Em
25/09/2019 o Respeitável Irmão Manoel Tavares da Silva Neto, Loja Vigário
Bartolomeu Fagundes, 2.132, GOB-DF, REAA, Oriente de Brasília, Distrito
Federal, apresenta a questão seguinte:
RECUSA DE CARGO
Aproveito,
na verdade, dos conhecimentos maçônicos e de sua experiência adquirida ao longo
dos anos de estudo.
QUESTÃO:
No Átrio o Irmão Mestre de Cerimônias ao compor a Loja falta o titular de um
cargo. A seguir ele convida um Mestre do Quadro presente, sem cargo em Loja,
para ocupar este cargo. Aonde encontro que ele não pode recusar.
CONSIDERAÇÕES.
Caro Irmão, esse não é o caso de estar ou não
escrito, sobretudo quando tratamos de Maçonaria. Infelizmente ainda vivemos no "tudo
tem que estar escrito".
Veja, um Mestre Maçom que se apresentar para os
trabalhos, quando for solicitado os seus préstimos, deve incontinentemente
aceitar com fervor e zelo a missão que lhe é oferecida, não a recusar. Afinal
ele como maçom irá participar dos trabalhos maçônicos da Loja, sendo, portanto,
no jargão maçônico, um operário especulativo e não um mero assistente que se
integra apenas como um ser contemplativo, amorfo e para fazer número.
Existe um detalhe que aparece nas entrelinhas
da liturgia maçônica, mas que muitos não se dão conta. Trata-se do significado
de um termo comum aos trabalhos maçônicos, o de "estar à Ordem".
A despeito de que todos aprendem como ficar à
Ordem ritualisticamente em Loja, muitos ainda não sabem o que isso significa. Assim,
esclarecendo, estar à Ordem estabelece a atitude de sempre estar preparado,
pronto, alerta e a disposição na Oficina (por isso só se fica à Ordem em Loja
aberta).
Nesse sentido, aquele que se coloca a
disposição dos trabalhos, quando eventualmente solicitado não deve se recusar
de atender ao ofício, sobretudo se ele é um Mestre Maçom (cargos em Loja são
privativos de Mestres). É bom lembrar que a plenitude atingida por aqueles que
alcançam o 3º Grau, não se resume só em direitos, mas também em obrigações. Dito
isso, é obrigação do Mestre ajudar seus Irmãos – no caso, ocupando um cargo que
eventualmente precise por ele ser preenchido.
Além do que, o substantivo "Mestre",
na acepção da palavra, designa aquele que ensina; aquele que é perito ou
versado numa ciência ou arte, no nosso caso, na arte da Maçonaria. Assim, conhecedor da
"arte" como ele deve ser, não é de boa geometria que o mesmo se recuse a
ajudar nos trabalhos da Loja.
Ainda, sob o aspecto iniciático, cabe mencionar
que o maçom, ainda como Aprendiz, começa sua jornada iniciática prometendo: "(...)
Juro mais, ajudar (o grifo é meu) e defender os meus IIr∴
em tudo que puder e for necessário (...)" – trecho das obrigações
do Aprendiz. Ajudar, dentre outros, envolve também auxiliar nos trabalhos
maçônicos.
Dado ao exposto, é obrigação de um Mestre Maçom
auxiliar nos trabalhos e não se recusar a cumprir missões que lhe são requeridas.
Se negar a preencher um cargo demonstra despreparo e até mesmo indisciplina. Entendo
que isso é consuetudinário em Maçonaria, portanto não precisa estar escrito,
pois a própria formação do Mestre, haurida das instruções e dos bons exemplos,
já o induzem a ter atitudes de solidariedade – ou não?
T.F.A.
PEDRO
JUK
DEZ/2019
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