domingo, 18 de agosto de 2019

SÍMBOLOS NO TOPO DOS BASTÕES E VARAS


Em 19/05/2019 o Respeitável Irmão Giovani de Oliveira Campos, Loja Amor e Luz, GLESP, Oriente de Sertãozinho, Estado de São Paulo, apresenta o que segue:

SÍMBOLOS NO TOPO DOS BASTÕES.


Praticamos o Ritual de Emulação e em breve farei uma apresentação em loja sobre o trabalho dos Diáconos, cargo que ocupo atualmente.
Muito interessante o artigo publicado: Bastões, Varas, Hastes – instrumentos de Trabalho na Liturgia Maçônica.
Ao ler o simbolismo e significado das pontas das varas, entendi duas concepções:
Uma cristã: símbolo da pomba, história de Noé na Bíblia, referência encontrada em várias publicações.
Outra pagã misturada com cristã: simbolismo sol e lua nas pontas das varas dos vigilantes e cruz na do diretor de cerimônias.
Está equivocado esse meu entendimento? Poderia me indicar outros artigos relacionados ao assunto?
Devo dizer que tenho certa dificuldade em encontrar artigos relacionados à Maçonaria Inglesa, mais especificamente ao Ritual de Emulação.
No mais, parabéns pela publicação e obrigado pelo trabalho.

CONSIDERAÇÕES.

É conhecida a influência da Igreja nas origens da Maçonaria. De cunho operativo o Ofício trabalhou para a Igreja construindo catedrais, igrejas e abadias. Por consequência disso a Moderna Maçonaria acabou herdando símbolos e títulos que representam o período dos ancestrais da Ordem.
De certo modo o ecletismo maçônico também trouxe para o seu arcabouço doutrinário diversas manifestações das civilizações antigas, dentre as quais os cultos solares da Antiguidade que, de certa forma, são a base da grande maioria das religiões que conhecemos.
A Maçonaria anglo-saxônica, representada pelo Craft (na Inglaterra não se reconhecem ritos), traz no seu contexto o teísmo, daí nela ser mais comum muitos símbolos relacionados ao cristianismo – vide as preleções inglesas e nelas as não raras menções conexas à eventos bíblicos.
Em se tratando dos símbolos mencionados na questão, os relativos aos Diáconos (nome herdado da Igreja), cujos quais eram os antigos oficiais de chão da Maçonaria Operativa, na Moderna Maçonaria anglo-saxônica o adequado para eles é aquele que representa uma pomba trazendo no bico um ramo de oliveira (símbolo do mensageiro e associada à Noé e o Dilúvio). Já o Sol e a Lua, adereços que vão no topo das varas, os mesmos não são muito apropriados para a Maçonaria Inglesa, até porque no formato contemporâneo do Craft (grêmio), os Vigilantes não utilizam varas. Também não é a cruz o símbolo do Diretor de Cerimônias. Para ele, o mais comum é um ornato composto por dois pequenos bastões cruzados.
Sol e Lua como adereços são mais apropriados aos ritos deístas, mais comuns na Maçonaria de origem francesa, embora o REAA, rito também de origem francesa, além de raiz deísta, inegavelmente possui ainda influência teísta. É bom que se diga que no REAA o Mestre de Cerimônias, único a usar bastão (não vara) no Rito, tem como joia distintiva uma régua graduada, enquanto que os Diáconos, no escocesismo não portam bastão e nem varas.
No tocante ao Trabalho de Emulação ele não é propriamente um rito. O que se pratica na Inglaterra é “working” no Craft. Emulação é uma Loja de aperfeiçoamento que faz demonstração dos trabalhos. Na Inglaterra, a Grande Loja não edita rituais mais respeita a cultura e os costumes das diversas regiões inglesas, embora as Lojas também respeitem a manutenção da espinha dorsal dos trabalhos.
Quanto a bibliografia sugiro que o Irmão acesse o site da Editora Maçônica A Trolha, Editora Madras, assim como a Loja de Pesquisas Quatuor Coronati 2076 de Londres e seus representantes aqui no Brasil.


T.F.A.

PEDRO JUK


AGO/2019

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