sexta-feira, 10 de março de 2017

CIRCULAÇÃO MESTRE DE CERIMÔNIAS E HOSPITALEIRO - ESTRELA DE SEIS PONTAS

RESPOSTA - MARÇO/2017
Em 09/12/2016 o Respeitável Irmão Paulo Fernandes, Loja Sebastião Vasconcelos dos Santos, 3;759, REAA, GOB-RN, Oriente de Mossoró, Estado do Rio Grande do Norte, formula a questão seguinte:
CIRCULAÇÃO MESTRE DE CERIMÔNIAS E HOSPITALEIRO.
Há discussões no que diz respeito à circulação em Loja promovida tanto pelo Irmão Mestre de Cerimônias como pelo Irmão Hospitaleiro no sentido de que, respectivas circulações formam uma figura entrelaçada de dois triângulos equiláteros, representando uma estrela de 6 (seis) pontas, tendo um de seus vértices voltado para cima, e o outro voltado para baixo. Achei, com sinceridade, uma comparação, no mínimo, imperfeita, vez que, no momento em que os Irmãos deixam o Quadrante Oriental em busca do Primeiro Vigilante, no Ocidente, na volta, em direção ao Segundo Vigilante, os Irmãos descrevem um movimento circular, em meia lua, o que descaracteriza, de imediato, a comparação acima, isto é a figura de um triângulo equilátero.
Assim é que estimaria, com todo respeito, que referida dúvida nos fosse esclarecida. Agradecemos.
CONSIDERAÇÕES.
Sem dúvida meu Irmão a sua observação está corretíssima. Essa "estória" de estrela de seis pontas e ainda por cima mencionar que o trajeto dos oficias se dá por triângulos equiláteros é realmente coisa da pura imaginação. Na verdade uma bobagem, principalmente em se tratando de Rito Escocês Antigo e Aceito que, como filho espiritual da França, portanto deísta por excelência, nem possui no seu arcabouço simbólico a Estrela de Davi, ou a estrela de seis pontas, Blazing Star na vertente inglesa de Maçonaria.
Em se tratando de estrela, o REAA detém apenas a hominal. De origem pitagórica, a estrela de cinco pontas, conhecida na Maçonaria como Estrela Flamejante ou Flamígera, é objeto de estudo do Segundo Grau no simbolismo escocês.
Na verdade, a circulação dos oficiais por ocasião da Bolsa de Propostas e do Tronco simplesmente obedece à hierarquia entre as cinco Dignidades da Loja somada ao importantíssimo cargo de Cobridor.
Cabe então mencionar que as Dignidades verdadeiras da Loja no escocesismo são apenas cinco (não sete como equivocadamente prevê o GOB) - as Luzes da Loja (o Venerável e os Vigilantes) mais o Orador e o Secretário. Na sequência de abordagem entra também o Cobridor que é o guarda da cobertura interna durante a realização dos trabalhos (o Sigilo é um Landmark maçônico).
É dessa assertiva que o Mestre de Cerimônias e o Hospitaleiro abordam cada um desses respectivos cargos começando pelo Venerável indo até o Cobridor Interno como o primeiro ciclo da circulação.
Infelizmente algum inventor viu nisso uma representação de uma estrela de seis pontas, não obstante ainda no GOB, para entornar ainda mais o caldo, estar prevista a abordagem "dos Cobridores" (veja no ritual).
Na verdade isso é coisa de místicos e ocultistas que, no afã de divulgar as suas crenças enxertaram ideias que nada tem a ver com a racionalidade maçônica.
De fato precisamos extirpar essa bobagem que nada mais é do que uma daquelas carcaças de dinossauro oriundas do passado, mas que embora exaustivamente desmascarada por ritualistas autênticos, ainda encantam uma parcela dos quadros das nossas Lojas.
T.F.A.
PEDRO JUK jukirm@hotmail.com

3 comentários:

  1. Ir.'. Pedro, poderia me fornecer uma fonte confiável, onde eu possa realmente dar créditos a sua informação?
    Acho muito interessante a sua colocação, mas cética, pois desde muito tempo tenho aprendido sobre a circulação do M.'.Cer.'. obedecer ao caminho dos triângulos invertidos, e vejo muito fundamento nisso. O que posso discutir em seu comentário, é que o caminho dos triângulos logicamente não obedece de forma fidedigna um triângulo equilátero, tendo em vista as posições dos Vigilantes e do Cobridor, de acordo com o tamanho e formatos dos templos, e colocação dos móveis, e mesmo no Oriente, nem sempre os Ir.'. Secretário e Orador podem estar perfeitamente alinhados devido ao espaço e formato dos templos, mas existe sim,e é real, e mesmo não percorrendo exatamente o formato de um triângulo equilátero, o que vale é o respeito as formas, a simbologia de cumprir este caminho. Posso garantir ao Ir.'. que tem um grande fundamento, sim, embora muitos maçons religiosos (cristãos) não aceitem, a loja maçônica é pura prática de magia cerimonial, e quando o M.'. Cer.'. faz seu giro, ele abre a estrela de seis pontas como forma ritualística de proteção, e circulação das energias em loja, invocando o YOD , a presença de Deus, da mesma forma que em rituais de outros sistemas de magia, abrem-se o círculo mágico com os 4 elementos, em outros abrem-se o circulo sobre as estrela de cinco pontas com os 5 elementos, em outros abrem mandalas de diversas formas, na maçonaria trabalha-se a energia do hexagrama, a estrela de Salomão, este mesmo personagem que portava o este sigilo consigo representando o seu Deus, e que é a base da maçonaria universal, pois, não somos nós os construtores do templo de Salomão? CONTINUA...

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  2. CONTINUAÇÃO:
    A estrela de seis pontas é muito mais que um simples emblema de reinado, na cabala judaica é a figura da "MERCABAH" (veículo de luz conhecido como Trono de Deus), o mesmo veículo que arrebatou Enoch à dimensões superiores, quando falou com o Arcanjo Metatron, e conheceu o TRono de Deus, ou a carroagem de luz que elevou Elias para as alturas, e outros muitos exemplos que poderiam ser dados aqui, enfim, o "gráfico" de dois triângulos sobrepostos e invertidos nada mais é que a representação do veículo de luz, pura energia divina, devidamente reverenciado nas práticas de lojas maçônicas, ativando toda a magia necessária para a realização dos trabalhos, e para a proteção de todos os Ir.'. contra energias invasoras indesejadas. Lembre-se meu Ir.'., maçonaria não é religião, mas também não é cética. Dizer que o giro do M.'. Cer.'. cumpre com a hierarquia da loja, eu concordo, mas considere também todas essas outras informações. O irmão se engana profundamente ao citar que a França sendo um pais deísta não carrega em seu arcabolso a estrela de seis pontas, é claro que carrega, sendo um povo de cultura cristã, católica, muito pelo contrário, ela não carrega a estrela de cinco pontas, o pentagrama, símbolo pagão, criado essencialmente para rituais mágicos pagãos, que representa o corpo humano como deidade, que somando as cinco pontas representadas pelos os cinco elementos (fogo, terra, água, ar, e éter), nada tem haver com o cristianismo, e sim, representa a ascensão do homem à divindade, o homem deus, e a maçonaria se utiliza dos dois, veja nisto uma comprovação do ecumenismo e união das energias mágicas promovidos pela maçonaria, que dá nome ao deus dos deístas, ao mesmo passo que dá nome aos milhares de deuses dos teístas de todo o mundo, com uma simples, porém, abrangente nomenclatura de G.'.A.'.D.'.U.'. Um grande erro da maioria dos IIr.'. cristãos é acreditar unicamente em suas religiões, e utilizá-las como base na maçonaria, e não enxergarem o valor espiritualista existente na própria maçonaria independente de religiões e versículos bíblicos, ou seja, tratam da maçonaria, das lojas e assuntos maçônicos de forma superficial, como negócios, entidade filantrópica, irmandade com caráter de clube, e desvalorizam completamente a essência mágica e transformadoras que existe em nossos rituais.
    Desculpe, mas o Ir.'. precisa ser menos cético quanto a maçonaria.
    T.'.F.'.A.'.

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  3. A melhor fonte para se estudar o REAA está nos rituais franceses a partir de 1804 (primeiro ritual).
    Quanto ao mais entendo que é a sua opinião e eu a respeito. Todas essas concepções sobre a Estrela de Davi me são muito conhecidas, mas quer dar essa conotação a uma Loja Maçônica é opinião particular. Se o Irmão vê uma Estrela de Seis Pontas no trajeto e acredita que isso está inserido na ritualística do REAA, não seirei eu que vou alimentar discussões a respeito.
    Deusculpe, mas eu não sou cético, sou apenas autêntico. Aprendi de há muito que Maqçonaria não é religião e nem um centro de proselitismo de credos pessoais. A arte é respeitar todos sem traduzir algo em particular como essência para todos. Deixo aqui o meu fraterno abraço ao tempo que ratifico o meu respeito pela sua opinião. Enquanto eul prefiro permanecer com a minha.

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