Em 07/05/2019 o
Irmão Valdemir Oliveira, sem mencionar o nome da Loja, Rito, Obediência,
Oriente e Estado da Federação, faz a seguinte pergunta:
DEDOS DA MÃO ESQUERDA NO SIN. DE COMPANHEIRO
Gostaria de saber o correto posicionamento dos dedos
da mão esquerda no Sinal de Companheiro? Cada um fala uma coisa.
CONSIDERAÇÕES.
O problema é que o Irmão apresenta a questão, mas não completa a
informação. A questão é saber em qual Rito e Obediência. Não tenho como saber,
pois não é informado nem o nome da Loja.
Para não perder a viagem, vou eleger um Rito. Se for no REAA, vai
depender ainda dos rituais das Obediências. Alguns deles falam em mão esquerda
espalmada e dedos unidos, outros falam em dedos levemente afastados, outros
ainda mencionam formar uma esq\ com o pol\ afastado, etc. No GOB, por exemplo,
todos os dedos são unidos com a palma voltada para frente.
A bem da verdade, essa mão esquerda como complemento do Sin\ Cord\ nem deveria existir
no REAA, já que originalmente (nos rituais que não foram deturpados) o braço
esquerdo simplesmente fica caído ao longo do corpo (não é utilizado no Sin\). Infelizmente, Oswald Wirth, vendo
coisas onde não deveriam ser vistas e embasado em costumes de outros ritos, é o
autor desse enxerto no Segundo Grau do escocesismo. Alegando ser o gesto um apelo
às forças astrais ele vislumbrou essa possibilidade, cuja qual caiu como uma
luva bem ao gosto dos latinos.
Mas, como esse costume vem sendo seguido de há muito, muitos dos nossos
rituais apresentam esse gesto secundário enraizado, embora nunca explicam o
porquê do dito. Obviamente que não explicam, pois para tal não existe explicação
(pelo menos plausível e convincente). Assim, para entornar ainda mais o angu,
alguns rituais colocam posições diferencias para os dedos da mão esquerda
durante o sinal. E assim a carruagem anda.
De tudo, o jeito é seguir o que menciona o ritual aprovado na Obediência,
até que um dia, quem sabe, essa anomalia possa desaparecer definitivamente e
não vire mais uma carcaça de dinossauro – difícil de consumir.
Faça-se justiça àqueles que já retiraram esse costume e seguem o que
prevê o Rito na sua tradição, ou seja, o Sin\ de Ord\ do grau é feito apenas com a mão
direita. Reitero: estou me referindo ao REAA.
Concluindo, explicar o significado desse gesto (o da mão esquerda) seria
de minha parte uma atitude temerária, pois racionalmente ele não encontraria
guarida no REAA. Agora, se a sua questão for relativa a outro Rito, eu fico lhe
devendo, pois ficou faltando essa informação na pergunta.
T.F.A.
PEDRO JUK
AGO/2019
Irm.·. Pedro,
ResponderExcluirSei da dificuldade de se desenraizar estes enxertos. Conte com todos nós que somos da corrente histórico-autêntica.
A contribuição que pensamos ser producente e que tem dado certo em nossa Loja em vista das correções recém publicadas é a de que, há pouco mais de 6 anos, os AApr.·. e CComp.·. já vinham sendo instruídos a cerca destas questões deturpadas em relação à originalidade do rito, ao mesmo tempo que eram ensinados no dever de cumprir a forma errada que constava no ritual em vigência.
Hoje os Mestres formamos com esta visão não tiveram qualquer problema com as correções já apresentadas, o que foi seguido por muitos mestres já formados anteriormente, principalmente quando utilizada a "força do argumento". É claro que ainda há aqueles que vão pelo caminho do "quando eu aprendi não era assim" e ainda utilizam o "argumento da força" que que tem "x" anos de maçonaria...
Por sorte agora não tem mais como usar o "argumento da autoridade" uma vez que o irmão reconhecidamente está à frente das correções.
Feitas essas observações, penso que possa nos auxiliar com a pesquisa já feita, para que possamos bem instruir os companheiros a cerca de futuras correções.
Seria possível, meu Irm Irm.·., indicar:
1. os anos e os nomes dos "Tulieur écossais" originais do escocismo (1804, 1820, etc.) Em que comprovamos a inexistência do sinal com a mão esquerda;
2. De qual(is) rito(s) ou trabalho(s) Oswald Wirth copiou tal enxerto;
3. Em qual livro ou escrito o Oswald Wirth teve a infelicidade de fazer este enxerto;
O pedido destas fontes visa unicamente facilitar este trabalho de "formiguinha" com os AApr.·. e CComp.·., mas principalmente para convencer os mestres ainda relutantes por meio de argumentos.
Desde já agradecemos.
Um T.·. F.·. A.·.
Obrigado pela visita. É assunto disperso e não incisivo. É preciso compreender razões históricas na formação da doutrina do Rito, e assim por diante. Prometo que quando for possível posso me debruçar a respeito, mas agora está difícil. Em pesquisa acadêmica, dizemos disso - é juntar fragmentos. Mas é possível. Wirth por exemplo não colocou no ritual, mas defendia a tese do personagem bíblico que por Ordem do Senhor enquanto mantivesse o braço erguido seus soldados venceriam a batalha. Daí sugiram os caminhos. Outro é que copiaram o braço esquerdo erguido e comum na Maçonaria anglo-saxônica - só não explicaram que esse gesto é a preparação para um Sinal utilizado no Grau 03. Observe quanta coisa será preciso juntar para arguir. Sinal Cord. não faltam gravuras da Maçonaria Francesa no século XIX para mostrar que ninguém levanta a mão. Um dia, talvez eu assuma esse timão, mas por hora não dá.
ExcluirEu que agradeço pela resposta que indica o caminho a seguir.
ResponderExcluirSobre os "Tuileurs" (principalmente os anos de publicação) é que queria conferir se o Irm.·. saberia de mais algum outro documento histórico original além dos citados neste trabalho de Pierre Nöel "Les grades bleus du reaa - Genèse et devéloppements" (vide em: https://www.fm-fr.org/francais/rites/rite-ecossais-ancien-accepte/les-grades-bleus-du-reaa-genese-et-developpements), traduzido por Sergio K. Jerez em https://bibliot3ca.com/os-graus-azuisi-do-reaa-genese-e-evolucao.
Também queria saber, quando puder responder, se teria alguma discordância ou algo a complementar do que está lá.