quarta-feira, 14 de agosto de 2019

DUPLA FILIAÇÃO E A PALAVRA SEMESTRAL


Em 01/05/2019 o Respeitável Irmão André Scarpitti, Loja Estrela de Luziânia, REAA, GOB-GO, Oriente de Luziânia, Estado de Goiás, solicita o seguinte esclarecimento:

PALAVRA SEMESTRAL


Sirvo-me por meio desse para além de cumprimentá-lo, buscar da sua sabedoria para tirar uma dúvida que vem assolando as reuniões de minha Loja.
Pois bem. Amado Irmão, na minha oficina tem um irmão que além de fazer parte do quadro da Loja, também pertence a outra Oficina, ambas pertencentes ao GOB.
ACONTECE QUE NA SESSÃO QUE TIVEMOS AO FINAL A TRANSMISSÃO DA PALAVRA SEMESTRAL, POR ORDEM DO VENERÁVEL MESTRE, FIZERAM COBRIR O TEMPLO, AO ARGUMENTO DE QUE ESSE IRMÃO RECOLHIA PELA OUTRA LOJA QUE NÃO NAQUELA ONDE A PALAVRA SEMESTRAL SERIA TRANSMITIDA.
O irmão alegou que por fazer parte de ambas as Lojas, deveria ficar para o recebimento.
No entanto a ORATÓRIA o fez cobrir o templo porquanto não tinha a plena certeza que esse irmão estava em dia com a Loja em que recolhe os emolumentos.
Dessa forma, como Orador de Ofício, gostaria de saber algo a respeito até para que a paz a harmonia e a concordância reine nas sessões.

CONSIDERAÇÕES.

Antes dos comentários propriamente ditos, eu gostaria de fazer uma rápida, mas importante colocação sobre a expressão “cobrir o Templo”. Penso que precisamos extirpar esse anacronismo do nosso linguajar. De há muito eu venho batendo nessa tecla. Quem cobre o Templo, não é aquele que dele sai nas ocasiões necessárias. Aquele que se retira é quem tem para si o Templo coberto - pelo Cobridor. Isso significa que ele não poderá ver e nem ouvir o que se passa no interior do Templo naquela oportunidade. Reitero, quem tem o ofício de cobrir o Templo é o Cobridor. Se ao contrário fosse, como muitos mencionam, “o fulano cobriu o Templo”, ou “fazei o fulano cobrir o Templo”, então os demais é que deveriam sair para que o fulano pudesse cobrir o Templo (fechar a porta).
Dados esses comentários, vamos à questão do Irmão filiado em duas Lojas.
Nessas condições, é comum que ele receba a Palavra Semestral apenas pela Loja que ele recolhe suas obrigações devidas à(s) Obediência(s). É aconselhável, entretanto, que a Loja que possui no seu quadro Irmão(s) duplamente filiado(s), antes de revelar a Palavra Semestral, se certifique primeiro da condição de regularidade desse(s) Irmão(s) na outra Loja.
Por outro lado, cabe lembrar que a Cadeia de União no REAA é formada apenas para se transmitir a Palavra Semestral. Assim, se um Irmão duplamente filiado já recebeu a Palavra numa das Lojas, ele não tem necessidade de exigir a sua participação na Cadeia, pois ele já sabe a Palavra, lembrando que ela é igual na Obediência inteira.
Outro aspecto a se considerar é o de que dupla filiação faz com que o duplo filiado precise se manter regular nas duas Lojas. A sua irregularidade numa delas poderá atingi-lo em toda a Obediência. O recolhimento dos metais devidos à Obediência ele o faz apenas numa das Lojas, mas aquelas obrigações pecuniárias concernentes às Lojas em particular ele o faz em ambas. Lembro que há também o cumprimento do índice obrigatório da frequência, por Loja. Dada a essas particularidades é que se dedica cautela na transmissão da Palavra Semestral, pois sua posse denota penhor irrestrito da regularidade.
Atualmente já existem muitos sistemas eletrônicos que em tempo real podem averiguar as condições de regularidades de Obreiros. Acredita-se que em breve tudo estará aprimorado e interligado, inclusive as Lojas.



T.F.A.

PEDRO JUK


AGO/2019


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