domingo, 12 de março de 2017

ABÓBADA DO TEMPLO MAÇÔNICO - REAA

TEMPLO MAÇÔNICO – ABÓBADA

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO


I - INTRODUÇÃO
ABÓBADA – Substantivo feminino (do latim: volvita = revirada) – é entre outras coisas, o teto arqueado e tudo o que é convexo e arredondado, na superfície exterior, e côncava e arqueada na parte interior. Para alguns Ritos Maçônicos o teto de uma Loja é normalmente arqueado para simbolizar o firmamento, já que o Templo representa simbolicamente e invariavelmente uma sessão da Terra, mais precisamente localizado sobre o equador terrestre e é representado por um quadrilongo[1], cujo comprimento (longitudinal) é orientado de Leste para Oeste ou do Oriente para o Ocidente e a sua largura de Norte a Sul (Colunas do Norte e do Sul), determinada pelo eixo longitudinal representado pelo equador que divide a Terra em dois hemisférios. A abóbada representa exatamente o céu ou firmamento sob o ponto de vista daquele que do hemisfério norte terrestre olha para céu.
Em se tratando de um Templo Escocês, a decoração do teto ou abóbada é geralmente estelar e esse costume tem como base originária o Antigo Egito, onde o exemplo mais belo e evidente dessa decoração pode ser observado no Templo de Carnac (Luxor). Todas as formas das partes arquitetônicas dos Templos Egípcios eram determinadas mais pelo seu aspecto simbólico do que propriamente pela sua função estética, já que os Templos representavam uma imagem simbólica do mundo, com o teto representando o firmamento, e o piso a Terra da qual brotavam colunas, como gigantescos papiros.
Atenção: A citação acima procura demonstrar apenas a origem do hábito de se estelar o teto, portanto não se está aqui afirmando que existisse Maçonaria, e muito menos Rito Escocês no Antigo Egito nessa época. Essa exposição tem apenas o caráter de explicar a origem de um costume que, pelo ecletismo maçônico acabou fazendo parte do arcabouço doutrinário da Ordem, levando-se sempre em consideração que a Franco-Maçonaria surgiu apenas na Idade Média cujas origens e elos estão dispostos entre as Associações Monásticas Medievais e posteriormente às Confrarias Leigas. Já o Rito Escocês Antigo e Aceito, teve sua origem no século XVIII, mas nunca como o nome definido de Rito Escocês, o que ocorreria somente em 31 de maio de 1.801 na cidade de Charleston, na Carolina do Sul nos Estados Unidos da América do Norte sobre o paralelo 33 da Terra.
A despeito dessas considerações e embora muitos Templos Maçônicos tenham o seu teto estrelado a esmo, fato considerado errado, o mesmo deve ser decorado, além das representações específicas como veremos adiante, obedecendo à posição relativa ao hemisfério norte, isso pelo simples fato de que a Maçonaria nasceu no referido hemisfério e, pelo seu aspecto apenas simbólico deve assim obedecer a essa orientação. Querem alguns tratadistas imaginosos, considerar que para aqueles Templos localizados no hemisfério sul, seja obedecido o mapa estelar do respectivo hemisfério. Ora, em primeiro lugar a Maçonaria Universal (Simbólica) não pode ser considerada diferenciada se praticada nesse ou naquele hemisfério, pois ela é única, exclusivamente simbólica e, sobretudo racional, diferenciando-se apenas pelas particularidades inerentes a cada Rito praticado, porém, igual em essência. Dessa forma, não há a necessidade de invenções fantasiosas, místicas e ocultas que buscam amparo em qualquer tipo de influência dos astros ou coisa parecida. Destarte, deve se observar a “liberdade” como princípio basilar da Ordem, que nesse caso, refere-se à crença pessoal de cada Irmão. Em segundo lugar, qualquer inversão de posições dentro de um Templo, implicaria na inversão total do seu conteúdo simbólico, afetando diretamente o arcabouço moral e doutrinário do Rito em questão, colocando em risco as orientações que primam pela racionalidade, a despeito daquelas repletas de imaginação e fantasia.
Nota importante: A presente Peça de Arquitetura refere-se ao Rito Escocês Antigo e Aceito apenas nos Graus Simbólicos, todavia, esses conceitos podem ser aplicados à Maçonaria Simbólica Universal de uma forma geral, desde que sejam respeitadas as particularidades de cada Rito na sua tradição e essência doutrinária, bem como aqueles que por ventura também façam uso do conjunto simbólico em questão.
II - CONTEÚDO ESTELAR DA ABÓBADA
Quanto à cor da abóbada, esta deve ser azul celeste, podendo, entretanto, nela haver uma gradativa mudança da tonalidade mais clara para o Oriente e mais escura para o Ocidente – representação da aurora e do ocaso do Sol.
Estarão representados na abóbada o Sol e a Lua, as constelações de Orion, Híadas, Plêiades e Ursa Maior, os planetas Mercúrio, Vênus, Júpiter e Saturno e as cinco estrelas: Arcturus (da constelação Bootes), Spica (da constelação Virgem), Aldebaran (da constelação Taurus), Régulus (da constelação Leão) e Fomalhaut (da constelação Piscis Austrinus), além da estrela Antares (na constelação de Scorpius).
II.1 - LUMINÁRIAS
O SOL e a LUA – o primeiro estará no Oriente e a segunda no Ocidente, mostrando com isso a transição do dia (Oriente) para a noite (Ocidente). É importante se observar que o Sol estará próximo ao dossel do Altar ocupado pelo Venerável Mestre, mas não propriamente sobre o zênite[2] e sim levemente deslocado para sudeste, considerando-se o ponto de vista do hemisfério norte onde nasceu a Sublime Instituição e o Sul (Meio-dia), mais iluminado que o norte (ver plano do teto do Templo em anexo). Quanto a Lua, em quarto - crescente, estará na abóbada, sobre a mesa ocupada pelo Primeiro Vigilante no Ocidente (ver plano do teto do Templo).
Nota: Observe-se que é o Venerável que abre a Loja enquanto o Segundo Vigilante observa o Sol na sua passagem pelo meridiano e o informa que é Meio-Dia. O Primeiro Vigilante, que o ocaso do Sol – Meia-Noite - fecha a Loja, paga os Obreiros e os despede contentes e satisfeitos. Notar a marcha aparente do Sol e a sua representação simbólica.
ATENÇÃO – Não confundir com o Sol e a Lua do Retábulo do Oriente.[3]
II.2 - CONSTELAÇÕES
ORION – Localizada na porção mediana entre a estrela Aldebaran e o meridiano do Meio-Dia, do zênite para o quadrante Sul (ver plano do teto do Templo em anexo). Essa constelação composta por três estrelas alude, dentre outros, ao número correspondente ao Grau de Aprendiz.
HÍADAS – Localizada no quadrante Norte - Nordeste, próxima ao horizonte boreal[4] e da estrela Arcturus (ver plano do teto do Templo em anexo). Essa constelação composta por cinco estrelas alude, dentre outros, ao número correspondente ao Grau de Companheiro.
PLÊIADES - Localizadas no quadrante Norte, entre o zênite a linha do horizonte boreal, perpendicular à constelação de Orion e um pouco próxima à estrela Aldebaran (ver plano do teto do Templo em anexo). Essa constelação composta por sete estrelas que contornam uma central (sete ou mais) alude, dentre outros, ao número correspondente ao Grau de Mestre.
Nota: Três governam a Loja (Orion), cinco a compõem (Híadas) e sete ou mais a completam e a tornam perfeita (Plêiades).
URSA MAIOR – É a constelação visível apenas no hemisfério norte e exprime um sentido de orientação tal qual o Cruzeiro do Sul está para o hemisfério sul. Partindo-se da premissa de que nosso ponto de observação é o do hemisfério norte, obviamente a sua representação encontra-se presente. Composta por sete estrelas encontra-se localizada bem próxima à linha do horizonte boreal, no quadrante Norte – Noroeste da abóbada (ver plano do teto do Templo em anexo).
II.3 - PLANETAS
MERCÚRIO – Planeta que é representado por uma estrela que está localizada na abóbada na sua porção oriental, quadrante nordeste, próximo ao Sol (ver plano do teto do Templo em anexo). Por ser o planeta que mais rapidamente circula em torno do Sol, cujo nome corresponde a um deus mitológico veloz e astuto, representa o Mestre de Cerimônias, pois esse Oficial maçônico, sempre circulando pelo Templo, como elemento de ligação, imita o planeta.
JÚPITER – Planeta também representado por uma estrela que se encontra localizada na abóbada em sua porção oriental, quadrante sudeste, entre o Sol e a linha do horizonte austral[5], entretanto mais afastada da linha do horizonte oriental do que Mercúrio (ver plano do teto do Templo em anexo). Júpiter no panteão dos deuses babilônicos representava o régio senhor dos homens, associado à força, simboliza o Primeiro Vigilante.
VÊNUS – Representada por uma estrela, o planeta encontra-se situado no zênite da abóbada, na porção ocidental próximo a linha do horizonte (ver plano do teto do Templo em anexo). Vênus, feminilizado na mitologia babilônica e sendo a deusa mágica da fertilidade e do amor, simboliza a beleza, por conseguinte o Segundo Vigilante.

SATURNO – O planeta é representado com os seus anéis e circundado pelos nove satélites naturais (luas). Está situado na porção ocidental da abóbada, próximo ao Oriente entre o zênite e a linha do horizonte austral, próximo da estrela Spica, (ver plano do teto do Templo em anexo). Corresponde ao deus babilônico frio e cruel; com seus “anéis”, simboliza a riqueza (metais), por conseguinte, por esse aspecto, simboliza o Tesoureiro.
Observação: A despeito de que a representação do planeta Saturno na abóbada demanda de uma arte mais apurada, o que muitas vezes se torna bastante dispendioso, é tolerada a sua representação através de uma estrela, obviamente que nesse caso, sem os anéis e as respectivas luas (satélites naturais).
II.4 - ESTRELAS
ARCTURUS – Situada o mais próximo possível da linha do horizonte boreal a Norte – Nordeste. É também conhecida como Estrela Polar (ver plano to teto do Templo em anexo).
SPICA – Situada no zênite da abóbada em sua porção inicial do Ocidente, o mais próximo possível de uma linha imaginária que se projeta da entrada do Oriente do Templo e perpendicular ao zênite (ver plano do teto do Templo em anexo).
ALDEBARAN – Essa estrela está situada no Ocidente e próxima à constelação de Órion, mais precisamente no eixo longitudinal da abóbada (zênite), mais próxima ao meridiano do Meio-Dia em sua porção anterior ao meridiano citado observado a marcha aparente do Sol (ver plano do teto do Templo em anexo).
RÉGULUS – Situada no quadrante noroeste da abóbada, próxima a Lua e quase sobre a mesa ocupada pelo Primeiro Vigilante (ver plano do teto do Templo em anexo).
FOMALHAUT – Situada próxima à linha do horizonte austral, mais precisamente a Sul - Sudoeste da abóbada, próximo ao meridiano do Meio-Dia, aproximadamente a retaguarda do Segundo Vigilante (ver plano do teto do Templo em anexo).
ANTARES – Situada no Ocidente entre o horizonte austral e a linha do zênite, sudoeste da abóbada, aproximadamente a esquerda do Segundo Vigilante (ver plano do teto do Templo em anexo).
Atenção – Não se deve confundir a estrela Fomalhaut com a Estrela Flamejante, pois entre ambas, o significado é bastante distinto, já que a primeira é realmente uma estrela descrita pela astronomia e se encontra visível no firmamento, enquanto que a segunda, apesar de possuir um elevado significado simbólico, principalmente para o Grau de Companheiro, não tem qualquer relação astronômica, devendo, portanto ser considerada como símbolo especulativo de origem pitagórica, embora para ela, exista um lugar definido na abóbada, como se verá mais adiante.
As primeiras cinco estrelas (Arcturus, Spica, Aldebaran, Régulus e Fomalhaut) representam as cinco Dignidades de uma Loja (Três Luzes – Venerável Mestre, Primeiro e Segundo Vigilante - Orador e Secretário), já que três governam, cinco a compõe e sete ou mais a completam. A sexta estrela (Antares) representa um dos Oficiais imprescindíveis na Loja – o Cobridor Interno, a despeito dos outros cargos não menos importantes e dentre os quais o Mestre de Cerimônias imperativo no Rito em questão para o funcionamento de uma Loja simbólica escocesa, que em hipótese alguma, poderia trabalhar sem a presença de pelo menos esses Oficiais. Daí uma das determinações de que uma Loja só pode ser aberta na presença de sete Mestres, observados o preenchimento dos respectivos cargos necessários para esse fim.
Nota Importante – O Grande Oriente do Brasil, por força de dispositivo constitucional e regimental, atualmente considera sete as Dignidades e não cinco como preceitua a Maçonaria tradicional. Levando em conta os cargos eletivos, considera-os todos como Dignidades de uma Loja. Entretanto, apesar de que o correto seriam cinco e não sete, enquanto persistir a errônea determinação, há que se obedecer às leis que emanam da Constituição.

II.5 - A ESTRELA FLAMEJANTE
Como anteriormente comentado, essa estrela não tem qualquer significado astronômico, entretanto, ela não deve ser posicionada a esmo na abóbada, já que, se não possui significado astronômico, ao contrário, ela possui um profundo conteúdo simbólico, principalmente para o Grau de Companheiro, a despeito de que a própria senha de reconhecimento do referido Grau é diretamente relacionada a ela. De origem pitagórica, também denominada como Estrela Hominal ou Pentalfa, ela possui a característica de conter em seu centro a letra “G” correspondente a inicial da palavra “GEOMETRIA” ou “QUINTA CIÊNCIA” e deve ser sempre posicionada com apenas um ápice para cima, o que lhe dá o sentido da “teurgia” como Obra da Luz. Por esses aspectos e além de muitos outros inerentes ao Segundo Grau Maçônico, a Estrela Flamejante assume uma postura de Luz Intermediária, portanto, deve ser posicionada entre a Luz Ativa (Sol - Sabedoria) e a Luz Passiva ou Reflexa (Lua - Efeitos). Dessa forma, a mesma deve se posicionar no meridiano do Meio-Dia, sobre a mesa ocupada pelo Segundo Vigilante, mas um pouco à frente deste e, se possível, deve ser iluminada por uma luz cálida, todavia suave (ver plano do teto do Templo em anexo).
Esses são os elementos decorativos da Abóbada Celeste que representa o firmamento nos Templos Maçônicos, observado o Rito praticado. Todavia, não existe a obrigatoriedade de que o Templo possua uma abóbada tradicional, principalmente se considerado o dispêndio financeiro para a sua execução. Se não for possível a sua construção, é perfeitamente admissível um teto plano, desde que o mesmo seja obrigatoriamente pintado na cor azul celeste e nele contenha pelo menos o Sol, a Lua e a Estrela Flamejante, se observado as suas posições de acordo com o que preceitua as nossas normas e tradições.
Quanto às nuvens, estas são perfeitamente dispensáveis, pois são meros elementos decorativos, portanto, desprovidos de qualquer significado simbólico.
II.6 - AS ESTRELAS QUANTO A SUA FORMA, COR E TAMANHO.
a)     QUANTO A SUA FORMA – Obedecem ao padrão universal de representação (cinco pontas).
b)     QUANTO A SUA COR – Para a Maçonaria, não existe qualquer padrão definido nem diversificado. Embora alguns ocultistas assim queiram determiná-las, correlacionando-as às suas interpretações, esse procedimento está em total desacordo e não encontra qualquer sustentação no basilar sentido racional da Sublime Instituição. Entretanto, o aconselhável, é que se determine uma cor mais próxima possível da realidade visível, o que nos leva a sugerir uma cor prateada que, além da sua discrição, obedece a um padrão estético de equilíbrio e bom gosto. Essa regra só não se aplica à Estrela Flamejante que, pela sua característica particular, deve diferenciar-se das demais. Embora a própria letra “G” já faça essa diferença, é interessante que a mesma possua uma cor diferenciada, pelo que sugerimos uma tonalidade de azul escuro, contrastando com o fundo azul celeste da abóbada, de modo que a letra “G” seja doirada.
c)     QUANTO AO SEU TAMANHO – Aqui existem algumas regras a serem observadas: Determinar o seu tamanho seria impossível, pois esta deve obedecer a uma proporção à área da abóbada, entretanto essa área só pode ser obtida quando se sabem as dimensões do Templo. Como medida paliativa, deve-se observar a regra pela qual o aspecto decorativo não assuma uma forma carregada e nem tão pouco, em oposição, se perca pelo seu tamanho por demais reduzidos. Resumindo: o decorador deve usar o bom senso do equilíbrio. Agora, o que deve sim existir, é uma diferenciação no tamanho quanto a sua representação, ou seja: as seis estrelas denominadas Arcturus, Spica, Aldebaran, Régulus Antares e Fomalhaut e também aquelas que representam os planetas – Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno (se for o caso) - devem ser maiores na proporção de dois para um, do que àquelas que formam as constelações de Órion, Híadas, Plêiades (excetuando-se a estrela central dessa constelação) e Ursa Maior.
Deve existir também uma diferenciação entre as seis estrelas (Arcturus, Spica, Aldebaran, Régulus Antares e Fomalhaut) e àquelas que representam os planetas; não em tamanho, mas no seu conteúdo de preenchimento. Essa diferenciação é obtida da seguinte forma: as estrelas que representam os planetas devem ter o interior do pentágono inscrito - formado pelos vértices internos da estrela – “vazado”, isto é, sem a cobertura da cor correspondente, aparecendo como fundo, o azul celeste da abóbada, fazendo com isso que essas estrelas tenham apenas as suas respectivas pontas cobertas pela cor que lhes é característica, aspecto esse que as diferenciará das demais, assumindo com isso, um caráter distinto quanto à finalidade da sua representação (ver a forma diferenciada no plano do teto do Templo em anexo).
Outra observação a ser feita, é quanto à estrela central da constelação Plêiades. Essa estrela deve ser um pouco maior do que as que a circundam, te tal forma, a diferenciá-la destas, todavia, deve-se tomar o cuidado de não torná-la demasiadamente grande, a ponto de ser comparada em tamanho com as estrelas isoladas (Arcturus, Aldebaran, Spica, etc.), bem como com as que representam os planetas.
Quanto a Estrela Flamejante e o seu tamanho, esta deve ser representada como a maior dentre todas as estrelas, de tal maneira à bem diferenciá-la de todas as outras, observado o cuidado de não se praticar o exagero.
O caráter proporcional deve ser também observado quanto às luminárias terrestres – o Sol e a Lua – principalmente relacionado-as ao tamanho da abóbada a ser decorada, aspecto esse que determinará em segunda instância a proporção no tamanho da estrela, se bem observada essa relação.
Nota ao Arquiteto ou Decorador – Para a execução do trabalho de decoração da abóbada, o mesmo deverá fazer uso do anexo incluso ao final dessa peça de arquitetura, devendo proceder da seguinte maneira: Em primeiro lugar deve-se observar que o respectivo desenho tem o seu ponto de vista de cima para baixo, portanto para a sua execução, este deve ser estendido no centro do Templo, sobre o eixo (equador), observando a sua correta orientação. Como segunda etapa, basta que o decorador faça a projeção mais aproximada possível e proporcional ao tamanho da abóbada, ou forro se for o caso, dos respectivos astros nele contidos. Qualquer dúvida, o zênite coincide com o equador do Templo em sua projeção vertical, além das próprias paredes, oriental, ocidental, norte e sul, também coincidirem com as respectivas linhas do horizonte, observado a característica dos limites de cada Templo no seu particular. Finalmente, alertamos que o referido desenho é apenas esquemático, portando não possui escala, pois sua finalidade tem apenas o caráter de orientação.
Apenas a título de sugestão, deve-se evitar a representação arcaica e medieval do Sol e da Lua assumindo feições humanas, estilizadas por expressões faciais compostas por olhos, nariz, boca, etc. Essa prática, além do mau gosto, acaba dando margem para que os especuladores e inventores de plantão acabem imaginando algum simbolismo nessas obscuras e fantasiosas representações.
III – CONCLUSÃO.
Finalizando, cabe observar a importância da exegese simbólica da Maçonaria e em particular ao Rito Escocês Antigo e Aceito, lembrando que a despeito das nossas tradições, usos e costumes, também é muito importante lembrar que a razão se sobrepõe as ilações fantásticas, na mesma proporção em que o Espírito se sobrepõe à matéria, levando o verdadeiro maçom à preferência pelo real ao aparente, quando a verdade e a ciência desmistificam a tradição inconcebível muitas vezes fundada nos velhos erros dos próprios sentidos humanos, perfectíveis, portanto, passíveis de erro.
Se a Abóbada Celeste conduz o Obreiro à enigmática observação do “Infinito” elevando o pensamento ao transcendental, é certo também que as noções de espaço, tempo, energia, matéria, dimensão e tantas outras, superaram as hipóteses do passado. Se na atualidade não se pode mais admitir a eternidade do Universo e o simples conceito do Infinito já não encontra guarita na ciência; quando a energia tende a esgotar-se e, com ela, o próprio ambiente que se nos apresenta, é incrível, mas verdadeira, a confirmação das velhas revelações iniciáticas estudadas pela tradição maçônica e expressadas pelas idéias que resultaram no conceito dual do Princípio e Fim, Alfa e Omega.


         PEDRO JUK
     EX-SECRETÁRIO GERAL P/REAA – GOB/PODER CENTRAL
 SECRETÁRIO ESTADUAL DE ORIENTAÇÃO RITUALÍSTICA
                               GRANDE ORIENTE DO BRASIL – PARANÁ
                                            MEMBRO CORRESPONDENTE DA QUATUOR CORONATI 2.076 – LONDRES
                                                                            jukirm@hotmail.com – (0XX) 41 3415-1140

ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO

CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito. “A TROLHA”, Londrina, 1.988.
____________. Dicionário Etimológico Maçônico. “A TROLHA”, Londrina, 1995.
____________. Maçonaria e Astrologia. “Editora Landmark”, São Paulo, 2.ª edição, 2002.
____________. Consultório Maçônico IX. “A Trolha”, Londrina, 2004.
____________. Consultório Maçônico XI. “A Trolha”, Londrina, 2011.
____________. Consultório Maçônico V. “A Trolha”, Londrina, 1.997.
JUK, Pedro, Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom, Tomo I, “A TROLHA”, Londrina, 2007.
VAROLI F.º, Theobaldo. Curso de Maçonaria Simbólica Tomo I. “GAZETA MAÇÔNICA”, São Paulo.
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de Maç\. “A TROLHA”, Londrina, 1.996.
CARVALHO, Assis. Símbolos Maçônicos e Suas Origens. “A TROLHA”, Londrina, 1.990.
MELLOR, Alec. Dic. da Franco-Maçonaria e dos Franco Maçons. “MARTINS FONTES”, São Paulo, 1.989.
HORNE, Alex. O Templo do Rei Salomão na Tradição Maçônica. “PENSAMENTO”, São Paulo, 1.991.
PERNAMBUCO, Grande Oriente de. Ritual de Aprendiz Maçom - R\E\A\A\. Recife, 1.994.
MICHAELIS, Moderno Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo, 1998.
CARR, Harry, Freemasons at Work, Londres, 1979.
NESSAS OBRAS OBSERVAR AS RESPECTIVAS BIBLIOGRAFIAS CORRESPONDENTES.




[1] Quadrilongo (Adjetivo quadri + longo) – Que tem quatro lados, paralelos dois a dois, sendo dois dos paralelos mais longos que os outros dois.
[2] Zênite – O ponto em que a vertical de um lugar encontra a esfera celeste acima do horizonte. O ponto mais elevado da abóbada.
[3] Retábulo do Oriente – A parede localizada imediatamente atrás do altar que é ocupado pelo Venerável Mestre onde se encontram as luminárias terrestres e o Delta Radiante.
[4] Boreal – Do lado do norte; setentrional. Relativo ou pertencente às regiões limítrofes com a zona ártica.
[5] Austral - Do lado do sul, meridional. Relativo ou pertencente às regiões limítrofes com a zona antártica. 

14 comentários:

  1. Irmão Juk, há uma Estrela vermelha posta na representação da abobada no Ritual de Aprendiz do GOB, que situa-se aproximadamente sobre a mesa do 2° Vigilante. Não consta nenhuma informação sobre esta Estrela nos rituais e nem em outras referências.
    Qual o significado desta?

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    1. O ven∴ M∴ de minha loja comentou que é a estrela mais proxima do sol por isso sua cor avermelhada

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  2. Essa estrela deve ser a flamejante, já que essa não é parte integrande como astro, planeta ou satélite que aparecem na abóbada. Provávelmente essa estrela vermelha lembra a que vai pendente do teto sobre o lugar do Segundo Vigilante. Essa é apenas a minha opinião.

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  3. Bom dia carissimo Irmão de Jornada Estelar.

    Pertenço ao Rito de Memphis Misraim, a diferença na posição da Abobada Celeste influencia nos trabalhos em loja e nas funções dos Oficiais.

    Grato pela atenção.

    T F A
    Sergio Pires MM

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  4. Isso é uma agfirmativava ou uma pergunta? Se for afirmativa, sinceramente não faz sentido algum, senão opiniões pessoais. Na pura Maçonaria não existe lugar para esse tipo de ilação. Desculpe a sinceridade.

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  5. Boa noite nobre IR.'. EXCELENTE SOU UM CONSTRUTor DE TEMPLOS . GOSTARIA DE RECEBER ESTA PRANCHA EM PDF E POSSIVEL GRATO TFA.'.

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  6. Para tal, solicito identificação completa - além do seu nome, sua Loja, Obediência, Rito, Oriente e Estado da Federação.

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  7. Boa noite nobre IR.'. ME CHAMO JOAO DIAS C.'. M.'.CIM .'. 21375 LOJA . AUG.'. RESP .'. LOJ.'. SIMB.'. GR.'. BENF.'. UNIAO E PROGRESSO PAULISTANA 364 GOP.'. OR.'. SAO PAULO CONF .'. M.'. Br.'. COMAB .'. . SOU UN CONSTRUTOR DE TEMPLOS quero m aprofundar em nossos AUGT.'. MISTERIOS A ABOBADA QUASE TODAS ESTAO REPRODUZIDAS DE FORMA ERRONEA . E NAO RESPEITANDO OQ ELA REALMENTE SIGNIFICA PRETENDO CM SUAS PRANCHA ABSORVER AO MAXIMO . GRATO POIS FOI DE GRANDE DESBASTE VOSSA OBRA . TENHO TEMPLOS PINtado para o GOB .'. GALEÃO.'. E GOP.'. POR GENTILEZA SE HOUVER MAIS A RESPEITO M ENVIE SEREI ETERNAMENTE GRATO T.'. F.'. A.'.

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  8. Editor de texto desculpe correção GLESP.'.

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  9. Há diferenças entre a Abóbada celeste dos templos nos rituais do GOB e CMSB. Bem como já citou várias vezes o irmão Joaquim da Silva Pires a falta do planeta Marte, pois o mesmo juntamente com Mercurio, Vênus, Júpiter, Saturno, bem como o Sol e a Lua,são considerados os SETE planetas conhecidos dos antigos. Desde o início temos essa falta do planeta Marte, sendo seu simbolismo importante no setenarse do REAA. E por que desde o início não foi incluido, não quer dizer que esse erro não deve ser corrigido.

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  10. Na sua descrição da Ursa Maior, você diz 6 (seis) estrelas. São na verdade 7 (sete) daí o nome SETENTRIÃO. SEPTEM TRIONIS = SETE BOIS. (NORTE)

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  11. Boa noite
    não consegui localizar os anexos
    alguém pode me ajudar??
    preciso: (ver plano do teto do Templo em anexo)

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    1. Esse anexo não consta nessa peça de arquitetura. Ele é parte do Instrucional Maçônico pertinente a Abóbada. Não tenho como disponibilizá-lo aqui.

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