O Respeitável Irmão José de Freitas Loja Fraternidade e Justiça, REAA, GOB-TO, Oriente
de Gurupi, Estado do Tocantins, apresenta a dúvida seguinte.
SUBSTITUTO DO VENERÁVEL MESTRE NA AUSÊNCIA DO 1º VIGILANTE
Sempre tenho
recorrido a você para dirimir dúvidas a respeito de ritualística e afins.
Agradeço-lhe de antemão a boa vontade e a disponibilidade do irmão em nos
atender.
O assunto é o
seguinte: Na revisão do ritual de Aprendiz ficou muito claro como se deve
proceder na ausência do Venerável Mestre. Não ficou dúvida da forma que se deve
proceder nos casos de sessão ordinária e nas Sessões de Iniciação, Elevação ou
Exaltação.
Entretanto,
surgiu-nos uma dúvida decorrente: Numa reunião ordinária, não estando presente
o Irmão 1º Vigilante quem deve assumir o primeiro malhete? O 2º Vigilante ou o
Ex-Venerável?
Também ficou
resquícios de dúvidas sobre a abordagem dos irmãos Diáconos ao altar do Venerável
Mestre e Vigilantes. O acesso ao Venerável Mestre deve ser feito no "lado
norte por trás do altar" ou na "parte norte", assim compreendida
a frente do altar voltada para o ocidente. A pergunta se faz porque para se ter
acesso ao Venerável Mestre pelo lado norte ele teria que se levantar e ir ao
encontro do irmão 1º Diácono, procedimento muito complicado em virtude do curto
espaço que existe, ainda mais prejudicado se houver ocupante na cadeira que
fica à sua direita. Outra coisa que complica essa abordagem são as peças que
ficam sobre o altar, tais como o estojo com a Espada Flamejante e a Ampulheta.
Também temos uma
questão de espaço que impede (impediria) a subida dos degraus dos Irmãos Vigilantes
pelos irmãos 1º e 2º Diáconos.
Por último
indagamos se houve mudança na posição do p∴ esq∴ quando da execução da marcha. A orientação nova é que em pé e à Ordem,
portanto parado, o pé esquerdo não precisa estar alinhado no sentido da frente,
e sim em esquadria, tal qual a intercessão das peças do Pavimento de Mosaico.
Peço-lhe abordar
essas questões trazendo mais uma vez a luz da sua sabedoria sobre esses casos.
CONSIDERAÇÕES.
- Substituto precário do Venerável Mestre – Na ausência do Venerável Mestre,
em sessões ordinárias, quem assume o primeiro malhete é o 1º Vigilante.
Este por sua vez é substituído pelo 2º Vigilante que tem sua vaga preenchida
pelo 2º Experto. Nas sessões magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação,
por conta da liturgia de sagração, faltando o titular do 1º malhete, não
sendo o Vigilante um Mestre Maçom Instalado, assume o 1º malhete o Ex-Venerável
mais recente.
Agora, faltando o Venerável Mestre e
o 1º Vigilante, entenda-se que a situação não é normal, passível de se verificar
o que há de errado, já que dois titulares das Luzes da Loja, ao mesmo tempo
deixam de comparecer aos trabalhos. Esse tipo de situação nem está previsto,
todavia, é possível que numa sessão ordinária sem que haja nenhuma deliberação
importante, até a Loja decida abrir os trabalhos. Nesse caso, anômalo ao extremo,
entendo que o 2º Vigilante, deve assumir extemporaneamente os trabalhos, permanecendo
o 2º Experto na 2ª vigilância e outro Mestre Maçom na 1ª Vigilância.
Entretanto, gostaria de reiterar que o ideal mesmo, numa condição dessa
(faltando duas Luzes), a Loja deixe de abrir os trabalhos pois não é normal a ausência
dos titulares de dois, dos três cargos que foram eleitos para dirigir a Loja. Penso
que antes de ficar se preocupando com quem irá assumir os lugares dos faltosos,
melhor seria procurar a razão pela qual se tenha chegado a essa situação de anormalidade.
Entendo que esse tipo de preenchimento de cargos está mais para um gesto de se
tapar o sol com a peneira do que se resolver uma situação no mínimo anormal –
alguma coisa na Loja realmente não deve estar nos devidos conformes.
- Abordagem
dos Diáconos na transmissão da Palavra – É como está explicado no Sistema
de Orientação Ritualística, Grau de Aprendiz, item 42, em http://ritualisticia.gob.org.br/
, o Venerável volta-se para o norte e se coloca de frente para o 1º
Diácono que também sobe os degraus pelo norte do Altar. Não se passa por
trás do ocupante da cadeira de honra e nem vai pela frente do Altar. Nesse
caso o ocupante da cadeira de honra se afasta e dá passagem ao Venerável
para que ele possa transmitir a Palavra ao Diácono. Veja, não há como expressar
uma orientação que se coadune a cada espaço disposto nos Templos maçônicos.
Assim, o Venerável se volta para o Diácono que o aguarda (no nível do
sólio) e vai até ele para proceder o ato ritualístico. Reitero, o Diácono
não passa por trás e nem vem à frente do Altar. Assim, o ocupante da
cadeira de honra se afasta da melhor maneira possível para que o ato seja
realizado. A propósito, só existem duas cadeiras de honra,
um à direita e outra à esquerda do trono. É o que menciona o Decreto
1469/2016 do GOB, portanto não se colocam outras além das previstas.
Na questão da Espada Flamejante e da
Ampulheta não procede a preocupação, pois, a Espada mencionada fica disposta
sobre lado sul do Altar, ou seja, coincidindo com o lado em que o Porta-Espada toma
assento logo abaixo do sólio. Assim, o ato da transmissão da Palavra se dá no
norte do Altar enquanto que a Espada descansa no lado sul do mesmo. No tocante
a Ampulheta, a mesma nem está prevista como objeto que deve ficar sobre o Altar
ocupado pelo Venerável Mestre. Ampulheta é um símbolo próprio da Câmara de
Reflexão e não do interior da Loja, muito menos ficar sobre o Altar.
Na questão da abordagem dos Vigilantes que se dá pelo lado direito das suas
mesas (ombro direito dos Vigilantes), quando o espaço for exíguo, ou seja sem a
possibilidade de ambos se colocarem sobre o mesmo piso, o Diácono aguarda em
baixo, ou seja, no nível do piso do Ocidente. Assim, o Vigilante se volta para o
Diácono para a transmissão da Palavra. O que não deve é o Vigilante descer. Ele
apenas se volta para o Diácono, obviamente em se levando em consideração a restrição
do espaço. É oportuno mencionar que não existem os tais giros em torno das mesas
(não altar) dos Vigilantes.
- Posição
do pé esquerdo – É como especifica os itens 23 e 27 do Sistema de Orientação
Ritualística em http://ritualistica.gob.org.br/,
inclusive grifado na orientação "os pés posicionados normalmente",
o que significa que ambos os pés ao formarem a esq∴ seguem aproximadamente as linhas oblíquas que
formam o Pav∴ Mos∴. Pé esq∴ apontado para a frente não é postura utilizada
no REAA. Os ppas∴ são dados normalmente (sem arrastar os pp∴). Não se anda de lado, porém de frente para o
Oriente que é o lugar da Luz, objetivo final do Iniciado. Pé esq∴ apontado para frente é prática de outros
Ritos. No REAA a junção das linhas do Pav∴ indicam a união dos pp∴ pelos cc∴. Assim, a esq∴ formada pelos pp∴ fica com o ângulo interno voltado para frente,
não de lado.
Eram essas as orientações. Aproveito a oportunidade para reafirmar que o
Sistema de Orientação Ritualística disposto na plataforma do GOB RITUALÍSTICA
está em plena vigência sustentado pelo Decreto 1784/2019 do Grão-Mestre Geral e
publicado no Boletim Oficial do GOB nº 31 de outubro de 2019.
T.F.A.
PEDRO JUK
DEZ/2019
Prezado Ir. Pedro Juk, meus cumprimentos. Sobre a ausência de duas das luzes da Loja em uma sessão ordinária, por exemplo, o VM e o 1º Vigilante, diferentemente do seu entendimento, o que faço com o devido respeito, pode ocorrer com certa frequência e não significa, por si só, que haja algo de errado na Loja. Pode ocorrer uma situação em que o VM por questão de saúde, trabalho ou viagem não possa comparecer, em determinado dia, para dirigir a Loja, devendo, neste caso, ser substituído pelo 1º Vigilante. Acontece que, da mesma forma, pode ocorrer, inesperadamente, a impossibilidade do 1º Vigilante de comparecer aos trabalho. Neste caso, à luz do RGF, os cargos de VM e de 1º e 2º Vigilantes devem ocupados da seguinte forma: o Mestre Instalado mais recente ocupa o cargo de Venerável Mestre, usando os seus próprios paramentos (Art. 43, IV, do RGF); o 2º Vigilante ocupa o cargo do 1º Vigilante, usando os paramentos deste; o 2º Expert ocupa o cargo do 2º Vigilante, usando os paramentos deste. Por fim, quando a substituição do VM for feita pelo 1º Vigilante, este não deve usar os paramentos do VM e, sim, os seus próprios.
ResponderExcluir