RESPOSTA - MARÇO/2017.
Em 18/12/2016 o Respeitável Irmão Marco Nascimento, Loja José Caraver, 101, REAA, GLEMERGS, sem mencionar o nome do Oriente (cidade), Estado do Rio Grande do Sul, solicita parecer sobre a seguinte questão:
VIDA FUTURA OU REENCARNAÇÃO.
Conversando com alguns Irmãos ficamos com uma duvida sobre o Landmark nº 20 que diz textualmente o seguinte:
"Subsidiariamente a essa crença é exigida a crença em uma vida futura".
Um dos Irmãos entende que podemos entender como a possibilidade de Reencarnação e outros entenderam que a "vida futura" ali constante refere-se ao um princípio Cristão de vida "Eterna".
Diante destas duvidas, como o Irmão pode nos ajudar a um melhor entendimento sobre este tema.
Fico agradecido pela compreensão do Irmão e a luz que poderá nos trazer ao tema em questão.
CONSIDERAÇÕES.
Esse tipo de classificação de Landmark é muito discutível e sua adoção não é parte integrante da pura Maçonaria, tanto que muitas Obediências não consideram mais a classificação de Albert G. Mackey, como é o caso do Grande Oriente do Brasil.
Verdadeiros Landmarks da Ordem devem ser imemoriais, espontâneos e universalmente aceitos - veja, por exemplo, a classificação de Findel, Pound, dentre outras autênticas classificações.
Dentro dessa concepção, os legítimos Landmarks adotados na Moderna Maçonaria são apenas aqueles que se enquadram na qualidade acima sublinhada, como por exemplo, o da Loja ser dirigida por três Luzes, o de que os seus trabalhos são cobertos (sigilo), ser essencialmente masculina, etc.
Segundo autores confiáveis (pelo que eu concordo) o número dessas classificações chega ao máximo ao número de sete ou oito.
No caso do Landmark mencionado na questão ele é completamente contraditório, pois está impondo uma crença o que é incompatível com a prática da liberdade de consciência do Homem. Não é o mesmo do que acreditar na existência de Deus, já que a Maçonaria deixa a possibilidade de se admitir o Criador à maneira particular de cada um, seja ela de tendência deísta ou teísta, tanto que o termo Grande Arquiteto é modo conciliatório para se admitir a existência de Deus independente da religião.
Agora, vida futura, reencarnação, etc., é particularidade de religiões e essas são de foro particular de cada Irmão, nunca coletiva na Ordem, não se admitindo na Maçonaria nenhum proselitismo religioso (existem razões históricas para isso). Nesse sentido é que esse Landmark mencionado (o vigésimo) é no mínimo contraditório com o ecumenismo maçônico, pois além de admitir dogma, ainda prescreve a exigência de crença.
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com
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