Em 04/08/2019 o Irmão Carlos Fernando Moccelin, Loja Fidelidade, 1.883,
REAA, GOB-PR, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:
A MORTE NO GRAU DE APRENDIZ
Sou recém iniciado,
e meu trabalho de Grau de Aprendiz é sobre o simbolismo da morte no Grau de Aprendiz.
Tenho procurado sobre o assunto morte relacionado a maçonaria e tudo remete a
grau mais elevado que o meu. Tendo posto isso, peço a gentileza, se possível, indicar
biografias que possa encontrar tal assunto.
CONSIDERAÇÕES.
Em
linhas gerais a relação simbólica com a morte no Grau de Aprendiz está na
passagem pela Câmara de Reflexão. Nela, em primeira análise, o Candidato à
Iniciação, operando uma reflexão sobre si mesmo, morre para uma vida para renascer
noutra.
Assim,
o Candidato deixa no ambiente reflexivo um testamento simbólico e perscruta
filosoficamente as questões que lhe são apresentadas. Em síntese significa
morrer para a vida profana (pró = antes; fanum = templo; antes do
templo, ou o não iniciado) e renascer para a vida do iniciado - aquele que sai
da escuridão (ignorância) e começa a procurar a Luz (sabedoria).
Nesse
sentido, essa transição do não-iniciado para o iniciado exige do candidato
sua morte para posteriormente renascer.
A Câmara
de Reflexão, além do simbolizar a masmorra que prende o fanatismo e a
superstição do homem (flagelos da humanidade), também representa o seio, ou o
útero da Terra por onde se iniciará a investigação das Leis Natureza em busca
constante da Verdade.
No
seio da Terra o iniciado representa uma semente que coberta e adormecida se
prepara para germinar e produzir uma nova planta (o recém-iniciado). É o
neófito (neo = novo; fito = planta) que, como a semente, morre
para produzir bons frutos.
Relacionado
à primavera, o recém-iniciado começa sua jornada para cumprir o ciclo da vida.
Por esse caminho, purificado pelos elementos, ele rompe a sua marcha em direção
à maturidade, época em que passará por outro ciclo chamado de Grande Iniciação,
mas esse não é assunto para os Aprendizes e nem para os Companheiros – a certeza
é de que um dia o Iniciado chegará lá.
Assim,
a morte relativa ao Aprendiz é a morte iniciática, ou seja, a de morrer para
renascer na Luz e seguir sempre com perseverança em busca do aprimoramento. À
meia-noite (fim da vida), ao ter completado a jornada iniciática, que a sua
obra seja então imortal, de tal sorte que permaneça para sempre na mente dos
pósteros.
A
colheita se dá conforme a semeadura. Tal qual o Sol que deixa a Terra viúva no
inverno para renascer na primavera, assim também o é o Iniciado que cumpre o
ciclo da sua vida para a posteriori renascer na Luz. A semente que cair
no chão e não morrer certamente estará fadada ao esquecimento, porém aquela que
morrer, seguramente produzirá bons frutos.
Pense
nisso e entenda quanto é rica e quão bela é a doutrina e a liturgia maçônica,
sobretudo quando nos despimos das crendices, dos excessos de preciosismo e das distinções
mundanas. Quem dera todos os Iniciados assim compreendessem a Maçonaria, ao
contrário de ficar procurando o "aonde está escrito".
T.F.A.
PEDRO JUK
NOV/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário