embora entre ambos
possam existir diferenças. Autenticamente, tanto nos Estados Unidos da América
do Norte como na Inglaterra, as instalações se diferem da liturgia e ritualística
dos rituais praticados no Brasil
Assim, considerar o que é o certo, talvez somente
em se observando se o que está sendo praticado acompanha fielmente o previsto no
ritual original do Rito, Ritual ou Trabalho. Entenda-se que embora parecidos
eles não são a mesma coisa. Então, que cada macaco se agarre no seu galho.
Enfim, propositalmente eu não mencionei até então o
REAA\, isso porque ele merece considerações a parte nesse particular.
Dizer o que é certo no escocesismo em se
mencionando um Sinal Causal (Sinal de Cham\) é algo pelo menos
contraditório, pois genuinamente nele, por ser um Rito originário da França,
não há Instalação. Contudo é sabido que, principalmente no Brasil, esse costume
enxertado de outra vertente de Maçonaria tomou conta consuetudinariamente da
Maçonaria tupiniquim, tanto no GOB, assim como na CMSB e na COMAB.
Primeiramente, por aqui no REAA esse costume começou
quando Mário Marinho Béhring foi buscar reconhecimento na Maçonaria
Norte-americana (onde há instalação) para a sua Obediência recém-criada. Com
isso ele trouxe, dentre outras, indevidamente essa prática para o REAA que seria
praticado nas Grandes Lojas Estaduais Brasileiras (CMSB), Obediência criada em
1927 resultante de uma cisão no GOB.
Entretanto, é bom que se diga que Béhring trouxe o
costume, não o ritual, pois sob esse particular, o criado no Brasil está muito
longe do que se pratica genuinamente no Craft Norte-americano e, por extensão, no
do Inglês.
Outro aspecto nesse sentido e que também ajudou a desvirtuar
alguns rituais do REAA na França foram acontecimentos ocorridos nos meados do
século XX e relacionados à Grande Loja da França e a Grande Loja Nacional Francesa,
oportunidade em que muitos rituais apareceriam trazendo indevidamente a prática
alienígena de Instalação no REAA que, repito, é nele completamente incomum.
Dado a isso, muitos rituais na França e na Espanha, principalmente, foram criados
trazendo uma espécie de instalação esotérica para o Venerável Mestre. Existe
uma grande possibilidade de que muitas práticas ritualísticas enxertadas e
oriundas desses rituais acabariam aparecendo também nos rituais de Instalação
de Venerável Mestre aqui no Brasil.
Por fim, devo destacar que a verdadeira Instalação
só existe no Craft, e é desprovida de esoterismo, lendas, e outros afins
correlacionados. Assim, o que se poderia dizer, em termos daquilo que é o certo,
é seguir o que consta no Ritual em vigência de cada obediência. Se eles se diferem
uns dos outros é um assunto a parte, não cabendo, pelo menos no caso do “chamamento”,
dizer o qual deles traz o sinal correto e muito menos se saber o porquê das
diferenças.
T.F.A.
PEDRO JUK
OUT/2019
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