TEMPLO MAÇÔNICO – ABÓBADA
RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO
I - INTRODUÇÃO
ABÓBADA – Substantivo feminino (do
latim: volvita = revirada) – é entre
outras coisas, o teto arqueado e tudo o que é convexo e arredondado, na superfície
exterior, e côncava e arqueada na parte interior. Para alguns Ritos Maçônicos o
teto de uma Loja é normalmente arqueado para simbolizar o firmamento, já que o
Templo representa simbolicamente e invariavelmente uma sessão da Terra, mais
precisamente localizado sobre o equador terrestre e é representado por um
quadrilongo[1],
cujo comprimento (longitudinal) é orientado de Leste para Oeste ou do Oriente
para o Ocidente e a sua largura de Norte a Sul (Colunas do Norte e do Sul),
determinada pelo eixo longitudinal representado pelo equador que divide a Terra
em dois hemisférios. A abóbada representa exatamente o céu ou firmamento sob o
ponto de vista daquele que do hemisfério norte terrestre olha para céu.
Em se tratando de um Templo Escocês,
a decoração do teto ou abóbada é geralmente estelar e esse costume tem como
base originária o Antigo Egito, onde o exemplo mais belo e evidente dessa
decoração pode ser observado no Templo de Carnac (Luxor). Todas as formas das
partes arquitetônicas dos Templos Egípcios eram determinadas mais pelo seu
aspecto simbólico do que propriamente pela sua função estética, já que os
Templos representavam uma imagem simbólica do mundo, com o teto representando o
firmamento, e o piso a Terra da qual brotavam colunas, como gigantescos
papiros.
Atenção: A citação acima procura demonstrar
apenas a origem do hábito de se estelar o teto, portanto não se está aqui
afirmando que existisse Maçonaria, e muito menos Rito Escocês no Antigo Egito
nessa época. Essa exposição tem apenas o caráter de explicar a origem
de um costume que, pelo ecletismo maçônico acabou
fazendo parte do arcabouço doutrinário da Ordem, levando-se sempre em
consideração que a Franco-Maçonaria surgiu apenas na Idade Média cujas origens
e elos estão dispostos entre as Associações Monásticas Medievais e posteriormente
às Confrarias Leigas. Já o Rito Escocês Antigo e Aceito, teve sua origem no
século XVIII, mas nunca como o nome definido de Rito Escocês, o que ocorreria
somente em 31 de maio de 1.801 na cidade de Charleston, na Carolina do Sul nos
Estados Unidos da América do Norte sobre o paralelo 33 da Terra.
A despeito dessas considerações e embora muitos Templos
Maçônicos tenham o seu teto estrelado a esmo, fato considerado errado, o mesmo
deve ser decorado, além das representações específicas como veremos adiante,
obedecendo à posição relativa ao hemisfério norte, isso pelo simples fato de
que a Maçonaria nasceu no referido hemisfério e, pelo seu aspecto apenas simbólico deve assim
obedecer a essa orientação. Querem alguns tratadistas imaginosos, considerar que
para aqueles Templos localizados no hemisfério sul, seja obedecido o mapa
estelar do respectivo hemisfério. Ora, em primeiro lugar a Maçonaria Universal
(Simbólica) não pode ser considerada diferenciada se praticada nesse ou naquele
hemisfério, pois ela é única, exclusivamente simbólica e, sobretudo racional,
diferenciando-se apenas pelas particularidades inerentes a cada Rito praticado,
porém, igual em
essência. Dessa forma, não há a necessidade de invenções
fantasiosas, místicas e ocultas que buscam amparo em qualquer tipo de
influência dos astros ou coisa parecida. Destarte, deve se observar a
“liberdade” como princípio basilar da Ordem, que nesse caso, refere-se à crença
pessoal de cada Irmão. Em segundo lugar, qualquer inversão de posições dentro
de um Templo, implicaria na inversão total do seu conteúdo simbólico, afetando
diretamente o arcabouço moral e doutrinário do Rito em questão, colocando em
risco as orientações que primam pela racionalidade, a despeito daquelas
repletas de imaginação e fantasia.
Nota importante: A presente Peça de Arquitetura
refere-se ao Rito Escocês Antigo e Aceito apenas nos Graus Simbólicos, todavia, esses conceitos podem ser aplicados à Maçonaria Simbólica Universal de uma forma geral, desde que sejam
respeitadas as particularidades de cada Rito na sua tradição e essência
doutrinária, bem como aqueles que por ventura também façam uso do conjunto
simbólico em questão.
II - CONTEÚDO
ESTELAR DA ABÓBADA
Quanto à cor da abóbada, esta deve ser azul celeste, podendo, entretanto, nela haver
uma gradativa mudança da tonalidade mais clara para o Oriente e mais escura
para o Ocidente – representação da aurora e do ocaso do Sol.
Estarão representados na abóbada o Sol e a Lua, as
constelações de Orion, Híadas, Plêiades e Ursa Maior, os planetas Mercúrio,
Vênus, Júpiter e Saturno e as cinco estrelas: Arcturus (da constelação Bootes),
Spica (da constelação Virgem), Aldebaran (da constelação Taurus), Régulus (da
constelação Leão) e Fomalhaut (da constelação Piscis Austrinus), além da estrela
Antares (na constelação de Scorpius).
II.1 - LUMINÁRIAS
O SOL e a LUA – o primeiro estará no Oriente e a segunda
no Ocidente, mostrando com isso a transição do dia (Oriente) para a noite
(Ocidente). É importante se observar que o Sol estará próximo ao dossel do
Altar ocupado pelo Venerável Mestre, mas não propriamente sobre o zênite[2] e
sim levemente deslocado para sudeste, considerando-se o ponto de vista do
hemisfério norte onde nasceu a Sublime Instituição e o Sul (Meio-dia), mais
iluminado que o norte (ver plano do teto do Templo em anexo). Quanto a Lua, em quarto
- crescente, estará na abóbada, sobre a mesa ocupada pelo Primeiro Vigilante no
Ocidente (ver plano do teto do Templo).
Nota:
Observe-se que é o Venerável que abre a Loja enquanto o Segundo Vigilante
observa o Sol na sua passagem pelo meridiano e o informa que é Meio-Dia. O
Primeiro Vigilante, que o ocaso do Sol – Meia-Noite - fecha a Loja, paga os
Obreiros e os despede contentes e satisfeitos. Notar a marcha aparente do Sol e
a sua representação simbólica.
ATENÇÃO
– Não confundir com o Sol e a Lua do Retábulo do Oriente.[3]
II.2 - CONSTELAÇÕES
ORION – Localizada na porção mediana entre a estrela
Aldebaran e o meridiano do Meio-Dia, do zênite para o quadrante Sul (ver plano
do teto do Templo em anexo). Essa constelação composta por três estrelas alude, dentre outros, ao número correspondente ao
Grau de Aprendiz.
HÍADAS – Localizada no quadrante Norte - Nordeste, próxima
ao horizonte boreal[4]
e da estrela Arcturus (ver plano do teto do Templo em anexo). Essa constelação
composta por cinco estrelas alude,
dentre outros, ao número correspondente ao Grau de Companheiro.
PLÊIADES - Localizadas no quadrante Norte, entre o zênite
a linha do horizonte boreal, perpendicular à constelação de Orion e um pouco
próxima à estrela Aldebaran (ver plano do teto do Templo em anexo). Essa
constelação composta por sete estrelas que
contornam uma central (sete ou mais) alude, dentre outros, ao número
correspondente ao Grau de Mestre.
Nota: Três
governam a Loja (Orion), cinco a compõem (Híadas) e sete ou mais a completam e a tornam perfeita (Plêiades).
URSA MAIOR – É a constelação visível apenas no hemisfério
norte e exprime um sentido de orientação tal qual o Cruzeiro do Sul está para o
hemisfério sul. Partindo-se da premissa de que nosso ponto de observação é o do
hemisfério norte, obviamente a sua representação encontra-se presente. Composta
por sete estrelas encontra-se localizada bem próxima à linha do horizonte
boreal, no quadrante Norte – Noroeste da abóbada (ver plano do teto do Templo
em anexo).
II.3 - PLANETAS
MERCÚRIO – Planeta que é representado por uma estrela que
está localizada na abóbada na sua porção oriental, quadrante nordeste, próximo
ao Sol (ver plano do teto do Templo em anexo). Por ser o planeta que mais
rapidamente circula em torno do Sol, cujo nome corresponde a um deus mitológico
veloz e astuto, representa o Mestre de Cerimônias, pois esse Oficial maçônico,
sempre circulando pelo Templo, como elemento de ligação, imita o planeta.
JÚPITER – Planeta também representado por uma estrela que
se encontra localizada na abóbada em sua porção oriental, quadrante sudeste,
entre o Sol e a linha do horizonte austral[5],
entretanto mais afastada da linha do horizonte oriental do que Mercúrio (ver
plano do teto do Templo em anexo). Júpiter no panteão dos deuses babilônicos
representava o régio senhor dos homens, associado à força, simboliza o Primeiro
Vigilante.
VÊNUS – Representada por uma estrela,
o planeta encontra-se situado no zênite da abóbada, na porção ocidental próximo
a linha do horizonte (ver plano do teto do Templo em anexo). Vênus,
feminilizado na mitologia babilônica e sendo a deusa mágica da fertilidade e do
amor, simboliza a beleza, por conseguinte o Segundo Vigilante.
SATURNO – O planeta é representado com os seus anéis e
circundado pelos nove satélites naturais (luas). Está situado na porção
ocidental da abóbada, próximo ao Oriente entre o zênite e a linha do horizonte
austral, próximo da estrela Spica, (ver plano do teto do Templo em anexo).
Corresponde ao deus babilônico frio e cruel; com seus “anéis”, simboliza a
riqueza (metais), por conseguinte, por esse aspecto, simboliza o Tesoureiro.
Observação: A despeito de que a representação do planeta Saturno na
abóbada demanda de uma arte mais apurada, o que muitas vezes se torna bastante
dispendioso, é tolerada a sua representação através de uma estrela, obviamente
que nesse caso, sem os anéis e as respectivas luas (satélites naturais).
II.4 - ESTRELAS
ARCTURUS – Situada o mais próximo possível da linha do
horizonte boreal a Norte – Nordeste. É também conhecida como Estrela Polar (ver
plano to teto do Templo em anexo).
SPICA – Situada no zênite da abóbada em sua porção inicial
do Ocidente, o mais próximo possível de uma linha imaginária que se projeta da entrada
do Oriente do Templo e perpendicular ao zênite (ver plano do teto do Templo em
anexo).
ALDEBARAN – Essa estrela está situada no Ocidente e
próxima à constelação de Órion, mais precisamente no eixo longitudinal da
abóbada (zênite), mais próxima ao meridiano do Meio-Dia em sua porção anterior
ao meridiano citado observado a marcha aparente do Sol (ver plano do teto do
Templo em anexo).
RÉGULUS – Situada no quadrante noroeste da abóbada,
próxima a Lua e quase sobre a mesa ocupada pelo Primeiro Vigilante (ver plano
do teto do Templo em anexo).
FOMALHAUT – Situada próxima à linha do horizonte austral,
mais precisamente a Sul - Sudoeste da abóbada, próximo ao meridiano do
Meio-Dia, aproximadamente a retaguarda do Segundo Vigilante (ver plano do teto
do Templo em anexo).
ANTARES – Situada no Ocidente entre o horizonte austral e
a linha do zênite, sudoeste da abóbada, aproximadamente a esquerda do Segundo
Vigilante (ver plano do teto do Templo em anexo).
Atenção – Não se deve confundir a estrela
Fomalhaut com a Estrela Flamejante, pois entre ambas, o significado é
bastante distinto, já que a primeira é realmente uma estrela descrita pela
astronomia e se encontra visível no firmamento, enquanto que a segunda, apesar
de possuir um elevado significado simbólico, principalmente para o Grau de
Companheiro, não tem qualquer relação astronômica, devendo, portanto ser
considerada como símbolo especulativo de origem pitagórica, embora para ela,
exista um lugar definido na abóbada, como se verá mais adiante.
As primeiras cinco estrelas (Arcturus, Spica, Aldebaran, Régulus e Fomalhaut)
representam as cinco Dignidades de uma Loja (Três Luzes – Venerável Mestre, Primeiro e Segundo
Vigilante - Orador e Secretário), já que três governam, cinco a compõe e sete ou mais a completam. A sexta estrela (Antares) representa um dos Oficiais imprescindíveis
na Loja – o Cobridor Interno, a despeito dos outros cargos não menos importantes e
dentre os quais o Mestre de Cerimônias imperativo no Rito em questão para o
funcionamento de uma Loja simbólica escocesa, que em hipótese alguma, poderia trabalhar
sem a presença de pelo menos esses Oficiais. Daí uma das determinações de que
uma Loja só pode ser aberta na presença de sete Mestres, observados o preenchimento dos respectivos
cargos necessários para esse fim.
Nota Importante – O Grande Oriente do Brasil, por força de dispositivo
constitucional e regimental, atualmente considera sete
as Dignidades e não cinco como preceitua a Maçonaria
tradicional. Levando em conta os cargos eletivos, considera-os todos como
Dignidades de uma Loja. Entretanto, apesar de que o correto seriam cinco
e não sete, enquanto persistir a errônea determinação, há que se
obedecer às leis que emanam da Constituição.
II.5 - A ESTRELA
FLAMEJANTE
Como anteriormente comentado, essa estrela não tem
qualquer significado astronômico, entretanto, ela não deve ser posicionada a
esmo na abóbada, já que, se não possui significado astronômico, ao contrário,
ela possui um profundo conteúdo simbólico, principalmente para o Grau de Companheiro,
a despeito de que a própria senha de reconhecimento do referido Grau é
diretamente relacionada a ela. De origem pitagórica, também denominada como
Estrela Hominal ou Pentalfa, ela possui a característica de conter em seu
centro a letra “G”
correspondente a inicial da palavra “GEOMETRIA” ou “QUINTA CIÊNCIA” e deve ser sempre posicionada com apenas um ápice para
cima, o que lhe dá o sentido da “teurgia” como Obra da Luz. Por esses aspectos
e além de muitos outros inerentes ao Segundo Grau Maçônico, a Estrela
Flamejante assume uma postura de Luz Intermediária, portanto, deve ser
posicionada entre a Luz Ativa (Sol - Sabedoria) e a Luz Passiva ou Reflexa (Lua
- Efeitos). Dessa forma, a mesma deve se posicionar no meridiano do Meio-Dia,
sobre a mesa ocupada pelo Segundo Vigilante, mas um pouco à frente deste e, se
possível, deve ser iluminada por uma luz cálida, todavia suave (ver plano do
teto do Templo em anexo).
Esses são os elementos decorativos da Abóbada Celeste que
representa o firmamento nos Templos Maçônicos, observado o Rito praticado.
Todavia, não existe a obrigatoriedade de que o Templo possua uma abóbada
tradicional, principalmente se considerado o dispêndio financeiro para a sua
execução. Se não for possível a sua construção, é perfeitamente admissível um
teto plano, desde que o mesmo seja obrigatoriamente pintado na cor azul celeste
e nele contenha pelo menos o Sol, a Lua e a Estrela Flamejante, se observado as
suas posições de acordo com o que preceitua as nossas normas e tradições.
Quanto às nuvens, estas são perfeitamente dispensáveis,
pois são meros elementos decorativos, portanto, desprovidos de qualquer
significado simbólico.
II.6 - AS ESTRELAS
QUANTO A SUA FORMA, COR E TAMANHO.
a)
QUANTO A SUA FORMA
– Obedecem ao padrão universal de representação (cinco pontas).
b)
QUANTO A SUA COR –
Para a Maçonaria, não existe qualquer padrão definido nem diversificado. Embora
alguns ocultistas assim queiram determiná-las, correlacionando-as às suas
interpretações, esse procedimento está em total desacordo e não encontra
qualquer sustentação no basilar sentido racional da Sublime Instituição.
Entretanto, o aconselhável, é que se determine uma cor mais próxima possível da
realidade visível, o que nos leva a sugerir uma cor prateada que, além da sua
discrição, obedece a um padrão estético de equilíbrio e bom gosto. Essa regra
só não se aplica à Estrela Flamejante que, pela sua característica particular,
deve diferenciar-se das demais. Embora a própria letra “G” já faça essa
diferença, é interessante que a mesma possua uma cor diferenciada, pelo que
sugerimos uma tonalidade de azul escuro, contrastando com o fundo azul celeste
da abóbada, de modo que a letra “G” seja doirada.
c)
QUANTO AO SEU
TAMANHO – Aqui existem algumas regras a serem observadas: Determinar o seu tamanho
seria impossível, pois esta deve obedecer a uma proporção à área da abóbada,
entretanto essa área só pode ser obtida quando se sabem as dimensões do Templo.
Como medida paliativa, deve-se observar a regra pela qual o aspecto decorativo
não assuma uma forma carregada e nem tão pouco, em oposição, se perca pelo seu
tamanho por demais reduzidos. Resumindo: o decorador deve usar o bom senso do
equilíbrio. Agora, o que deve sim existir, é uma diferenciação no tamanho
quanto a sua representação, ou seja: as seis estrelas denominadas Arcturus,
Spica, Aldebaran, Régulus Antares e Fomalhaut e também aquelas que representam
os planetas – Mercúrio, Júpiter, Vênus e Saturno (se for o caso) - devem ser maiores na proporção de dois para
um, do que àquelas
que formam as constelações de Órion, Híadas, Plêiades (excetuando-se a estrela
central dessa constelação) e Ursa Maior.
Deve existir também uma diferenciação entre as seis
estrelas (Arcturus, Spica, Aldebaran, Régulus Antares e Fomalhaut) e àquelas
que representam os planetas; não em tamanho, mas no seu conteúdo de preenchimento.
Essa diferenciação é obtida da seguinte forma: as estrelas que representam os
planetas devem ter o interior do pentágono inscrito - formado pelos vértices
internos da estrela – “vazado”, isto
é, sem a cobertura da cor correspondente, aparecendo como fundo, o azul celeste
da abóbada, fazendo com isso que essas estrelas tenham apenas as suas
respectivas pontas cobertas pela cor que lhes é característica, aspecto esse
que as diferenciará das demais, assumindo com isso, um caráter distinto quanto
à finalidade da sua representação (ver a forma diferenciada no plano do teto do
Templo em anexo).
Outra observação a ser feita, é quanto à estrela central
da constelação Plêiades. Essa estrela deve ser um pouco maior do que as que a
circundam, te tal forma, a diferenciá-la destas, todavia, deve-se tomar o
cuidado de não torná-la demasiadamente grande, a ponto de ser comparada em
tamanho com as estrelas isoladas (Arcturus, Aldebaran, Spica, etc.), bem como
com as que representam os planetas.
Quanto a Estrela Flamejante e o seu tamanho, esta deve ser representada como a maior
dentre todas as estrelas, de tal maneira à bem diferenciá-la de todas as
outras, observado o cuidado de não se praticar o exagero.
O caráter proporcional deve ser também observado quanto às
luminárias terrestres – o Sol e a Lua – principalmente relacionado-as ao
tamanho da abóbada a ser decorada, aspecto esse que determinará em segunda
instância a proporção no tamanho da estrela, se bem observada essa relação.
Nota ao Arquiteto ou Decorador – Para a execução do trabalho de
decoração da abóbada, o mesmo deverá fazer uso do anexo incluso ao final dessa
peça de arquitetura, devendo proceder da seguinte maneira: Em primeiro lugar
deve-se observar que o respectivo desenho tem o seu ponto de vista de cima para
baixo, portanto para a sua execução, este deve ser estendido no centro do
Templo, sobre o eixo (equador), observando a sua correta orientação. Como
segunda etapa, basta que o decorador faça a projeção mais aproximada possível e
proporcional ao tamanho da abóbada, ou forro se for o caso, dos respectivos
astros nele contidos. Qualquer dúvida, o zênite coincide com o equador do
Templo em sua projeção vertical, além das próprias paredes, oriental,
ocidental, norte e sul, também coincidirem com as respectivas linhas do
horizonte, observado a característica dos limites de cada Templo no seu
particular. Finalmente, alertamos que o referido desenho é apenas esquemático,
portando não possui escala, pois sua finalidade tem apenas o caráter de
orientação.
Apenas a título de sugestão, deve-se evitar a
representação arcaica e medieval do Sol e da Lua assumindo feições humanas,
estilizadas por expressões faciais compostas por olhos, nariz, boca, etc. Essa
prática, além do mau gosto, acaba dando margem para que os especuladores e
inventores de plantão acabem imaginando algum simbolismo nessas obscuras e
fantasiosas representações.
III – CONCLUSÃO.
Finalizando, cabe observar a importância da exegese
simbólica da Maçonaria e em particular ao Rito Escocês Antigo e Aceito,
lembrando que a despeito das nossas tradições, usos e costumes, também é muito
importante lembrar que a razão se sobrepõe as ilações fantásticas, na mesma
proporção em que o Espírito se sobrepõe à matéria, levando o verdadeiro maçom à
preferência pelo real ao aparente, quando a verdade e a ciência desmistificam a
tradição inconcebível muitas vezes fundada nos velhos erros dos próprios
sentidos humanos, perfectíveis, portanto, passíveis de erro.
Se a Abóbada Celeste conduz o Obreiro
à enigmática observação do “Infinito” elevando o pensamento ao transcendental,
é certo também que as noções de espaço, tempo, energia, matéria, dimensão e
tantas outras, superaram as hipóteses do passado. Se na atualidade não se pode
mais admitir a eternidade do Universo e o simples conceito do Infinito já não
encontra guarita na ciência; quando a energia tende a esgotar-se e, com ela, o
próprio ambiente que se nos apresenta, é incrível, mas verdadeira, a
confirmação das velhas revelações iniciáticas estudadas pela tradição maçônica
e expressadas pelas idéias que resultaram no conceito dual do Princípio e Fim,
Alfa e Omega.
PEDRO JUK
EX-SECRETÁRIO
GERAL P/REAA – GOB/PODER CENTRAL
SECRETÁRIO ESTADUAL DE ORIENTAÇÃO RITUALÍSTICA
GRANDE ORIENTE DO BRASIL – PARANÁ
MEMBRO CORRESPONDENTE DA QUATUOR CORONATI 2.076 – LONDRES
jukirm@hotmail.com – (0XX) 41 3415-1140
ROTEIRO BIBLIOGRÁFICO
CASTELLANI, José. O Rito Escocês Antigo e Aceito.
“A TROLHA”, Londrina, 1.988.
____________.
Dicionário Etimológico Maçônico. “A TROLHA”, Londrina, 1995.
____________.
Maçonaria e Astrologia. “Editora Landmark”, São Paulo, 2.ª edição, 2002.
____________.
Consultório Maçônico IX. “A Trolha”, Londrina, 2004.
____________.
Consultório Maçônico XI. “A Trolha”, Londrina, 2011.
____________.
Consultório Maçônico V. “A Trolha”, Londrina, 1.997.
JUK,
Pedro, Exegese Simbólica para o Aprendiz Maçom, Tomo I, “A TROLHA”, Londrina,
2007.
VAROLI
F.º, Theobaldo. Curso de Maçonaria Simbólica Tomo I. “GAZETA MAÇÔNICA”, São
Paulo.
ASLAN, Nicola. Grande Dicionário Enciclopédico de
Maç\. “A TROLHA”, Londrina, 1.996.
CARVALHO,
Assis. Símbolos Maçônicos e Suas Origens. “A TROLHA”, Londrina, 1.990.
MELLOR, Alec. Dic. da
Franco-Maçonaria e dos Franco Maçons. “MARTINS FONTES”, São Paulo, 1.989.
HORNE, Alex. O Templo do Rei
Salomão na Tradição Maçônica. “PENSAMENTO”, São Paulo, 1.991.
PERNAMBUCO, Grande Oriente de.
Ritual de Aprendiz Maçom - R\E\A\A\. Recife, 1.994.
MICHAELIS, Moderno Dicionário da
Língua Portuguesa. São Paulo, 1998.
CARR, Harry, Freemasons at Work,
Londres, 1979.
NESSAS OBRAS OBSERVAR AS RESPECTIVAS BIBLIOGRAFIAS
CORRESPONDENTES.
[1] Quadrilongo (Adjetivo quadri +
longo) – Que tem quatro lados, paralelos dois a dois, sendo dois dos paralelos
mais longos que os outros dois.
[2] Zênite – O ponto em que a
vertical de um lugar encontra a esfera celeste acima do horizonte. O ponto mais
elevado da abóbada.
[3] Retábulo do Oriente – A
parede localizada imediatamente atrás do altar que é ocupado pelo Venerável
Mestre onde se encontram as luminárias terrestres e o Delta Radiante.
[4] Boreal – Do lado do norte;
setentrional. Relativo ou pertencente às regiões limítrofes com a zona ártica.
[5] Austral - Do lado do sul,
meridional. Relativo ou pertencente às regiões limítrofes com a zona antártica.
Irmão Juk, há uma Estrela vermelha posta na representação da abobada no Ritual de Aprendiz do GOB, que situa-se aproximadamente sobre a mesa do 2° Vigilante. Não consta nenhuma informação sobre esta Estrela nos rituais e nem em outras referências.
ResponderExcluirQual o significado desta?
O ven∴ M∴ de minha loja comentou que é a estrela mais proxima do sol por isso sua cor avermelhada
ExcluirEssa estrela deve ser a flamejante, já que essa não é parte integrande como astro, planeta ou satélite que aparecem na abóbada. Provávelmente essa estrela vermelha lembra a que vai pendente do teto sobre o lugar do Segundo Vigilante. Essa é apenas a minha opinião.
ResponderExcluirBom dia carissimo Irmão de Jornada Estelar.
ResponderExcluirPertenço ao Rito de Memphis Misraim, a diferença na posição da Abobada Celeste influencia nos trabalhos em loja e nas funções dos Oficiais.
Grato pela atenção.
T F A
Sergio Pires MM
Isso é uma agfirmativava ou uma pergunta? Se for afirmativa, sinceramente não faz sentido algum, senão opiniões pessoais. Na pura Maçonaria não existe lugar para esse tipo de ilação. Desculpe a sinceridade.
ResponderExcluirBoa noite nobre IR.'. EXCELENTE SOU UM CONSTRUTor DE TEMPLOS . GOSTARIA DE RECEBER ESTA PRANCHA EM PDF E POSSIVEL GRATO TFA.'.
ResponderExcluirPara tal, solicito identificação completa - além do seu nome, sua Loja, Obediência, Rito, Oriente e Estado da Federação.
ResponderExcluirBoa noite nobre IR.'. ME CHAMO JOAO DIAS C.'. M.'.CIM .'. 21375 LOJA . AUG.'. RESP .'. LOJ.'. SIMB.'. GR.'. BENF.'. UNIAO E PROGRESSO PAULISTANA 364 GOP.'. OR.'. SAO PAULO CONF .'. M.'. Br.'. COMAB .'. . SOU UN CONSTRUTOR DE TEMPLOS quero m aprofundar em nossos AUGT.'. MISTERIOS A ABOBADA QUASE TODAS ESTAO REPRODUZIDAS DE FORMA ERRONEA . E NAO RESPEITANDO OQ ELA REALMENTE SIGNIFICA PRETENDO CM SUAS PRANCHA ABSORVER AO MAXIMO . GRATO POIS FOI DE GRANDE DESBASTE VOSSA OBRA . TENHO TEMPLOS PINtado para o GOB .'. GALEÃO.'. E GOP.'. POR GENTILEZA SE HOUVER MAIS A RESPEITO M ENVIE SEREI ETERNAMENTE GRATO T.'. F.'. A.'.
ResponderExcluirEditor de texto desculpe correção GLESP.'.
ResponderExcluirHá diferenças entre a Abóbada celeste dos templos nos rituais do GOB e CMSB. Bem como já citou várias vezes o irmão Joaquim da Silva Pires a falta do planeta Marte, pois o mesmo juntamente com Mercurio, Vênus, Júpiter, Saturno, bem como o Sol e a Lua,são considerados os SETE planetas conhecidos dos antigos. Desde o início temos essa falta do planeta Marte, sendo seu simbolismo importante no setenarse do REAA. E por que desde o início não foi incluido, não quer dizer que esse erro não deve ser corrigido.
ResponderExcluirNa sua descrição da Ursa Maior, você diz 6 (seis) estrelas. São na verdade 7 (sete) daí o nome SETENTRIÃO. SEPTEM TRIONIS = SETE BOIS. (NORTE)
ResponderExcluirGrato. Falha minha eu creio.
ExcluirBoa noite
ResponderExcluirnão consegui localizar os anexos
alguém pode me ajudar??
preciso: (ver plano do teto do Templo em anexo)
Esse anexo não consta nessa peça de arquitetura. Ele é parte do Instrucional Maçônico pertinente a Abóbada. Não tenho como disponibilizá-lo aqui.
Excluir