terça-feira, 3 de dezembro de 2019

COBRIR O TEMPLO AOS APRENDIZES MAIS NOVOS - É NECESSÁRIO?


Em 28/08/2019 o Respeitável Irmão Janio Naicin, Loja Canoas IIIº Milênio, sem mencionar o nome do Rito, GORGS (COMAB), Estado do Rio Grande do Sul, apresenta a dúvida que segue:

COBERTURA AOS APRENDIZES MAIS NOVOS

 
Caríssimo Irmão, solicito orientação na seguinte situação, nossa Loja tem Aprendizes que foram iniciados em tempos diferentes e todos já receberam as instruções do Grau, pergunto: Quando da apresentação das peças de arquitetura para aumento de salário, os Aprendizes que entraram depois devem "cobrir" o Templo para que os que entraram antes apresentem suas peças? Pois, esse é um "costume" da Loja, cuja filiação fiz a pouco tempo, o que particularmente não vejo necessidade, mas existe um parecer da Comissão de Liturgia da Loja, baseado em um Art. do Estatuto da Loja.

CONSIDERAÇÕES.

Atitudes como a de cobrir o Templo a Irmãos do mesmo grau de fato não faz nenhum sentido. Tradicionalmente isso não existe em Maçonaria, pois aqueles que são detentores de um grau são iguais nos trabalhos da Loja, mesmo que iniciáticamente alguns possam ter sido iniciados antes ou depois. A distinção somente existe quando da mudança de grau.
Veja, quando é perguntado a idade iniciática de um Irmão, ele, conforme o seu grau, responde o que prevê o Cobridor do Grau. Por aí se vê que não existem distinções no mesmo grau, mesmo que sob a óptica do tempo do iniciado. Os Aprendizes, por exemplo, trabalham do MD à MN e todos, independente de quando foram iniciados, têm T AA∴.
Outro aspecto para se considerar é o do direito na tradição do grau onde indiscriminadamente, todos os regulares do mesmo grau têm o direito de frequentar os trabalhos.
Nesse sentido, essa história de que os mais novos de um mesmo grau não possam ver ou ouvir instruções para os mais antigos é qualquer coisa de injustificável e sem respaldo nas tradições, usos e costumes da Moderna Maçonaria. Enfim, os mais novos não precisam ter o Templo coberto sob esse tipo de alegação.
Atitudes desse tipo nada mais são do que meras firulas que não contribuem em nada para a formação do maçom numa Loja simbólica. Estatutos de Loja que trazem esse tipo de orientação estão em completo desacordo com a Sublime Instituição, principalmente se ficam cerceando o direito de um obreiro requentar Loja do seu grau – não existe segredo para os do mesmo grau. Pode até estar no Estatuto, mas isso não é legal. É bom lembrar que o franco-maçônico básico é composto por apenas e tão somente três graus, não existindo em cada um deles nenhuma divisão ou classe que possa diferenciar obreiros dentro de um mesmo grau.
Por fim, espera-se que esse tipo de absurdo não esteja presente na Constituição e Regulamentos Gerais da Obediência.


T.F.A.

PEDRO JUK


DEZ/2019

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