quinta-feira, 14 de novembro de 2019

REAA - A MORTE INICIÁTICA NO GRAU DE APRENDIZ


Em 04/08/2019 o Irmão Carlos Fernando Moccelin, Loja Fidelidade, 1.883, REAA, GOB-PR, Oriente de Londrina, Estado do Paraná, apresenta a seguinte questão:

A MORTE NO GRAU DE APRENDIZ


Sou recém iniciado, e meu trabalho de Grau de Aprendiz é sobre o simbolismo da morte no Grau de Aprendiz. Tenho procurado sobre o assunto morte relacionado a maçonaria e tudo remete a grau mais elevado que o meu. Tendo posto isso, peço a gentileza, se possível, indicar biografias que possa encontrar tal assunto.

CONSIDERAÇÕES.

Em linhas gerais a relação simbólica com a morte no Grau de Aprendiz está na passagem pela Câmara de Reflexão. Nela, em primeira análise, o Candidato à Iniciação, operando uma reflexão sobre si mesmo, morre para uma vida para renascer noutra.
Assim, o Candidato deixa no ambiente reflexivo um testamento simbólico e perscruta filosoficamente as questões que lhe são apresentadas. Em síntese significa morrer para a vida profana (pró = antes; fanum = templo; antes do templo, ou o não iniciado) e renascer para a vida do iniciado - aquele que sai da escuridão (ignorância) e começa a procurar a Luz (sabedoria).
Nesse sentido, essa transição do não-iniciado para o iniciado exige do candidato sua morte para posteriormente renascer.
A Câmara de Reflexão, além do simbolizar a masmorra que prende o fanatismo e a superstição do homem (flagelos da humanidade), também representa o seio, ou o útero da Terra por onde se iniciará a investigação das Leis Natureza em busca constante da Verdade.
No seio da Terra o iniciado representa uma semente que coberta e adormecida se prepara para germinar e produzir uma nova planta (o recém-iniciado). É o neófito (neo = novo; fito = planta) que, como a semente, morre para produzir bons frutos.
Relacionado à primavera, o recém-iniciado começa sua jornada para cumprir o ciclo da vida. Por esse caminho, purificado pelos elementos, ele rompe a sua marcha em direção à maturidade, época em que passará por outro ciclo chamado de Grande Iniciação, mas esse não é assunto para os Aprendizes e nem para os Companheiros – a certeza é de que um dia o Iniciado chegará lá.
Assim, a morte relativa ao Aprendiz é a morte iniciática, ou seja, a de morrer para renascer na Luz e seguir sempre com perseverança em busca do aprimoramento. À meia-noite (fim da vida), ao ter completado a jornada iniciática, que a sua obra seja então imortal, de tal sorte que permaneça para sempre na mente dos pósteros.
A colheita se dá conforme a semeadura. Tal qual o Sol que deixa a Terra viúva no inverno para renascer na primavera, assim também o é o Iniciado que cumpre o ciclo da sua vida para a posteriori renascer na Luz. A semente que cair no chão e não morrer certamente estará fadada ao esquecimento, porém aquela que morrer, seguramente produzirá bons frutos.
Pense nisso e entenda quanto é rica e quão bela é a doutrina e a liturgia maçônica, sobretudo quando nos despimos das crendices, dos excessos de preciosismo e das distinções mundanas. Quem dera todos os Iniciados assim compreendessem a Maçonaria, ao contrário de ficar procurando o "aonde está escrito".


T.F.A.

PEDRO JUK


NOV/2019

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