Em 19/05/2019 o Respeitável Irmão Giovani de Oliveira Campos, Loja Amor e
Luz, GLESP, Oriente de Sertãozinho, Estado de São Paulo, apresenta o que segue:
SÍMBOLOS NO TOPO DOS BASTÕES.
Praticamos o Ritual de Emulação e em breve farei
uma apresentação em loja sobre o trabalho dos Diáconos, cargo que ocupo
atualmente.
Muito interessante o artigo publicado: Bastões,
Varas, Hastes – instrumentos de Trabalho na Liturgia Maçônica.
Ao ler o simbolismo e significado das pontas das
varas, entendi duas concepções:
Uma cristã: símbolo da pomba, história de Noé na Bíblia,
referência encontrada em várias publicações.
Outra pagã misturada com cristã: simbolismo sol e lua nas
pontas das varas dos vigilantes e cruz na do diretor de cerimônias.
Está equivocado esse meu entendimento? Poderia me
indicar outros artigos relacionados ao assunto?
Devo dizer que tenho certa dificuldade em encontrar
artigos relacionados à Maçonaria Inglesa, mais especificamente ao Ritual de
Emulação.
No mais, parabéns pela publicação e obrigado pelo
trabalho.
CONSIDERAÇÕES.
É conhecida a influência da Igreja nas origens da Maçonaria. De cunho
operativo o Ofício trabalhou para a Igreja construindo catedrais, igrejas e
abadias. Por consequência disso a Moderna Maçonaria acabou herdando símbolos e
títulos que representam o período dos ancestrais da Ordem.
De certo modo o ecletismo maçônico também trouxe para o seu arcabouço
doutrinário diversas manifestações das civilizações antigas, dentre as quais os
cultos solares da Antiguidade que, de certa forma, são a base da grande maioria
das religiões que conhecemos.
A Maçonaria anglo-saxônica, representada pelo Craft (na Inglaterra não
se reconhecem ritos), traz no seu contexto o teísmo, daí nela ser mais comum muitos
símbolos relacionados ao cristianismo – vide as preleções inglesas e nelas as
não raras menções conexas à eventos bíblicos.
Em se tratando dos símbolos mencionados na questão, os relativos aos Diáconos
(nome herdado da Igreja), cujos quais eram os antigos oficiais de chão da
Maçonaria Operativa, na Moderna Maçonaria anglo-saxônica o adequado para eles é
aquele que representa uma pomba trazendo no bico um ramo de oliveira (símbolo
do mensageiro e associada à Noé e o Dilúvio). Já o Sol e a Lua, adereços que vão
no topo das varas, os mesmos não são muito apropriados para a Maçonaria Inglesa,
até porque no formato contemporâneo do Craft (grêmio), os Vigilantes não
utilizam varas. Também não é a cruz o símbolo do Diretor de Cerimônias. Para
ele, o mais comum é um ornato composto por dois pequenos bastões cruzados.
Sol e Lua como adereços são mais apropriados aos ritos deístas, mais comuns
na Maçonaria de origem francesa, embora o REAA, rito também de origem francesa,
além de raiz deísta, inegavelmente possui ainda influência teísta. É bom que se
diga que no REAA o Mestre de Cerimônias, único a usar bastão (não vara) no
Rito, tem como joia distintiva uma régua graduada, enquanto que os Diáconos, no
escocesismo não portam bastão e nem varas.
No tocante ao Trabalho de Emulação ele não é propriamente um rito. O que
se pratica na Inglaterra é “working”
no Craft. Emulação é uma Loja de aperfeiçoamento que faz demonstração dos
trabalhos. Na Inglaterra, a Grande Loja não edita rituais mais respeita a cultura
e os costumes das diversas regiões inglesas, embora as Lojas também respeitem a
manutenção da espinha dorsal dos trabalhos.
Quanto a bibliografia sugiro que o Irmão acesse o site da Editora
Maçônica A Trolha, Editora Madras, assim como a Loja de Pesquisas Quatuor Coronati
2076 de Londres e seus representantes aqui no Brasil.
T.F.A.
PEDRO JUK
AGO/2019
Nenhum comentário:
Postar um comentário